A Santa Cruz (Jo 3, 13-17)
14 de setembro de 2015Sabedoria de Deus e Fraternidade (Lc 7,31-35)
16 de setembro de 2015Perto da cruz de Jesus estavam a sua mãe, e a irmã dela, e Maria, a esposa de Clopas, e também Maria Madalena. Quando Jesus viu a sua mãe e perto dela o discípulo que ele amava, disse a ela:
— Este é o seu filho.
Em seguida disse a ele:
— Esta é a sua mãe.
E esse discípulo levou a mãe de Jesus para morar dali em diante na casa dele.
Hoje a Igreja celebra a memória de Nossa Senhora das Dores, e o trecho do evangelho proposto é muito oportuno para aprofundarmos nossa intimidade com aquela que só viveu para seu Deus e, como serva, gerou para nós o Filho do Altíssimo.
Nos evangelhos sinóticos, há o trecho de um episódio interessante, quando a mãe e os irmãos de Jesus o procuram e Ele, avisado disso, aponta para seus discípulos e diz: “Vejam! Aqui estão a minha mãe e os meus irmãos. Pois quem faz a vontade do meu Pai, que está no céu, é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mt12, 49-50).
Comparando o trecho do evangelho de hoje e esse outro que acabo de recordar, percebemos, no primeiro, um carinho e cuidado extremos de Jesus em relação a Maria, enquanto que, no segundo, parece haver um distanciamento de Jesus em relação à sua mãe, o que nos dá uma sensação de estranhamento.
Situações assim, que encontramos muitas vezes nos evangelhos, são importantes para nos forçar um mergulho em águas mais profundas. Afinal, o que o Senhor quer nos ensinar?
Penso que podemos aprender muitas coisas e, cada vez que voltarmos a orar com esses textos, mais poderemos aprender. Contudo, escolho um ponto para aprofundarmos hoje.
Todo aquele que faz a vontade de Deus é irmão, irmã e mãe de Jesus. A vontade de Deus é que todos possam conhecer Jesus. Por seu Filho, Deus será glorificado.Então, para isso, precisamos gerar a Palavra de Deus em nós, como fez Maria, e entregá-la ao mundo.
Quantas vezes estaremos nós também, ao pé da cruz, chorando e sofrendo por ver que, apesar de todo nosso esforço, o mundo ainda não vive em paz e não aceita o amor como a lei maior?
Contemplar Maria ao pé da cruz é contemplar a nós mesmos chorando por vermos que a Palavra de Deus ainda não rege o mundo.
Receber Maria em nossa casa, como nossa Mãe, é a oportunidade de aprendermos dela como caminhar, afinal, ela continua com a comunidade, fazendo-se presente nos momentos em que mais se necessita de Deus: “Eles sempre se reuniam todos juntos para orar com as mulheres, a mãe de Jesus e os irmãos dele” (At 1, 14).
Nós, que somos discípulos amados de Jesus, somos convidados a receber Maria como nossa mãe, para aprendermos dela, a primeira discípula, como gerar a Palavra de Deus, como entregar a Palavra ao mundo e como perseverar na fé e na esperança, mesmo que tudo nos possa parecer perdido.
Maria, querida Senhora das Dores, queremos recebê-la e amá-la como o próprio Jesus a amou. Confiamos em sua amizade e companhia. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte