Fechamento ou abertura à sabedoria de Deus?
19 de setembro de 2018Não vim para chamar os justos, mas os pecadores
21 de setembro de 2018LEITURA: Lucas 7, 36-50
Um fariseu convidou Jesus para jantar. Jesus foi até a casa dele e sentou-se para comer. Naquela cidade morava uma mulher de má fama. Ela soube que Jesus estava jantando na casa do fariseu. Então pegou um frasco feito de alabastro, cheio de perfume, e ficou aos pés de Jesus, por trás. Ela chorava e as suas lágrimas molhavam os pés dele. Então ela os enxugou com os seus próprios cabelos. Ela beijava os pés de Jesus e derramava o perfume neles. Quando o fariseu viu isso, pensou assim: “Se este homem fosse, de fato, um profeta, saberia quem é esta mulher que está tocando nele e a vida de pecado que ela leva.”
Jesus então disse ao fariseu:
— Simão, tenho uma coisa para lhe dizer:
— Fale, Mestre! — respondeu Simão.
Jesus disse:
— Dois homens tinham uma dívida com um homem que costumava emprestar dinheiro. Um deles devia quinhentas moedas de prata, e o outro, cinquenta, mas nenhum dos dois podia pagar ao homem que havia emprestado. Então ele perdoou a dívida de cada um. Qual deles vai estimá-lo mais?
— Eu acho que é aquele que foi mais perdoado! — respondeu Simão.
— Você está certo! — disse Jesus.
Então virou-se para a mulher e disse a Simão:
— Você está vendo esta mulher? Quando entrei, você não me ofereceu água para lavar os pés, porém ela os lavou com as suas lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. Você não me beijou quando cheguei; ela, porém, não para de beijar os meus pés desde que entrei. Você não pôs azeite perfumado na minha cabeça, porém ela derramou perfume nos meus pés. Eu afirmo a você, então, que o grande amor que ela mostrou prova que os seus muitos pecados já foram perdoados. Mas onde pouco é perdoado, pouco amor é mostrado.
Então Jesus disse à mulher:
— Os seus pecados estão perdoados.
Os que estavam sentados à mesa começaram a perguntar:
— Que homem é esse que até perdoa pecados?
Mas Jesus disse à mulher:
— A sua fé salvou você. Vá em paz.
ORAÇÃO
O fariseu pensou que talvez Jesus não fosse profeta, porque não reconhecia a história de pecado daquela mulher e deixava que ela encostasse nele para lavar os pés. Mas bem verdade é que não havia necessidade de qualquer adivinhação para tomar conhecimento da má fama da mulher. Não havia necessidade de exibir ali qualquer profecia. Certamente a mulher já era muito mal falada naquela cidade. Certamente ali ela já estava condenada por todos.
Jesus quis aproveitar a situação para mostrar que estava acima de todos os profetas, porque trazia uma novidade que poderia colocar qualquer um em contato íntimo com Deus, de forma que qualquer um pudesse ir além de simplesmente se comunicar com Deus e por Deus. A partir da novidade de Jesus, a humanidade poderia pertencer a Deus e, mais que isso, a humanidade poderia se parecer tanto com Deus que carregaria em si um pouco de Deus.
E essa tamanha novidade era a capacidade de perdoar pecados. Primeiro, a oportunidade de arrependimento e de ter toda uma vida de pecado resgatada pela misericórdia de Jesus. O perdão dos pecados que vem pela fé que salvou aquela mulher, e a fé que todos os dias nos salva. Segundo, o convite de Jesus para que todos tenhamos os mesmos olhos piedosos do Pai, de forma a estarmos dispostos a uma vida de compaixão e amor com o próximo. O perdão dos pecados que gera caridade, num amor que é intenso qual a nossa necessidade de sermos constantemente perdoados.
Afinal de contas, quando Jesus nos ensinou a oração mais importante, disse para que peçamos ao Pai o perdão de nossos pecados, assim como já perdoamos aqueles que nos ofenderam. O perdão, portanto, precisa ser núcleo da nossa espiritualidade e tônica da nossa vida.
Marcelo Camargos – Família Missionária Verbum Dei