Jesus chora com pena de Jerusalém
23 de novembro de 2017A pergunta sobre a ressurreição (LC 20, 27 – 40)
25 de novembro de 2017Jesus entrou no pátio do Templo e começou a expulsar dali os vendedores. Ele lhes disse:
— Nas Escrituras Sagradas está escrito que Deus disse o seguinte: “A minha casa será uma ‘Casa de oração’.” Mas vocês a transformaram num esconderijo de ladrões.
Jesus ensinava no pátio do Templo todos os dias. Os chefes dos sacerdotes, os mestres da Lei e os líderes do povo queriam matá-lo. Mas não achavam jeito de fazer isso, pois todos o escutavam com muita atenção.
Bom dia Papai, que está no céu! Bom dia Jesus, minha gratidão por querer ser nosso amigo e irmão! Bom dia, Espírito Santo, fonte de alegria, amor e fé. Bom dia mãezinha querida, que nos acompanha nesta caminhada rumo ao seu filho.
Jesus, a leitura de hoje faz-me vê-lo muito humano. Você age como muitas vezes agimos nos momentos em que não é possível conter a indignação em relação a alguma situação e utilizamos de muito vigor para expressar nossa desaprovação.
Nós, com frequência, fazemos isso com raiva, mas como aprendemos que raiva é pecado, não gostamos nem de imaginar que você estivesse com raiva. Qual sentimento seria, então?
São Paulo, na Carta aos Efésios, diz uma coisa que pode nos ajudar a pensar melhor: “Se vocês ficarem com raiva, não deixem que isso faça com que pequem e não fiquem o dia inteiro com raiva. Não deem ao Diabo oportunidade para tentar vocês” (Ef 4,26-27).
Então, Jesus, provavelmente o que você sentiu foi o mesmo que sinto várias vezes, raiva por causa de coisas que me indignam. Isso me faz senti-lo ainda mais próximo a mim. Leva-me a perceber os desdobramentos da cena, atualizando-os para nossos dias e a refletir sobre dois aspectos que podem ser utilizados para aprofundar nossa oração de hoje.
Começaria por indagar sobre uma crença de civilidade que temos formado: de que o tratamento entre as pessoas deva sempre ser doce e amável, caso contrário, não é adequado. Ora, não podemos, realmente, aceitar violências e agressões físicas ou psicológicas, mas há situações que sugerem a utilização de mais energia para o mestre transmitir o ensinamento necessário.
Em todos os nossos relacionamentos, somos mestres e também aprendizes, portanto devemos saber lidar com situações desse tipo, tanto para não ficarmos magoados, como também para sabermos controlar nossa raiva, de tal forma que ela não nos leve a pecar e que não dure por muito tempo, segundo o conselho paulino.
Olhando por outro aspecto, há que saber ponderar bem nas situações em que pessoas queridas por nós “levam um corretivo”, principalmente nossos filhos crianças e adolescentes. Muitas vezes, atitudes que, num primeiro momento, sugerem amor e carinho, como protegê-los de ser corrigidos pelos professores na escola, não são, de fato, amor, pois não os tornarão pessoas melhores.
Podemos utilizar a seguinte dinâmica para aprofundar essa questão em nossa oração. Se, nesta cena do evangelho, eu fosse um dos vendedores, qual seria minha atitude? O que pensaria sobre Jesus? Que julgamento eu faria dele?
Depois disso, confrontar minha resposta com situações em que “levei corretivo” e fiquei chateado e, então, deixar que o Espírito Santo ilumine meu coração e minhas emoções.
Um outro aspecto que o texto de hoje me aponta e podemos aprofundar na oração é recobrarmos a consciência de que nós somos templos de Deus. A Trindade habita em nós e, portanto, nosso corpo também deve ser uma “Casa de oração”.
Como tenho tratado esta “Casa de oração”? O que tenho negociado? Tenho deixado para depois um tratamento médico que preciso fazer? Uma reeducação alimentar que já está passando da hora? Um programa de atividade física que nunca arrumo tempo para começar? Preciso começar a dormir com mais regularidade, mas sempre há alguma coisa a fazer?
As estatísticas sobre o número de pessoas com males causados por uma ansiedade crescente sugerem que precisamos recobrar, e muito, a consciência de que somos uma “Casa de oração”. Um lugar em que precisamos ir para ficar a sós com Deus, sem negócios e negociatas, sem agitação e busca do prazer, sem whatsapp e necessidade de “estar conectado”. Apenas ir para lá e ficar na presença misericordiosa de Deus. Apenas ter um tempo, diariamente, para saber que Ele está.
O exercício diário de manter a consciência de ser morada de Deus e de estar em sua presença vai nos ajudar a ter raiva e não pecar, bem como não deixar que ela se estenda por muito tempo e se transforme em oportunidade para ação do Diabo. Também irá nos ajudar a reconhecer nossas falhas quando “levarmos um corretivo”, contribuindo para vivermos com maior serenidade.
Espírito Santo, mantenha-me sempre consciente de que sou morada de Deus, iluminando minhas decisões e afazeres, de tal forma que eu sempre possa voltar e me reconfortar na presença da Trindade, reconhecendo minhas falhas e limitações. Maria, mãezinha querida, acompanhe-me nesta caminhada. Sua presença me anima a seguir. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte