“Entre vós está”
2 de janeiro de 2018João 1,35-42
4 de janeiro de 2018Evangelho: João 1, 29-34
“No dia seguinte, João viu Jesus vindo na direção dele e disse:
— Aí está o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! Eu estava falando a respeito dele quando disse: ‘Depois de mim vem um homem que é mais importante do que eu, pois antes de eu nascer ele já existia.’ Eu mesmo não sabia quem ele era, mas vim, batizando com água para que o povo de Israel saiba quem ele é.
João continuou:
— Eu vi o Espírito descer do céu como uma pomba e parar sobre ele. Eu não sabia quem ele era, mas Deus, que me mandou batizar com água, me disse: ‘Você vai ver o Espírito descer e parar sobre um homem. Esse é quem batiza com o Espírito Santo.’ E eu vi isso e por esse motivo tenho declarado que ele é o Filho de Deus.”
Reflexão:
Hoje celebramos a festa do Santíssimo Nome de Jesus. É uma festa celebrada em diferentes datas, hoje pelo calendário romano atual. Faz referência à circuncisão de Jesus, oito dias após seu nascimento, na qual foi-lhe dado o nome de Jesus, conforme foi ordenado pelo anjo a Maria na Anunciação e depois a José. O dia correto é 1º de janeiro, e lá também está inserido o trecho do Evangelho que faz referência a isso.
No Evangelho de hoje, João Batista apresenta Jesus como “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. O nome Jesus significa “Deus salva”. E como Deus escolheu salvar-nos da vida sem vida que a humanidade traçou para si? Não com intervenções mágicas e espetaculares, mas nos resgatando por dentro, a partir da nossa própria liberdade – aquela mesma, pela qual optamos por nos desviar da plenitude, por causa de uma ilusão.
Deus dá a si mesmo, envia seu próprio Filho, do qual João dá testemunho, declarando: é um homem e é o Filho de Deus. Assumindo nossa condição humano, fazendo-se semelhante a nós em tudo, sem todavia pecar, sem se desumanizar, sendo sempre “sim” ao Pai, ao Amor, em hipótese alguma negando esse Amor, nem na dor, nem na solidão, nem sequer na experiência de abandono e humilhação.
Assim ele “tira o pecado do mundo”. Seu “sim” é mais forte que o nosso “não” e, pelo Espírito que nos dá, com que nos batiza, podemos seguir seus passos, trilhar seu caminho, optando pelo amor mesmo quando nos for mais difícil e o “não amor” nos fizer frente (por dentro e por fora, em nossos medos e egoísmos e nas oposições que encontrarmos pelo caminho).
Como? Não sabendo isso por teoria, mas fazendo experiência de encontro com Ele. Peçamos, por isso, a cada dia em nossa oração essa experiência. O hino da festa de hoje, “Iesu decus angelicum”, pode nos ajudar a pedir a graça de nos unir ao Senhor e a Seu amor de imensa doçura e misericórdia. Por isso, colocamos sua tradução a seguir:
“Ó Jesus, honra dos anjos,
Doce música para o ouvido,
Mel admirável para a boca,
Suave e celeste néctar ao coração
Os que Vos provam querem mais,
Os que Vos bebem, tem mais sede de Vós,
Não sabem desejar nada além de
Jesus a quem amam.
Ó, meu dulcíssimo Jesus,
Esperança da alma que Vos deseja,
Vos buscam as lágrimas piedosas,
E o clamor do íntimo da alma.
Ficai conosco, Senhor,
E iluminai-nos com vossa luz,
Afastai a escuridão da alma,
Enchei o mundo de doçura
Ó Jesus, flor da Virgem Mãe,
Amor da nossa doçura,
Louvor e honra ao vosso Nome,
E o reino da bem-aventurança. Amém.”
Tania Pulier, jornalista e teóloga, membro da CVX Cardoner e da Família Missionária Verbum Dei