Mateus 13,47-53
3 de agosto de 2017Leitura: Mt 14, 1-12
5 de agosto de 2017E voltou para a cidade de Nazaré, onde ele tinha morado. Ele ensinava na sinagoga, e os que o ouviam ficavam admirados e perguntavam:
— De onde vêm a sabedoria dele e o poder que ele tem para fazer milagres? Por acaso ele não é o filho do carpinteiro? A sua mãe não é Maria? Ele não é irmão de Tiago, José, Simão e Judas? Todas as suas irmãs não moram aqui? De onde é que ele consegue tudo isso?
Por isso ficaram desiludidos com ele. Mas Jesus disse:
— Um profeta é respeitado em toda parte, menos na sua terra e na sua casa.
Jesus não pôde fazer muitos milagres ali porque eles não tinham fé.
Espírito Santo, entrego minha mente e meu coração aos seus cuidados. Guie-me na oração.
Senhor, lendo esta passagem de sua vida, coloquei-me a contemplar a cena. Vi o Senhor voltando para sua cidade, carregado de saudade e alegria, pois iria encontrar-se com tantas pessoas que haviam povoado sua vida desde a mais tenra infância.
Agora, que já estava bastante conhecido por toda a Galileia, voltava ali para repartir e compartilhar, com os seus, todas as experiências vividas. Afinal, o Senhor proclamava um Reino de Deus próximo e um Pai misericordioso e podia perceber a transformação que sua mensagem causava na vida de tantas pessoas, bem como testemunhar a manifestação de Deus no meio de todos. Por tudo isso, a cidade onde havia morado não podia ficar de fora da festa do amor.
Seu olhar continha uma alegria viva e procurava o rosto de cada um daqueles que conhecia há tanto tempo. Agora havia chegado a vez de os seus mais próximos se encontrarem com o Deus feito homem. Poderiam contemplar o rosto humano de Deus.
Todos ficaram admirados com tanta sabedoria e tanto poder. O Senhor conseguia arrancar suspiros de admiração. Seu jeito simples e verdadeiro de dizer coisas de grande profundidade despertava sentimentos calados e sonhos esquecidos. Todos começavam a sentir que havia uma esperança, a vida podia ser bem mais do que era, até então.
Mas, após algum tempo, deixaram de olhar para cima e voltaram a olhar para a terra. Como diz o conto, a possibilidade de ser águia parece ter assustado e preferiram voltar à vida de galinha. Você era tão semelhante a eles, tão conhecido de todos, que não podia ser portador de um tesouro tão rico, de uma pérola tão grande.
Contemplando sua decepção com os seus, Senhor, relembrei as tantas vezes em que também quis falar das coisas imensas que estava vivendo, e os meus não me deram ouvido. Também recordei as vezes em que não tive paciência ou, por incredulidade, nem dei atenção suficiente àquilo que os meus queriam me contar. É muito curioso como tendemos a abrir nosso coração para escutar pessoas desconhecidas e, principalmente, com boas credenciais, porém fechamos o coração para ouvir os que são mais próximos. E como posso encontrar Deus, se não me abro? Se não estou disposto a ouvir?
Certa vez, o Senhor disse a um fariseu, chamado Nicodemos: “O vento sopra onde quer, e ouve-se o barulho que ele faz, mas não se sabe de onde ele vem, nem para onde vai. A mesma coisa acontece com todos os que nascem do Espírito” (Jo 3,8).
Ora, aqueles que estão ao meu lado, aos quais conheço desde pequeno – meus parentes, meus vizinhos -, todos eles podem receber o Espírito, dele se encherem e, nele, nascerem de novo. Porém, eu só saberei disso se meu coração estiver aberto para ouvir e acolher.
O Senhor lamentou a incapacidade de seus conterrâneos para enxergar nele mais que um velho conhecido, porém, não parou. Continuou seu caminho e levou adiante o projeto de Deus para a sua vida. Que belo ensinamento sua vida nos dá! Não se esquecer de voltar às raízes, compartilhar o que aprendeu e jamais se deixar desanimar porque alguns não acreditam. Em sintonia com o Pai, seguir o caminho, com determinação, coragem, amor e alegria.
Maria, mãezinha querida e amiga, sob seu olhar sempre atento e carinhoso, queremos renovar nossa confiança na graça de Deus em nossas vidas. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte