A pergunta dos santos
1 de fevereiro de 2018Ficou tomado de compaixão (Mc 6,30-34)
3 de fevereiro de 2018Chegou o dia de Maria e José cumprirem a cerimônia da purificação, conforme manda a Lei de Moisés. Então eles levaram a criança para Jerusalém a fim de apresentá-la ao Senhor. Pois está escrito na Lei do Senhor: “Todo primeiro filho será separado e dedicado ao Senhor.” Eles foram lá também para oferecer em sacrifício duas rolinhas ou dois pombinhos, como a Lei do Senhor manda.
Em Jerusalém morava um homem chamado Simeão. Ele era bom e piedoso e esperava a salvação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele, e o próprio Espírito lhe tinha prometido que, antes de morrer, ele iria ver o Messias enviado pelo Senhor. Guiado pelo Espírito, Simeão foi ao Templo. Quando os pais levaram o menino Jesus ao Templo para fazer o que a Lei manda, Simeão pegou o menino no colo e louvou a Deus. Ele disse:
— Agora, Senhor, cumpriste a promessa que fizeste
e já podes deixar este teu servo partir em paz.
Pois eu já vi com os meus próprios olhos a tua salvação,
que preparaste na presença de todos os povos:
uma luz para mostrar o teu caminho a todos os que não são judeus
e para dar glória ao teu povo de Israel.
Peçamos ao Espírito Santo os dons necessários para compreender a mensagem que o texto de hoje nos traz.
Hoje celebramos a festa da Apresentação de Jesus.
Ao ser apresentado ao Templo, Jesus é reconhecido por Simeão, como “luz para mostrar o caminho do Senhor a todos os que não são judeus”, ou, como podemos ler em outras traduções, “luz para iluminar as nações”.
Minha atenção se voltou para essa frase de Simeão e, junto com isso, ao fato de a Igreja no Brasil celebrar o Ano do Laicato e ter como lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo”, Mt 5,13-14.
Jesus nos diz, no contexto do famoso Sermão da Montanha: “vocês são a luz para o mundo” (Mt 5,14a). Ele nos diz isso depois de enumerar todas as características que nos fazem felizes: sermos pobres em espírito, sermos sensíveis às dores do mundo (os que choram), sermos humildes, termos fome e sede de fazer a vontade de Deus, sermos misericordiosos, trabalharmos pela paz e sofrermos perseguições por fazer a vontade de Deus, ou seja, enfrentarmos as situações de frente, não renegarmos a vontade de Deus quando vierem as primeiras dificuldades.
Entendo, Senhor, que seremos luz para o mundo quando, encarnando essas características em nossas vidas, conseguirmos fazer a diferença onde estivermos. Na condição de leigos e leigas, inseridos em nossos trabalhos, nas comunidades, nas escolas, nas famílias, podemos e devemos iluminar os ambientes fazendo com que eles sejam cada vez mais assemelhados ao Reino de Deus.
Entendo Senhor, que nossa luz é sempre e apenas o reflexo da Luz que o Senhor emana.
Contudo, depois de dois mil anos, olhamos para as nações da terra e ainda não as percebemos iluminadas por sua luz, afinal, percebemos os povos enfrentando diversas dificuldades, tensões internacionais que nos deixam sempre na perspectiva de uma nova guerra, governos defendendo o interesse dos poderosos, marginalizando cada vez mais os pobres, aumentando continuamente a desigualdade, possibilitando o absurdo de hoje termos nas mãos de 1% da população mundial riqueza igual aos 99% restantes, sendo que, no Brasil, apenas 6 pessoas possuem riqueza igual a metade da população mais pobre.
Então, entendo que precisamos, como leigos e leigas, atuar mais nas estruturas da sociedade, para, à sua luz, mudarmos tudo que precisa ser mudado. O exercício da caridade pessoal é necessário e muito importante, mas ele somente não fará a mudança estrutural necessária para vivermos em uma sociedade mais justa, fraterna e humana, de uma nação que possa se dizer iluminada pela Luz do Senhor.
A tarefa para o dia de hoje será perceber onde tenho sido luz e onde não consigo iluminar; identificar o que está faltando para que possamos ver nações verdadeiramente iluminadas pela Luz do Senhor; encontrar os espaços que existem para fazer a luz brilhar mais intensamente e como podemos atuar neles. Depois, ao final do dia, apresentemos tudo isso ao Senhor e permitamos que Ele nos indique o caminho a seguir, mantendo a serenidade e a esperança, afinal temos a promessa que nos diz: “quem ficar firme até o fim será salvo” (Mt 24,13).
Maria, mãezinha querida, contamos com sua benção e presença, para nos indicar sempre a vontade de seu filho. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte