II Domingo do Tempo comum – Ano C
17 de janeiro de 2016“Somente os sacerdotes têm o direito de fazer isso”
19 de janeiro de 2016Leitura: Marcos 2,18-22
Os discípulos de João Batista e os fariseus estavam jejuando. Algumas pessoas chegaram perto de Jesus e disseram a ele:
— Os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam. Por que é que os discípulos do senhor não jejuam?
Jesus respondeu:
— Vocês acham que os convidados de um casamento jejuam enquanto o noivo está com eles? Enquanto ele está presente, é claro que não jejuam! Mas chegará o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; então sim eles vão jejuar!
— Ninguém usa um retalho de pano novo para remendar uma roupa velha; pois o remendo novo encolhe e rasga a roupa velha, aumentando o buraco. Ninguém põe vinho novo em odres velhos. Se alguém fizer isso, os odres rebentam, o vinho se perde, e os odres ficam estragados. Por isso, o vinho novo é posto em odres novos.
Oração: O que é mais importante?
A leitura de hoje nos traz uma discussão sobre a prática religiosa nos tempos de Jesus. Algumas pessoas estavam incomodadas por que os discípulos de Jesus não jejuavam, conforme ordenava a lei dos judeus. Jesus lhes disse que seus discípulos não jejuavam porque participavam de algo maior do que o simples cumprimento de um ritual religioso tradicional. Os discípulos estavam diante de alguém que era infinitamente maior do que o jejum, ou do que qualquer outra obrigação da lei. Ele quis dizer que o jejum e outras práticas religiosas só têm sentido quando nos conectam com Deus, e ali os discípulos estavam diante da oportunidade de convivência com o próprio Deus!
A resposta de Jesus cai muito bem em nosso tempo, porque vem nos mostrar aquilo que deve ser prioridade na vida cristã. O relacionamento íntimo com Deus deve sobrepor todo o resto. Talvez, em nosso caminho espiritual, estejamos preocupados demais em seguir as tradições, os rituais, e acabamos minimizando a importância da convivência com Jesus e o que ela vem trazer à nossa vida.
Pensemos nos nossos momentos de oração. Talvez nossa oração esteja constantemente fraca porque nos sentimos mal com a incapacidade de dizermos palavras bonitas, em português impecável e por isso desistimos de rezar; ou porque nos aprisionamos demais em versos prontos, ensaiados, perfeitamente decorados e por isso deixamos de sentir o Deus que nos ouve. A oração, seja ela como for, deve nos colocar próximos de Deus. Pode ser que num dia esse contato aconteça por meio do nosso esbravejar mais espontâneo; noutro, pode ser que ele se dê mais intensamente quando deixamos o silêncio falar aquilo que não somos capazes, e escolhemos simplesmente colocarmo-nos à disposição.
Consideremos também nossa participação nas celebrações comunitárias litúrgicas. Pode ser que sejamos os mais ávidos em frequentar as missas e participar das comemorações da Igreja, mas ainda assim nos posicionamos distantes da presença de Deus. Preocupamos demais com os ritos, com o comportamento do padre, com o tipo de música tocada, e aí deixamos de aproveitar a presença de Jesus, que ali se revela na Palavra e na Eucaristia. E assim tantas vezes deixamos que a Palavra e a Eucaristia nos passem ignoradas.
Rezemos hoje para que possamos ser capazes desse relacionamento íntimo, profundo, com o Deus que quer estar conosco. Que Ele nos ajude a bem reconhecê-Lo, independentemente da forma como isso vá ocorrer.
Marcelo H. Camargos – Família Missionária Verbum Dei de Belo Horizonte.