Amorosa confiança filial (Mateus 6,24-34)
21 de junho de 2014Lucas 1,57-66.80
24 de junho de 2014LEITURA
“Não julgueis para não serdes julgados. Pois com o julgamento com que julgais sereis julgados, e com a medida com que medis sereis medidos. Por que reparas no cisco que está no olho do teu irmão, quando não percebes a trave que está no teu? Ou como poderás dizer ao teu irmão: ‘Deixa-me tirar o cisco do teu olho’, quando tu mesmo tens uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão”.
Convertido e, então, conversor
A palavra de Jesus é uma mensagem ativa, que nos convida à evangelização, chamando-nos à luta para a conversão de nossos irmãos. Para isso, precisamos ser indivíduos observadores, a fim de enxergarmos os erros daqueles que convivem conosco e, colocando-nos em humildade e compaixão, estarmos aptos à transformá-los, corrigi-los, com conselhos ou exemplos, segundo a vontade de nosso Deus. Essa é nossa missão, e não seremos legítimos seguidores de Cristo se não procurarmos vivê-la em cada dia. Sendo assim, aquela máxima de nossos dias -“cada um que cuide de sua vida” – não tem nenhum sentido para aqueles que desejam viver o chamado de Jesus nos nossos dias.
Por outro lado, antes de estarmos preparados para a evangelização, para a busca da conversão de nossos irmãos, Jesus nos alerta quanto à possibilidade de sermos indivíduos hipócritas, quando nós mesmos não somos e vivemos aquilo que pregamos. Desse modo, a nossa própria conversão deve estar à frente de qualquer juízo ou medida.
Esse alerta quanto à hipocrisia é de extraordinário valor atual, especialmente em decorrência da internet e das redes sociais, que nos oferecem uma ampliação de nossa rede de contatos e relacionamentos, embora com maior superficialidade. Então, apesar de conhecermos milhares de vezes mais pessoas que as gerações anteriores, notamos conhecê-las em menor profundidade. A consequência disso é sermos observadores e protagonistas de um vasto repertório de julgamentos vazios e condenações gratuitas, fazendo com que a crítica de Jesus tenha tamanha importância neste século.
Estejamos então mais atentos quanto à nossa própria conversão, para que enxerguemos adequadamente as traves de nossos olhos e sejamos, em dignidade e legitimidade, disseminadores da palavra de Jesus. Assim, portadores da salvação oferecida por Cristo, esperaremos a paz da justiça de Deus.
Marcelo H. Camargos. Estudante de medicina na UFMG. Fraternidade Missionária Verbum Dei de Belo Horizonte, MG.