Jesus explica a parábola do joio (MT 13,36-43)
31 de julho de 2018Mateus 13, 47-53
2 de agosto de 2018Evangelho: Mt 13,44-46
“— O Reino do Céu é como um tesouro escondido num campo, que certo homem acha e esconde de novo. Fica tão feliz, que vende tudo o que tem, e depois volta, e compra o campo.
— O Reino do Céu é também como um comerciante que anda procurando pérolas finas. Quando encontra uma pérola que é mesmo de grande valor, ele vai, vende tudo o que tem e compra a pérola.”
Reflexão:
Na oração de hoje, peçamos ao Pai a graça de encontrar a essência do que buscamos e oferecer de coração aberto a Ele.
Entrar nesta passagem participando da cena, ouvindo Jesus narrar, enxergando esses buscadores na nossa frente – do tesouro e da pérola. Como são? Como é sua vida, seu dia a dia? Há quanto tempo estão nesta busca? O que já encontraram? Com o que se enganaram? Qual a sua expertise de reconhecer o verdadeiro do falso ou de menor valor. Colocar-nos no lugar de um desses buscadores, participar da sua vida.
Nós também buscamos. Como diz o texto, “Anda procurando”. O que eu ando procurando? Talvez neste momento você esteja em cheio em alguma busca dessas que tomam o tempo, os pensamentos e o coração. É dessas buscas grandes, desejos da vida, que se trata o texto. Talvez já tenha desanimado e sinta-se sem buscas, mas certamente por já ter buscado muito e se frustrado no meio do caminho.
De uma forma ou de outra, sabemos o que é buscar, desejar, porque nosso coração foi feito para isso. Deus o fez com grandes desejos e inquietações, porque fomos feitos para A Vida e O Amor. Trazer memória, então, das nossas buscas, e o que fazemos por elas.
Alguém que quer passar em um concurso, por exemplo. Talvez comece a estudar sem abrir mão de nada, mas, à medida em que percebe que fica longe do objetivo e cultiva em seu coração o desejo, começa a deixar de lado alguns convites para festas, prioriza o tempo de estudo, muda horários, dedica-se. Supõe tempo e cansaço. Mas o que ele busca mesmo? No fundo, não é só um emprego, quem sabe até chato e rotineiro. Atrás da sonhada vaga está o desejo de estabilidade, qualidade de vida, equilíbrio (ter mais tempo para outras dimensões da vida que não só o trabalho).
Alguém que busca o amor da sua vida. Talvez tenha passado de namorado em namorado, se frustrado um pouco. Ou até conseguido casar, constitui família, mas vem a rotina, os desentendimentos… parece que a realidade não corresponde à busca. No fundo, porém, o desejo está. De que? Ser ouvido, compreendido, valorizado. Amar e ser amado, confiar, entregar-se…
Na nossa oração, fazer diante do Pai, em diálogo com Jesus e na inspiração do Espírito, este movimento de colocar diante dos olhos a nossa principal busca e ir ao fundo dela. O que está por trás, mais no fundo, disso que eu tenho concretizar desta maneira? O que busco de verdade quando busco isso?
Claro que precisamos de concretizações e são questões de escolhas que fazemos, melhor se discernidas com Deus. No entanto, o fundo é o que mais importante – o tesouro do baú, a preciosidade da pérola. E esta, em sua forma pura, está no encontro com Deus, na experiência do Seu Amor. Só Ele é o companheiro pleno, só Ele ama incondicionalmente e sem limites, só Ele dá segurança de verdade à nossa vida. Por isso, ao encontrar este fundo, pedir-lhe a graça de aprender a buscar e a receber a cada dia dele, para viver as concretizações – trabalho, relações – sem tanta cobrança, não esperando tudo do outro, mas sabendo nos doar aí e acolher o humano com seus dons e limites.
Tania Pulier, esteticista da alma, membro da CVX Cardoner e da Família Missionária Verbum Dei