Jesus fala da destruição do Templo
28 de novembro de 2017Imediatamente o seguiram (Mt 4, 18-22)
30 de novembro de 2017Evangelho: Lucas 21, 12-19
“Mas, antes de acontecer tudo isso, vocês serão presos e perseguidos. Vocês serão entregues para serem julgados nas sinagogas e depois serão jogados na cadeia. Por serem meus seguidores, vocês serão levados aos reis e aos governadores para serem julgados. E isso dará oportunidade a vocês para anunciarem o evangelho. Resolvam desde já que não vão ficar preocupados, antes da hora, com o que dirão para se defender. Porque eu lhes darei palavras e sabedoria que os seus inimigos não poderão resistir, nem negar. Vocês serão entregues às autoridades pelos seus próprios pais, irmãos, parentes e amigos, e alguns de vocês serão mortos. Todos odiarão vocês por serem meus seguidores. Mas nem um fio de cabelo de vocês será perdido. Fiquem firmes, pois assim vocês serão salvos.”
Reflexão:
Na oração de hoje, peçamos ao Pai a graça da perseverança na fidelidade ao Evangelho.
Este trecho faz parte do discurso escatológico do Evangelho de Lucas, que fala do fim dos tempos. Não um fim longínquo; trata-se, sim, de uma linguagem usada numa época difícil e de perseguição, para falar do que já estava acontecendo, assim como a primeira leitura, tirada do capítulo 5 do livro de Daniel. Muitos discípulos já estavam sendo entregues por ser seguidor de Jesus.
Ainda hoje há lugares em que a perseguição aos cristãos é explícita. Não é a nossa realidade, num país de maioria cristã. No entanto, também é, se falarmos não de uma profissão religiosa, mas do testemunho do Evangelho.
Se começarmos a seguir de fato a Jesus Cristo em todas as dimensões da nossa vida – nos relacionamentos familiares, nas amizades, no trabalho, na escola, na política, na vida social, etc. –, encontraremos perseguições rapidamente. Opor-se ao consumismo, ao individualismo, à discriminação numa sociedade que os pratica é ir contra a corrente. Ser solidário, fraterno, honesto, defender a verdade e a justiça é ser no mínimo taxado de bobo.
Não é que busquemos a perseguição. Buscamos é seguir a Cristo, e só podemos buscar isso de verdade se fazemos experiência do seu amor e da plenitude que a vida nEle nos oferece. No entanto, segui-lo num ambiente contrário a ele traz como consequência a perseguição que, por isso, acaba sendo um dos termômetros do seguimento. Se a minha estiver muito fácil e adaptada, posso questionar-me da autenticidade do meu seguimento. Se sofro zombaria, incompreensão, oposição e preciso várias vezes dar passos custosos, até sofridos em nome do Evangelho, do verdadeiro amor, começo a aproximar-me da vivência do chamado.
Peçamos ao Espírito que, no fim deste ano litúrgico, nos ajude a fazer uma revisão sincera do nosso seguimento e nos dê a graça da experiência da vida plena que o seguimento proporciona, para que isso nos leve a ser cada vez mais firmes e autênticos.
Tania Pulier, jornalista e teóloga, membro da CVX Cardoner e da Família Missionária Verbum Dei