Corpo que dá vida (Lucas 9,11b-17)
26 de maio de 2016A autoridade de Jesus (Marcos 11,27-33)
28 de maio de 20161ª Leitura – 1Pd 4,7-13
Caríssimos: 7O fim de todas as coisas está próximo. Vivei com inteligência e vigiai, dados à oração. 8Sobretudo, cultivai o amor mútuo, com todo o ardor, porque o amor cobre uma multidão de pecados. 9Sede hospitaleiros uns com os outros, sem reclamações. 10Como bons administradores da multiforme graça de Deus, cada um coloque à disposição dos outros o dom que recebeu. 11Se alguém tem o dom de falar, proceda como com palavras de Deus. Se alguém tem o dom do serviço, exerça-o como capacidade proporcionada por Deus, a fim de que, em todas as coisas, Deus seja glorificado, em virtude de Jesus Cristo, a quem pertencem a glória e o poder, pelos séculos dos séculos. Amém. 12Caríssimos, não estranheis o fogo da provação que alastra entre vós, como se alguma coisa de estranho vos estivesse acontecendo. 13Alegrai-vos por participar dos sofrimentos de Cristo, para que possais também exultar de alegria na revelação da sua glória.
Façamos hoje uma oração com Jesus em torno da manifestação do Amor de Deus por meio de nós. Pedro convida seus amigos a cuidar do amor mútuo “com todo o ardor”, sob dois pontos que aqui vamos destacar: a capacidade do amor e os modos como o amor de Deus se manifestam.
O discípulo pede que cuidemos do que sentimos uns pelos outros justamente, porque o amor é capaz de superar uma enormidade de pecados. Justamente é o que Jesus veio pregar: o amor. Por meio desse amor, conseguimos conviver com nossas imperfeições e também conseguimos aceitar o outro com todos os seus defeitos. O princípio implícito nessa justificativa é a verdade de que o Amor de Deus por nós supera todas as nossas limitações e O faz recolher nossas maiores misérias em Seu coração.
O outro ponto a destacar do texto de hoje é um dos modos de o Amor de Deus se manifestar no mundo: por meio de nossos dons colocados a serviço. Doar aquilo que sabemos fazer, ao próximo, é dar oportunidades para que Deus se manifeste. Isso pode ser comprovado quando somos nós os beneficiados. Quando alguém faz por nós um gesto gratuito, fruto de algum dom que tenha, nós ficamos muito felizes pelo que recebemos. O que sentimos de gratidão nesse momento, na verdade, é uma das faces do Amor de Deus sendo reconhecida pelo nosso coração.
É justamente por isso que devemos exercer com afinco a habilidade de doar. Não importa se consideramos nossa doação sem importância. Se aproveitamos nossas habilidades para que a vida do nosso próximo seja melhor, certamente nós também experimentaremos do Amor de Deus.
Pedro afirma que somos administradores da graça multiforme de Deus. O Amor do Pai se manifesta por modos os mais diversificados e a doação daquilo que sabemos fazer é apenas uma delas. Hoje fico pensativa sobre isso. Há tanta diversidade no mundo! Há tantas peculiaridades em cada um de nós, são tantas as culturas, as etnias. Porém o Amor de Deus está presente em todos, moldando-se de acordo com nossas necessidades e possibilidades.
Ser administradores significa fazer com que esse Amor se manifeste, seja distribuído a todos, dando frutos. Nossa missão, nesse sentido, é fazer esse sentimento “render” e a melhor forma de fazer isso é doá-lo. Grande ou pequena, a nossa ação, nesse sentido, nunca será em vão. Os investimentos que podemos fazer no Amor de Deus são a melhor escolha que possamos fazer.
Pedro, no final do texto, alerta-nos para a necessidade de lidarmos com as provações vendo nelas motivo de alegria por estarmos participando do sofrimento de Cristo. Todos sabemos das dificuldades enfrentadas por Jesus para mostrar o Amor de Deus ao mundo e, conosco, em muitas vezes, aparecerão também obstáculos. Muitas vezes, a doação que fazemos não é bem aceita ou não reconhecida pelo outro. Isso não pode ser motivo de desistência, ao contrário, deve fortalecer-nos por sabermos que o próprio Filho de Deus também enfrentou desafios– e os dele eram gigantescos.
Peçamos, juntos, ao Espírito Santo o dom da Sabedoria para que, realmente, saibamos doar ao nosso próximo o que de bom sabemos fazer. Que nossa timidez, nosso egoísmo ou nosso comodismo não nos tirem a oportunidade de efetivar um gesto bom, que fará com que o outro de sinta abraçado por Deus.
Obrigada, Senhor, por sabermos que a doação de nossas habilidades para o bem do próximo são uma morte importante para que Sua Graça Multiforme se manifeste no mundo.
Amém”
Ana Paula Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – BH