O pecado, a justiça e o julgamento (Jo 16, 5-11)
12 de maio de 2015Vos chamo amigos (Jo 15,9-17)
14 de maio de 2015Naqueles dias, os que conduziram Paulo levaram-no até Atenas. De lá, voltando, transmitiram a Silas e Timóteo a ordem de que fossem ter com ele o mais cedo possível. E partiram.
De pé, no meio do Areópago, Paulo disse: “Homens atenienses, em tudo eu vejo que vós sois extremamente religiosos. Com efeito, passando e observando os vossos lugares de culto, encontrei também um altar com esta inscrição: ‘Ao Deus desconhecido’. Pois bem, esse Deus que vós adorais sem conhecer é exatamente aquele que eu vos anuncio. O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo Senhor do céu e da terra, ele não habita em santuários feitos por mãos humanas. Também não é servido por mãos humanas, como se precisasse de alguma coisa; pois é ele que dá a todos vida, respiração e tudo o mais.
De um só homem ele fez toda a raça humana para habitar sobre a face da terra, tendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites de sua habitação. Assim fez, para que buscassem a Deus e para ver se o descobririam, ainda que às apalpadelas. Ele não está longe de cada um de nós, pois nele vivemos, nos movemos e existimos, como disseram alguns dentre vossos poetas: ‘Somos da raça do próprio Deus’.
Sendo, portanto, da raça de Deus, não devemos pensar que a divindade seja semelhante a ouro, prata ou pedra, trabalhados pela arte e imaginação do homem. Mas Deus, sem levar em conta os tempos da ignorância, agora anuncia aos homens que todos e em todo lugar se arrependam, pois ele estabeleceu um dia em que irá julgar o mundo com justiça, por meio do homem que designou, diante de todos, oferecendo uma garantia, ao ressuscitá-lo dos mortos”.
Quando ouviram falar da ressurreição dos mortos, alguns caçoavam, e outros diziam: “Nós te ouviremos falar disso em outra ocasião”. Assim Paulo saiu do meio deles. Alguns, porém, uniram-se a ele e abraçaram a fé. Entre eles estava também Dionísio, o areopagita, uma mulher chamada Dâmaris e outros com eles. Paulo deixou Atenas e foi para Corinto.
Nestes dias, temos lido, nas primeiras leituras, trechos dos Atos dos Apóstolos. Nos trechos do evangelho, temos escutado Jesus prometendo enviar o Espírito Santo e indicando como seria sua atuação. Nos Atos, temos conhecido a força da ação do Espírito Santo na construção da Igreja de Cristo.
Uma das coisas que me encanta em São Paulo é a clareza da ação do Espírito Santo em sua vida.
O Espírito Santo, já prenunciado por Jesus, é capaz de nos dar as palavras adequadas: “Quando introduzirem vocês diante das sinagogas, magistrados e autoridades, não fiquem preocupados como ou com que vocês se defenderão, ou o que dirão. Pois, nessa hora, o Espírito Santo ensinará o que vocês devem dizer” (Lc 12, 11-12) ou como está escrito no trecho do evangelho de hoje: “Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora. Quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará” (Jo 16, 12-13).
Creio que, nessa passagem da vida de Paulo, o Espírito Santo falou através dele. Quanta perspicácia! Quanta força e convicção em suas palavras!
De maneira especial, chamou-me a atenção quando Paulo afirma: “Ele não está longe de cada um de nós, pois nele vivemos, nos movemos e existimos, como disseram alguns dentre vossos poetas: ‘Somos da raça do próprio Deus’”
Minha oração me levou a perceber que há um fio a interligar a possibilidade da ação do Espírito em Paulo e sua convicção da proximidade de Deus.
Paulo viveu de tal forma ligado a Deus, que a certa altura de sua vida podia afirmar: “Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim” (Gal 2, 20a).
Ora, se Cristo já vive nele, o Espírito falará por ele e tal proximidade o fará perceber que está vivendo, movendo-se e existindo em Deus.
Todos estamos, mas quem é capaz de perceber sua vida em Deus?
O convite de hoje é perceber a necessidade de estarmos sempre conectados a Jesus – a suas palavras, seus ensinamentos, sua vida. Permitir e possibilitar que nossa vida vá se conformando à vida dele, de tal modo que possamos dizer como Paulo que Cristo vive em nós, que em Deus vivemos, nos movemos e existimos.
Que em nossas orações, o Espírito nos inspire a Palavra Viva, para que ela seja sempre uma semente de transformação de nossa realidade. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte