Quinto Domingo de Páscoa – Ano B
2 de maio de 2015É a minha paz que eu lhes dou (Jo 14, 27-31a)
5 de maio de 2015“A pessoa que aceita e obedece aos meus mandamentos prova que me ama. E a pessoa que me ama será amada pelo meu Pai, e eu também a amarei e lhe mostrarei quem sou.
Então Judas, não o Judas Iscariotes, perguntou:
– Senhor, como será possível que o senhor mostre somente a nós e não ao mundo quem o senhor é?
Jesus respondeu:
– A pessoa que me ama obedecerá à minha mensagem, e o meu Pai a amará. E o meu Pai e eu viremos viver com ela. A pessoa que não me ama não obedecerá à minha mensagem. E a mensagem que vocês estão escutando não é minha, mas do Pai, que me enviou.
– Tenho dito isso enquanto estou com vocês. Mas o Auxiliador, o Espírito Santo que o Pai vai enviar em meu nome, ensinará a vocês todas as coisas e fará com que lembrem de tudo o que eu disse a vocês.”
O Evangelho de hoje é um convite a entrar na linguagem e na experiência do amor. Peçamos ao Espírito que nos introduza nesta íntima união com o Senhor, para compreender e vivenciar o que nos fala.
“A pessoa que aceita e obedece aos meus mandamentos prova que me ama.” Não leiamos na dimensão do cumprimento de normas e deveres. Jesus está falando de amor. O verbo “obedecer” vem de ob-audire, que significa escutar. Se amamos, a palavra do outro tem peso para nós, seu olhar é o que buscamos. Guardamos essa palavra, acolhemos, pensamos muitas vezes nela, ela marca e move a nossa vida. É disso que se trata.
Por isso, quem ouve assim, quem obedece a Palavra do Senhor prova seu amor a ele. Dá ouvidos e entra numa comunhão de amor com Ele e com o Pai, comunhão que é o próprio Espírito.
“O meu Pai e eu viremos viver com ela.” A vida com Deus é a vida no Seu Amor, nesta experiência íntima e profunda de união, de comunicação, de escuta da Sua Palavra, de obediência. Uma filial, esponsalícia, de amizade, que traz a plenitude de todos os amores, a plenitude do amor, e por isso nos faz capazes de amar. Pois já não cobraremos do outro pelas nossas carências, pelas faltas que sentimos, mas transbordará de nosso interior o que jorra da Fonte que trazemos dentro, e damos atenção, prioridade, valor.
Que o Espírito Santo venha em nosso auxílio para nos recordar no dia a dia e fazer voltar constantemente à Fonte. E que Maria, a mulher que soube viver conectada, viver nesta comunhão de amor, guardando tudo e meditando em seu coração, buscando unir o disperso, nos ensine a riqueza da vida interior e ajude nas escolhas que precisamos fazer para cultivá-la.
Tania Pulier, membro da Família Missionária Verbum Dei e do pré-CVX Cardoner.