VI Domingo de Páscoa– Ano C
1 de maio de 2016Quem me vê vê também o Pai (Jo 14, 6-14)
3 de maio de 2016— Quando chegar o Auxiliador, o Espírito da verdade, que vem do Pai, ele falará a respeito de mim. E sou eu quem enviará esse Auxiliador a vocês da parte do Pai. E vocês também falarão a meu respeito porque estão comigo desde o começo.
E Jesus disse ainda:
— Eu digo isso para que vocês não abandonem a sua fé. Vocês serão expulsos das sinagogas, e chegará o tempo em que qualquer um que os matar pensará que está fazendo a vontade de Deus. Eles vão fazer essas coisas porque não conhecem nem o Pai nem a mim. Mas eu digo isso para que, quando essas coisas acontecerem, vocês lembrem que eu já os tinha avisado.
Alegro-me de poder compartilhar com vocês minha oração nesta segunda-feira e desejo a todos uma ótima semana, plena da paz de Jesus Cristo, conforme o trecho do evangelho que lemos ontem. Uma paz que é diferente da paz que o mundo nos dá.
Colocando-nos em silêncio, peçamos ao Espírito Santo, prometido por Jesus no trecho do evangelho de hoje, o auxílio necessário para melhor compreendermos as palavras que estamos orando.
Quando acolhemos a presença do Espírito Santo em nosso coração e sentimos sua força e a alegria de tudo que Ele nos revela, somos impelidos a falar de Jesus.
Mais que falar, somos impelidos a praticar o que Jesus ensinou e, então, percebemos que nos colocar a serviço dos outros, principalmente dos menores, é o que faz sentido para nossa vida e nossa existência. Passamos a desejar que a lógica desse amor-serviço seja a base estruturante de nossa sociedade, porém nos damos conta de que o mundo não conhece Jesus e continua a rejeitá-lo.
Sempre que nos deparamos com situações de conflito, entre aquilo a que o evangelho nos impulsiona e aquilo que encontramos no mundo, vivemos momentos importantes de nossa fé. Sentimos forças sombrias tentando nos desanimar e querendo roubar nossa esperança.
Neste trecho do evangelho, Jesus nos fala do Espírito Santo, que Ele nos envia como o Auxiliador, o Espírito da verdade.
Na minha oração, ajuda-me muito pensar no Espírito Santo como o Auxiliador e o Espírito da verdade, pois percebo que, nos momentos mais intensos de conflito, tudo o que importa é conseguir discernir o que é verdadeiro do que é falso. Identificar o que é verdadeiro, mesmo que seja duro, traz paz ao meu coração. E saber que Jesus nos envia um Espírito que irá nos auxiliar a identificar a verdade é muito reconfortante.
Não obstante, Jesus deixa claro que haverá muitas dificuldades a serem enfrentadas. Ele nos oferece a paz que sempre desejamos, a vida plena pela qual sempre ansiamos, mas não esconde quais são as cruzes que teremos de carregar e nos esclarece porquê faz isso: “Eu digo isso para que vocês não abandonem a sua fé.”
O evangelista menciona coisas que aconteciam naquela época, expulsões de sinagogas e martírios, para animar as comunidades a permanecerem na fé, porém podemos atualizar as perseguições para realidades que vivemos hoje. Muitas vezes, as manifestações contrárias e os ataques “do mundo” aos seguidores de Jesus se dá de outras maneiras.
Para melhor exemplificar, lembremos o discurso do Papa Francisco no Encontro Mundial de Movimentos Populares, ocorrido entre os dias 27 e 29 de outubro de 2014, que diz assim:
“Este encontro nosso responde a um anseio muito concreto, algo que qualquer pai, qualquer mãe quer para os seus filhos; um anseio que deveria estar ao alcance de todos, mas que hoje vemos com tristeza cada vez mais longe da maioria: terra, teto e trabalho. É estranho, mas, se eu falo disso para alguns, significa que o papa é comunista.
Não se entende que o amor pelos pobres está no centro do Evangelho. Terra, teto e trabalho – isso pelo qual vocês lutam – são direitos sagrados. Reivindicar isso não é nada raro, é a doutrina social da Igreja”.
Pois bem, percebemos que o próprio Papa sofre perseguições quando querem imputar-lhe um rótulo na tentativa de demovê-lo de evangelizar conforme é seu entendimento do evangelho.
Quando nos acontece algo parecido, como nos comportamos? O quê fazemos para nos mantermos fiéis ao evangelho e não perdermos a fé?
Que o Espírito Santo seja pleno em nós e possa nos auxiliar, cada vez mais, a compreender a Palavra de Deus e a nos manter firmes no Seu caminho. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte