Pequenos sinais convocando a liberdade
21 de fevereiro de 2018A dimensão do perdão (Mt 5,20-26)
23 de fevereiro de 2018LEITURA: Mateus 16,13-19
Jesus foi para a região que fica perto da cidade de Cesareia de Filipe. Ali perguntou aos discípulos:
— Quem o povo diz que o Filho do Homem é?
Eles responderam:
— Alguns dizem que o senhor é João Batista; outros, que é Elias; e outros, que é Jeremias ou algum outro profeta.
— E vocês? Quem vocês dizem que eu sou? — perguntou Jesus.
Simão Pedro respondeu:
— O senhor é o Messias, o Filho do Deus vivo.
Jesus afirmou:
— Simão, filho de João, você é feliz porque esta verdade não foi revelada a você por nenhum ser humano, mas veio diretamente do meu Pai, que está no céu. Portanto, eu lhe digo: você é Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e nem a morte poderá vencê-la. Eu lhe darei as chaves do Reino do Céu; o que você proibir na terra será proibido no céu, e o que permitir na terra será permitido no céu.
ORAÇÃO
Pedro é aquele discípulo que identifica Jesus, mas Pedro também é o discípulo que nega Jesus. Diante do Cristo, Pedro não hesita em chamá-lo de Messias, ou de Filho de Deus. Longe do Cristo, Pedro diz não ter qualquer relação com o homem que se dizia Filho do Altíssimo. Nós nos parecemos muito com Pedro, porque temos não raramente essa atitude de afirmação ou negação, dependendo da ocasião. E a Igreja também se parece bastante com Pedro, porque recebeu a graça de conhecer o próprio Deus e de tê-lo como pastor, mas a sua humanidade faz com que esteja susceptível aos erros e tantas vezes à negação do seguimento do Cristo.
Em quais situações da nossa vida temos reconhecido a identidade de Jesus como nosso mestre e senhor? Em quais outras situações acabamos conquistados pelo mundo e nos distanciamos da família de Jesus? Pedro sabe que Jesus é seu senhor quando ouve dele as palavras de vida eterna. Mas Pedro nega a intimidade com Cristo por causa de medo, ou pela confusão de um momento crítico e turbulento. Talvez tenhamos facilidade de reconhecermos o pão eucarístico como cordeiro de Deus ou nosso senhor quando participamos das celebrações litúrgicas e estamos ajoelhados diante do altar, mas esquecemos completamente da nossa relação com Jesus na vida familiar ou comunitária, nas situações de trabalho, estudo ou lazer. Afirmamos o Cristo na igreja e nas orações, mas negamos o Cristo no restante do tempo.
Iluminada pelo Espírito Santo, a Igreja sabe reconhecer os sinais de Cristo no nosso tempo. Contudo, decisões humanas falhas por vezes distanciam a Igreja daquilo que Jesus quer para ela. O caráter humano da Igreja faz com que ela erre e negue a identidade de Cristo em muitas ocasiões. É preciso sempre inflamar a fé e esperar que o Espírito supere as nossas imperfeições.
Apesar do comportamento dual, Pedro foi escolhido pessoalmente por Jesus para ser o alicerce de seu legado. Isso revela como a misericórdia de Jesus é capaz de apagar as nossas negações e valoriza a nossa fé, reconhecendo o nosso esforço de buscarmos a cada dia o reconhecimento certeiro do Cristo. O amor de Jesus faz com que ele confie em cada um de nós ao mesmo tempo em que nos dá confiança.
Que Jesus nos ajude a afirmá-lo cada vez mais nos nossos dias, e a negá-lo cada vez menos.
Marcelo H. Camargos – Família Missionária Verbum Dei de BH/MG