Lucas 10,21-24
3 de dezembro de 2013Mateus 7,21.24-27
5 de dezembro de 2013Naquele tempo, Jesus foi para as margens do mar da Galiléia, subiu a montanha, e sentou-se. Numerosas multidões aproximaram-se dele, levando consigo coxos, aleijados, cegos, mudos, e muitos outros doentes. Então os colocaram aos pés de Jesus. E ele os curou. O povo ficou admirado, quando viu os mudos falando, os aleijados sendo curados, os coxos andando e os cegos enxergando. E glorificaram o Deus de Israel. Jesus chamou seus discípulos e disse: ‘Tenho compaixão da multidão, porque já faz três dias que está comigo, e nada tem para comer. Não quero mandá-los embora com fome, para que não desmaiem pelo caminho.’ Os discípulos disseram: ‘Onde vamos buscar, neste deserto, tantos pães para saciar tão grande multidão?’ Jesus perguntou: ‘Quantos pães tendes?’ Eles responderam: ‘Sete, e alguns peixinhos’. E Jesus mandou que a multidão se sentasse pelo chão. Depois pegou os sete pães e os peixes, deu graças, partiu-os, e os dava aos discípulos, e os discípulos, às multidões. Todos comeram, e ficaram satisfeitos. e encheram sete cestos com os pedaços que sobraram.
Para refletir…
Na oração de hoje, talvez possamos passar por estes três versículos…
Os discípulos disseram: ‘Onde vamos buscar, neste deserto, tantos pães para saciar tão grande multidão?’ Jesus afirma que o Reino é daqueles que vestem os nus, saciam os sedentos, dão de comer aos famintos, visitam os presos e doentes (Mt 25, 35-36). Olhando para o mundo, talvez o primeiro sentimento seja esse experimentado pelos discípulos, a impotência, o desespero, a incredulidade, a insegurança. Diante de tantos necessitados, não há o que fazer – podemos pensar. Assim como os discípulos disseram, talvez digamos a Deus: o mundo está deserto de amor por tanta gente dele necessitada.
Jesus perguntou: ‘Quantos pães tendes?’ (…) Depois pegou os sete pães e os peixes, deu graças, partiu-os, e os dava aos discípulos, e os discípulos, às multidões. Quando Deus nos pergunta sobre nossas habilidades, possibilidades, talentos, não está duvidoso quanto a tudo quanto nos deu. Deus apenas quer que vejamos que o pouco que temos pode ser suficiente para saciar muita fome, sendo necessário apenas que o pouco seja disponibilizado. Jesus partia, dava aos discípulos, e eles, às multidões. Se somos próximos de Deus, então somos, também, as mãos pelas quais chegam a cada ser humano o amor que Deus tem por cada um.
‘Tenho compaixão da multidão, porque já faz três dias que está comigo, e nada tem para comer. Não quero mandá-los embora com fome, para que não desmaiem pelo caminho.’ A preocupação de Jesus é a preocupação que deveriam ter toda religião, toda crença, toda espiritualidade. Dentro da Igreja, é a preocupação que deveriam ter todas as comunidades, congregações e movimentos. Que preocupação é essa? A de não permitir que as pessoas estejam perto de Deus e voltem pelos seus caminhos ainda com fome. Que escandaloso – e incoerente – seria se Jesus curasse os aleijados, fizesse ver aos cegos, falar aos mudos e deixasse que, ao final, voltassem para casa com fome. Esse é o risco de toda forma de vivência da fé que, ficando só com o que é exterior, superficial, deixa faltar ao ser humano o que Deus mais lhe quer dar: o amor concreto, que sacia o corpo e deixa preenchida também sua alma.
Nossa oração nos guie para uma fé coerente, uma que prefira deixar voltar vivos para casa os aleijados a deixar morrer pelo caminho os que foram curados.
João Gustavo – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte-MG