Os sinais de nossa época
23 de outubro de 201530º Domingo do Tempo Comum – Ano B
24 de outubro de 2015Leitura: Lucas 13,1-9
Naquela mesma ocasião algumas pessoas chegaram e começaram a comentar com Jesus como Pilatos havia mandado matar vários galileus, no momento em que eles ofereciam sacrifícios a Deus. Então Jesus disse:
— Vocês pensam que, se aqueles galileus foram mortos desse jeito, isso quer dizer que eles pecaram mais do que os outros galileus? De modo nenhum! Eu afirmo a vocês que, se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram. E lembrem daqueles dezoito, do bairro de Siloé, que foram mortos quando a torre caiu em cima deles. Vocês pensam que eles eram piores do que os outros que moravam em Jerusalém? De modo nenhum! Eu afirmo a vocês que, se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram.
Então Jesus contou esta parábola:
— Certo homem tinha uma figueira na sua plantação de uvas. E, quando foi procurar figos, não encontrou nenhum. Aí disse ao homem que tomava conta da plantação: “Olhe! Já faz três anos seguidos que venho buscar figos nesta figueira e não encontro nenhum. Corte esta figueira! Por que deixá-la continuar tirando a força da terra sem produzir nada?” Mas o empregado respondeu: “Patrão, deixe a figueira ficar mais este ano. Eu vou afofar a terra em volta dela e pôr bastante adubo. Se no ano que vem ela der figos, muito bem. Se não der, então mande cortá-la.”
Oração: O chamado à conversão e o Deus que nos espera
O texto de hoje nos apresenta duas mensagens. A primeira delas é um alerta para que todos nós busquemos a conversão, o distanciamento do pecado, a fim de evitarmos a morte definitiva. A segunda mensagem demonstra a paciência e a misericódia de Deus, que não se cansa de nos esperar, ainda que tardemos a render os frutos esperados.
Diante da dignidade do nosso Deus, somos todos pequenos demais, facilmente pecadores. Da mesma forma que não nos cabe o juízo de pensarmos, dentre nós, quem é maior ou menor no Reino de Deus, não nos pertence a distinção de quem é mais ou menos pecador. Antes, precisamos reconhecermo-nos todos vulneráveis ao pecado, por isso tão necessitados da presença e acolhida do Deus que se compadece da nossa fragilidade.
Não nos contentemos com o reconhecimento dessa fragilidade e do pecado que sempre nos ameaça. Todos os ensinamentos de Jesus convergem para um gesto concreto, uma ação urgente. Nesse caso, ao pensarmos sobre nossa condição pecadora, Jesus nos fala de uma ação de conversão. Pede-nos o arrependimento e o esforço necessários para afastarmos aquilo capaz de nos condenar e de nos tirar a vida eterna.
Jesus é como o cuidador da plantação que confere oportunidade para que a figueira gere figos. O cuidador pediu paciência ao dono da plantação, e disse-lhe sobre afofar e adubar a terra para que a figueira finalmente participasse da colheita. De maneira análoga, a Palavra de Jesus nos veio gerar fecundidade, e a vinda de Jesus nos fala da paciência que o Pai dedica a cada um de nós, já que conhecedor das nossas dificuldades.
No fim desta semana reflitamos sobre a urgência de nos afastarmos do pecado. Louvemos nosso Deus e sua misericordiosa paciência.
Marcelo H. Camargos. Acadêmico de medicina na UFMG e membro da Família Missionária Verbum Dei de Belo Horizonte-MG.