Logo depois, Jesus ordenou aos discípulos que subissem no barco e fossem na frente para o povoado de Betsaida, no lado leste do lago, enquanto ele mandava o povo embora. Depois de se despedir dos discípulos, Jesus subiu um monte a fim de orar ali. Quando chegou a noite, o barco estava no meio do lago, e Jesus estava em terra, sozinho. Ele viu que os discípulos estavam remando com dificuldade porque o vento soprava contra eles. Já de madrugada, entre as três e as seis horas, Jesus foi até lá, andando em cima da água, e ia passar adiante deles.

Quando viram Jesus andando em cima da água, os discípulos pensaram que ele era um fantasma e começaram a gritar. Todos ficaram apavorados com o que viram. Mas logo Jesus falou com eles, dizendo:

— Coragem, sou eu! Não tenham medo!

Aí subiu no barco com eles, e o vento se acalmou. Os discípulos estavam completamente apavorados. É que a mente deles estava fechada, e eles não tinham entendido o milagre dos pães.

A mente dos discípulos estava fechada. Eles não conseguiam entender o que estava acontecendo e estavam completamente apavorados.

Nós podemos partir deste ponto para aprofundar em nossa oração hoje.

Quando ficamos com medo ou apavorados, conseguimos compreender bem a situação que estamos vivendo?

O medo, normalmente, obscurece nossa capacidade de discernimento e, então, fazemos muitas besteiras ou tomamos decisões que nos levam ao arrependimento ou à tristeza. Muito dificilmente tomamos decisões acertadas quando estamos com medo.

Importa distinguirmos bem o comportamento de quem não tem medo daquele que é imprudente ou leviano. Não ter medo é poder tomar as decisões, após um bom discernimento, com total liberdade, sem receio do que os outros vão pensar, de que pode não ser o mais lucrativo, contudo é o mais justo ou honesto, de que pode não nos beneficiar tanto mas vai beneficiar outros que precisam mais que nós e assim por diante. Não ter medo é confiar que uma decisão tomada com o devido discernimento que vem do amor, será sempre a melhor decisão, mesmo que não consigamos perceber com muita clareza.

Hoje Jesus nos diz: “Coragem, sou eu! Não tenham medo!”. Em outra ocasião Ele vai nos dizer para permanecermos nele, pois Ele é a videira e nós somos os ramos e sozinhos nada podemos.

Nossa oração hoje pode ser, também, aprofundar nessa necessidade de permanecermos sempre em Jesus. Para isto é importante que possamos levar nossa oração para nossa vida cotidiana, ou seja, assimilar a Palavra que oramos e vivê-la.

Como estamos vivendo a Palavra que oramos?

Nossa vida cotidiana, na família, na escola, no trabalho, onde quer que estejamos, é diferente daquilo que oramos ou está alinhada com o que experimentamos na leitura orante?

Deixar que Jesus suba no barco de nosso dia a dia, sem medo, pois é Ele que poderá acalmar os ventos e as tempestades que nos assolam.

Na primeira leitura de hoje (1Jo 4, 11-18) podemos ler: “No amor não há medo; o amor que é totalmente verdadeiro afasta o medo. Portanto, aquele que sente medo não tem no seu coração o amor totalmente verdadeiro, porque o medo mostra que existe castigo”.

Nosso pior castigo é vivermos afastados de Jesus.

Senhor, nos ajude a perder nossos medos e, assim, podermos ficar, cada vez mais, unidos a você. Amém!

***

João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte