Olhos bem abertos [Mateus 25,1-13]
26 de agosto de 2016XXII Domingo do Tempo Comum – Ano C
28 de agosto de 2016Leitura: Mateus 25, 14-30
Naquele tempo, Jesus disse:
— O Reino do Céu será como um homem que ia fazer uma viagem. Ele chamou os seus empregados e os pôs para tomarem conta da sua propriedade. E lhes deu dinheiro de acordo com a capacidade de cada um: ao primeiro deu quinhentas moedas de ouro; ao segundo deu duzentas; e ao terceiro deu cem. Então foi viajar. O empregado que tinha recebido quinhentas moedas saiu logo, fez negócios com o dinheiro e conseguiu outras quinhentas. Do mesmo modo, o que havia recebido duzentas moedas conseguiu outras duzentas. Mas o que tinha recebido cem moedas saiu, fez um buraco na terra e escondeu o dinheiro do patrão. Depois de muito tempo, o patrão voltou e fez um acerto de contas com eles. O empregado que havia recebido quinhentas moedas chegou e entregou mais quinhentas, dizendo: “O senhor me deu quinhentas moedas. Veja! Aqui estão mais quinhentas que consegui ganhar.” “Muito bem, empregado bom e fiel”, disse o patrão. “Você foi fiel negociando com pouco dinheiro, e por isso vou pôr você para negociar com muito. Venha festejar comigo!” Então o empregado que havia recebido duzentas moedas chegou e disse: “O senhor me deu duzentas moedas. Veja! Aqui estão mais duzentas que consegui ganhar.” “Muito bem, empregado bom e fiel”, disse o patrão. “Você foi fiel negociando com pouco dinheiro, e por isso vou pôr você para negociar com muito. Venha festejar comigo!” Aí o empregado que havia recebido cem moedas chegou e disse: “Eu sei que o senhor é um homem duro, que colhe onde não plantou e junta onde não semeou. Fiquei com medo e por isso escondi o seu dinheiro na terra. Veja! Aqui está o seu dinheiro.” “Empregado mau e preguiçoso!”, disse o patrão. “Você sabia que colho onde não plantei e junto onde não semeei. Por isso você devia ter depositado o meu dinheiro no banco, e, quando eu voltasse, o receberia com juros.” Depois virou-se para os outros empregados e disse: “Tirem dele o dinheiro e deem ao que tem mil moedas. Porque aquele que tem muito receberá mais e assim terá mais ainda; mas quem não tem, até o pouco que tem será tirado dele. E joguem fora, na escuridão, o empregado inútil. Ali ele vai chorar e ranger os dentes de desespero.”
Oração:
A parábola dos talentos, como é conhecida a história que Jesus conta no evangelho de hoje, fala-nos do que o Pai espera da nossa vida…
O primeiro passo da nossa oração será olhar para minha vida e perceber os talentos que Deus me deu para construir o Reino. Talvez eu seja um bom conselheiro, cujas palavras podem ajudar as pessoas a discernir seus caminhos. Talvez eu seja alguém habilidoso com as palavras e, assim, consiga comunicar bem as ideias. Talvez eu seja ótimo com os números, chamado a trabalhar no planejamento de prédios, pontes e veículos. São infinitos os dons que o Pai pode distribuir entre seus filhos. É possível que eu já tenha percebido alguns desses talentos que Ele me deu. Posso começar a oração dizendo: “Obrigado, Senhor, por ter sido tão bondoso quando me criou… o Senhor me fez assim… Posso tentar construir o Reino dessa forma… há algo mais em mim escondido, que o Senhor deseja ver frutificar?”
O segundo passo da oração será olhar para meu cotidiano e minha história e tentar perceber que tipo de “empregado” eu sou. Sou como aqueles que, tendo recebido tantas moedas, investiram e puderam devolver o dobro ao dono? Ou tenho sido como aquele que, escrupuloso, preferiu enterrar suas moedas para poder ao menos devolvê-las ao patrão? Em outras palavras, estou me colocando com inteireza a serviço do Reino, lançando mão de tudo aquilo com que fui agraciado na construção de um mundo mais justo, onde se vive com mais igualdade, dignidade, alegria e amor? Ou vivo na segurança do meu egoísmo, sob a proteção das minhas portas, janelas e coração fechados?
No fim da oração, se eu percebo que tenho multiplicado os meus dons, posso pedir ao Espírito que continue me dando a luz necessária para perceber novos dons e ter firmeza na partilha daqueles que já reconheço possuir. Mas se eu percebo que o medo tem me paralisado, tirando de mim a possibilidade de amar, posso pedir ao Espírito que me dê a abertura necessária para ter mais amor que temor, a fim de que tudo aquilo que Ele pôs em mim quando me criou possa ser usado como fermento na massa, sal da terra e luz do mundo.
João Gustavo H. M. Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte