João 17,1-11
30 de maio de 2017A oração sacerdotal de Jesus (JO 17, 20 – 26).
1 de junho de 2017Leitura: Lucas 1, 39-56
Alguns dias depois, Maria se aprontou e foi depressa para uma cidade que ficava na região montanhosa da Judeia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se mexeu na barriga dela. Então, cheia do poder do Espírito Santo, Isabel disse bem alto:
— Você é a mais abençoada de todas as mulheres, e a criança que você vai ter é abençoada também! Quem sou eu para que a mãe do meu Senhor venha me visitar?! Quando ouvi você me cumprimentar, a criança ficou alegre e se mexeu dentro da minha barriga. Você é abençoada, pois acredita que vai acontecer o que o Senhor lhe disse.
Então Maria disse:
— A minha alma anuncia a grandeza do Senhor. O meu espírito está alegre por causa de Deus, o meu Salvador. Pois ele lembrou de mim, sua humilde serva! De agora em diante todos vão me chamar de mulher abençoada, porque o Deus Poderoso fez grandes coisas por mim. O seu nome é santo, e ele mostra a sua bondade a todos os que o temem em todas as gerações. Deus levanta a sua mão poderosa e derrota os orgulhosos com todos os planos deles. Derruba dos seus tronos reis poderosos e põe os humildes em altas posições. Dá fartura aos que têm fome e manda os ricos embora com as mãos vazias. Ele cumpriu as promessas que fez aos nossos antepassados e ajudou o povo de Israel, seu servo. Lembrou de mostrar a sua bondade a Abraão e a todos os seus descendentes, para sempre.
Maria ficou mais ou menos três meses com Isabel e depois voltou para casa.
Oração:
A Igreja celebra hoje a visitação de Nossa Senhora, evento cuja narrativa o Evangelho de Lucas nos traz.
Quando vamos visitar alguém, arrumamo-nos para, por dentro e por fora, sermos uma presença agradável. A visita que Maria fez à sua prima Isabel é talvez a visita mais bonita já narrada e é imagem de todo encontro e visita que os cristãos deveriam promover em suas vidas. Quando vou a alguém, que vá dentro de mim Deus, assim como dentro de Maria ia o Filho. Quando eu chego a alguém, que pule a vida dentro dessa pessoa, como no ventre de Isabel pulou João Batista.
“Senhor, nem sempre minha presença é alegre como a de Maria. Nem sempre minha presença traz vida. Nem sempre por dentro eu levo Você… Como ser como Maria, com cuja visita a vida dentro de Isabel estremeceu de alegria?”
Na oração, posso ouvir d’Ele que eu olhe para Maria. Olhar para a vida de Maria e, em seguida, olhar para a minha vida.
“Agora não tenho tempo”… “Estou com pressa”… “Preciso correr”… Em nosso cotidiano são muito comuns essas frases e tantas outras que expressam a escassez de tempo e a necessidade de ir em ritmo acelerado. Maria nos fala também sobre o tempo. Ela tinha acabado de saber que sua prima, já de idade mais avançada, estava grávida. Maria tinha muitas coisas para fazer, mas resolve dedicar tempo à prima… sai de sua cidade, de seu contexto, de seu domínio e fica com a outra os três meses restantes, até nascer João Batista.
E Lucas conta que Maria, tendo sabido da notícia da gravidez, “se aprontou e foi depressa”. Pressa Maria também tinha, assim como eu. Mas que tipo de urgência a movia? A urgência do outro. A pressa em ser presença para o outro.
Olhar para Maria, que dedica seu tempo e age com pressa, deve fazer-me questionar: a que dou meu tempo? Por qual causa eu tenho pressa? Na minha vida há espaço para que Deus se encarne? E há tempo para que, por mim, Ele chegue aos outros?
Tentam – e às vezes conseguem – nos convencer de que “time is money”… “tempo é dinheiro!” Quem nunca ouviu?
A vida de Maria nos diz coisa bem diferente: tempo pode ser vida doada ao outro. Eu escolho o que meu tempo pode ser. Mas, se Deus está dentro de mim e para que Ele faça pular a vida ao meu redor, “tempo não é dinheiro”… tempo é doação e pressa de chegar ao outro.
João Gustavo Henriques de Morais Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte