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Lc 6,36-38
Misericordiosos como o Pai
Leitura. O que diz o texto?
Jesus está ensinando aos seus discípulos e discípulas no chamado “sermão da planície” do evangelho de Lucas. Nesse discurso ele fala das bem-aventuranças, dos “ais” (“ai de vós…”) e também fala do amor aos inimigos. No trecho de hoje ensina sobre a misericórdia e a gratuidade. Orienta a perdoar alguém, mesmo que essa pessoa não mereça o perdão, como seu Pai faz. Porque a misericórdia e o perdão de Deus não são questão de merecimento, meritocracia, mas é pura graça, gratuidade.
Meditação. O que Deus nos diz através desse texto?
Deus sempre tratou o seu povo com compaixão, escolhendo ser misericordioso e não punitivo, mesmo sabendo que o povo merecia ser castigado (Os 11,8-9). Misericórdia é um dos significados da palavra hebraica hesed, que assemelha a conceder a graça, o perdão. Misericórdia também significa aproximar o meu coração (cordis) à miséria do outro (miserere). O texto de hoje nos convida a sermos “imitadores de Deus” (Ef 5,1) sendo misericordiosos uns com os outros na mesma medida em que ele é conosco.
Oração. O que o texto me faz dizer a Deus?
Pai bondoso, agradecemos pela vossa infinita misericórdia, pois sabemos que “O Senhor é compassivo e clemente, lento para a cólera e repleto de amor” (Sl 103,8).
Contemplação. O que o texto faz em mim?
Experimente a bondade e o amor de Deus, que nunca se cansa de perdoar. Quantas vezes? Não somente sete vezes, mas infinitamente. O perdão é dom de Deus. Peça esta graça de viver o que falamos todos os dias na oração do Pai nosso: “assim como nós perdoamos a quem nos ofendeu…”.
O que o texto me sugere a viver?
“Revistam-se portanto de sentimentos de compaixão…” é o que nos exorta o Apóstolo Paulo (Col 3,12). Que sejamos “imitadores de Deus”, lentos para julgar, dispostos a dar outra chance a quem errou. Vamos nos lembrar que todos somos pecadores, necessitados da misericórdia de Deus e não somente os outros. Perdoar é um processo. O primeiro passo para perdoar é se aliviar do peso da mágoa e do rancor que carregamos no coração, ficar livre diante do mal sofrido. Reconciliação é um outro passo, futuro.
Diác. Glêvison Felipe Lourenço de Sousa*
*Diácono permanente da Arquidiocese de Belo Horizonte, MG. Pós-graduado em Sagrada Escritura pelo Claretiano – Centro Universitário. Membro da Coordenação Colegiada Arquidiocesana da Pastoral Carcerária. Colaborador e residente na Paróquia São José – Vespasiano MG, Brasil.