O que fazer com o que se perdeu? – Mt 18,12-14
9 de dezembro de 2014Advento: acolhida e esperança (Mt 17,10-13)
13 de dezembro de 2014“Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judéia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel.
Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre
e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
Com um grande grito, exclamou:
“Bendita és tu entre as mulheres
e bendito é o fruto do teu ventre!”
Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?
Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre.
Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido, o que o Senhor lhe prometeu”.
Então Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador”.
Hoje comemoramos a festa de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina. A “Senhora do Céu”, como se mostrou ao índio Juan Diego confirmando a fé em Jesus Cristo e conclamando à paz, é a mulher do qual nasceu o Filho de Deus para nos remir, para nos fazer filhos nEle, recebendo a adoção filial e o seu mesmo Espírito, como nos fala a primeira leitura de hoje (Gl 4,4-7). Leitura que finaliza assim: “Portanto, já não és escravo, mas filho. E, se és filho, então também herdeiro por Deus.” Já não somos escravos. Já não precisamos viver atados a tantas coisas que consomem nossa vida, dependentes delas. Somos filhos!
Mas o que significa viver como filhos de Deus e herdeiros do Reino? Como viver nossa familiaridade com Deus? Maria nos ensina.
Como diz no Evangelho: “Ela se levantou.” Na tradução aqui: “Ela partiu.” Que difícil nos levantarmos de nossos comodismos! Que difícil partir, ainda mais quando temos motivos para não o fazer e o caminho é árduo, montanhoso. Partir para ir ao encontro do outro que intuímos precisar, ainda mais “às pressas”, ainda mais com prontidão e no tempo dele, não no nosso!
“Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre.” Como Maria materializa o dom de Deus em sua vida, ou melhor, deixa Deus materializar-se nela? Maria deixa Deus ser Deus em sua vida! Seus gestos, sua voz, seu serviço: ela é toda envolvida em Deus e toda de Deus!
Às vezes nos deixamos levar pelo materialismo, pelo mundo da eficácia, da produtividade, da rapidez. Neste mundo não há muito espaço para a luz. Mas não é esta a onda de Maria. A onda do SERVIÇO é tão outra! Tão concreta, mas tão humilde, sem brilhos e pompas, sem a busca do reconhecimento. A busca é de entregar-se diante da necessidade do outro, em pequenos gestos, mas com todo o amor do coração.
“Se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador”. Ensina-nos, Mãe de Guadalupe, querida Lupita, esta alegria que você ensinou ao índio Juán Diego também, de alicerçar a nossa vida no Senhor. Ajuda-nos a perfumar com as suas rosas, o aroma delicado da fé, os ambientes por onde passarmos. E nos momentos em que desfalecemos na fé, na esperança e no amor, fala-nos, Mãe, como a Juán Diego: “Não temas! Não estou eu aqui que sou tua Mãe?”
Tania Pulier, comunicadora social, membro da Família Missionária Verbum Dei e do pré-CVX Cardoner.