Então contarei à minha gente o que tens feito
25 de março de 2018“Então aquele discípulo chegou mais perto de Jesus…”
27 de março de 20181Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi ao povoado de Betânia, onde morava Lázaro, a quem ele tinha ressuscitado. 2Prepararam ali um jantar para Jesus. Marta ajudava a servir, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele. 3Então Maria pegou um frasco cheio de um perfume muito caro, feito de nardo puro. Ela derramou o perfume nos pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos; e toda a casa ficou perfumada. 4Mas Judas Iscariotes, o discípulo que ia trair Jesus, disse:
5— Este perfume vale mais de trezentas moedas de prata . Por que não foi vendido, e o dinheiro, dado aos pobres?
6Judas disse isso, não porque tivesse pena dos pobres, mas porque era ladrão. Ele tomava conta da bolsa de dinheiro e costumava tirar do que punham nela.
7Então Jesus respondeu:
— Deixe Maria em paz! Que ela guarde isso para o dia do meu sepultamento. 8Os pobres estarão sempre com vocês, mas eu não estarei sempre com vocês.
9Muitas pessoas ficaram sabendo que Jesus estava em Betânia. Então foram até lá não só por causa dele, mas também para ver Lázaro, o homem que Jesus tinha ressuscitado. 10Então os chefes dos sacerdotes resolveram matar Lázaro também; 11pois, por causa dele, muitos judeus estavam abandonando os seus líderes e crendo em Jesus.
Bom dia, Trindade Santa!
Abro meu coração diante da cena bíblica de hoje para contemplar o gesto de Maria dos discípulos em sinal de purificação, já a personagem do evangelho de hoje age em sinal de reconhecimento que muito me lembrou agora o Lava-pés, porém com finalidade diferente: Jesus lava os pés da divindade que tinha diante de si.
Maria amava tanto Jesus que lhe enxuga os pés com os próprios cabelos – os pés de um caminhante, sujos muito provavelmente. Ela dá o que tinha de melhor, gasta seu perfume caríssimo, não como artefato da beleza, mas para ungir e mostrar sua devoção.
Na Antiguidade, o perfume era um item de extrema importância nos rituais religiosos. No Egito, as essências eram extraídas e misturadas dentro do templo, dada sua função. As estátuas dos deuses e os cadáveres eram espargidos com perfumes – de um lado o reconhecimento do divino e, do outro, a tentativa de burlar a deterioração da matéria.
Esse conhecimento ancestral acerca do perfume sugere que Maria sabia bem o que estava fazendo. Não era só um amigo qualquer que ali estava para cear, mas o próprio Deus em pessoa. Quem, sabendo disso, não daria o seu melhor para Jesus? Maria deixa o seu perfume impregnado em Jesus.
Enquanto isso, Judas, na sua visão utilitarista, considera a ação um desperdício. Mas, como, se ele era um dos doze amados de Jesus, se ele acompanhava Jesus em sua missão? Sendo discípulo, ele não deveria ajudar Maria ao invés de reprová-la? Sua visão curta o impede de perceber o que aquela mulher havia detectado com muita facilidade.
Diante dessas duas posturas antagônicas, vale refletir.
Na minha vida de hoje, qual dos dois papéis eu represento? Judas ou Maria?
Se me vejo como Judas, o que falta para eu sentir o que é verdadeiramente estar perto do Filho de Deus? Judas era contemporâneo de Jesus. Nisso ele tem vantagem sobre nós, pois pôde ver as ações milagrosas. Nós, porém, pela lógica temporal e bíblica, deveríamos saber muito mais sobre Jesus – dado o conhecimento acumulado – e, assim, teríamos muitíssimo menos motivos para tomar postura similar à do discípulo.
Se “sou” o discípulo, por que, mesmo querendo e prometendo contínuas vezes, não dou a Deus o meu melhor?
Contemplemos calmamente a ação de Maria enquanto pensamos sobre nossa intimidade com Deus, Esse Deus que está com cada um de nós 24 horas por dia sem se cansar. Deus amigo de todas as horas, para quem devemos entregar a melhor parte de nosso coração.
Contemplando a doação de Maria, meditemos ao longo dessa Semana Santa sobre o convite que Jesus nos faz à intimidade ao nos amar até o fim…e depois também.
Amém!
Ana Paula Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte