“Não sereis vós que havereis de falar, mas sim o Espírito do vosso Pai”
10 de julho de 2020“A vós foi dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus”
12 de julho de 202011/07/2020 – Sábado da 14º semana do Tempo Comum – Mt 10,24-33
“Não tenhais medo daqueles que matam o corpo”
Leitura. O que diz o texto?
Hoje Jesus coloca no seu discurso missionário a expressão “Não tenham medo”. Ele oferece algumas razões para isso. Uma delas é que, apesar do anúncio do Reino parecer estar escondido pela astúcia do mal e sufocado pela ameaça das perseguições, acontecerá uma reviravolta completa e veremos, no triunfo de Cristo, a vitória dos que optaram pela justiça do Reino. Por isso os discípulos são encorajados a anunciarem sem medo, em pleno dia, principalmente após a vitória de Cristo sobre a morte, na ressurreição. E eles o fazem, dando a vida como testemunhas de Jesus. Estão certos de que, sendo mortos por causa da missão, não estão perdendo a vida. A nossa vida está na palma da mão de Deus, que tudo conduz. Seus seguidores e seguidoras terão a sua assistência carinhosa, ele que cuida dos animais mais simples. Não há razão para ter medo.
Meditação. O que Deus nos diz através desse texto?
A expressão “não tenhais medo” é frequente na Bíblia e vários personagens a escutaram da boca de Deus ou de seus mensageiros. Ele chama para uma missão, a pessoa não se sente capaz e quer recuar. Então escuta essa promessa de Deus: “não tenhais medo”, “Eu estarei contigo!”. Assim escutaram: Moisés, Isaías, Jeremias, e também Maria Mãe de Jesus, ao ouvir o anúncio do Anjo. E, diante da promessa, acreditaram e disseram o seu “sim” ao chamado para a missão. A garantia é a Palavra de Deus.
Oração. O que o texto me faz dizer a Deus?
“De todos os temores me livrou o Senhor Deus” – exclama confiante o salmista (Sl 34,5). Peço hoje a graça de não ficar paralisado pelo medo que impede a caminhada. Abre os meus ouvidos para novamente escutar a sua palavra: “Não temas; Eu estou contigo!”.
Contemplação. O que o texto faz em mim?
O medo faz parte das emoções humanas. Serve como autoproteção quando a atitude é a prudência. Porém quando se torna um fator paralisante, impedindo a tomada de decisões e ações mais ousadas, precisamos da força da fé que nos encoraja a dar o passo decisivo. “Aquele que vos chamou é fiel” (1Ts 5,24). Sinta, no silêncio contemplativo, essa segurança que só pode vir de Deus. Não estamos perdendo a vida quando a gastamos na obra da construção do Reino. A promessa dele é fiel, sempre se cumpre.
O que o texto me sugere a viver?
No cumprimento da missão dada por Deus, não importa o quanto seja difícil; nossa atitude é perseverante. Mesmo no sofrimento e na dor, acompanhada dos que tentam nos desanimar, tentando semear o medo, não desistimos, porque confiamos na Palavra daquele que nos chamou.
Diác. Glêvison Felipe Lourenço de Sousa*
*Diácono permanente da Arquidiocese de Belo Horizonte, MG. Colaborador e residente na Paróquia São José – Vespasiano MG, Brasil