Lucas 21,12-19

“Antes de tudo isso, porém, hão de vos prender, de vos perseguir, de vos entregar às sinagogas e às prisões, de vos conduzir a reis e governadores por causa do meu nome, e isso vos será ocasião de testemunho. Tende presente em vossos corações não premeditar vossa defesa; pois eu vos darei eloquência e sabedoria, às quais nenhum de vossos adversários poderá resistir, nem contradizer. Sereis traídos, até por vosso pai e mãe, irmãos, parentes, amigos, e farão morrer pessoas do vosso meio, e sereis odiados de todos por causa de meu nome. Mas nem um só cabelo de vossa cabeça se perderá. É pela perseverança que mantereis vossas vidas!”

Meu nome

O desejo de todo seguidor de Cristo reside em guardar a fé, conservar a vida, embora caminhemos com pés descalços, muitas vezes em terrenos repletos de espinhos. Para viver o desejo, Jesus me diz: seja perseverante. Mas admitindo passar por momentos de muita confusão, de questionamentos sobre a vida e o sentido de tudo isso que está em torno, resta-me perseverar em que?

O texto de hoje recorda-me um fragmento do sermão da montanha, tamanha a semelhança entre os recados de Jesus: “Felizes sois, quando vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por causa de mim” (Mateus 5,11). Traçando um paralelo entre esses dois textos, percebo que, se no primeiro deles Jesus aponta um conjunto de situações horríveis a que estamos sujeitos em seu seguimento, no segundo nos fala que seremos felizes passando por elas. Qual sentido pode haver nesse contraste? O que nos fará felizes no terror e no abandono? O paralelo me responde: a perseverança.

Na união dos dois textos, logo percebo uma expressão cujo sentido se repete, e para o qual convergem todos os desafios, todas as provas: “meu nome; mim”. Jesus me fala de si mesmo, revelando-me que a perseverança que mantém a vida é aquela que me faz participar de seu nome. Fala-me para perseverar nele, pois nele não há abandono, mas felicidade completa que vem de suas palavras de vida eterna.

Rezemos então para que sejamos capazes de recordar os ensinamentos de Cristo em todos os momentos de dificuldade por que passarmos. Perseveremos no nome dele, com a esperança de que caminhamos inspirados pela eloquência e sabedoria que ele nos promete.

Marcelo H. Camargos – estudante de Medicina na UFMG – membro da Família Missionária Verbum Dei de Belo Horizonte