Felizes
2 de novembro de 2017A verdadeira honra (LC 14,1. 7-11)
4 de novembro de 2017Certo sábado, entrando Jesus para comer na casa de um fariseu importante, observavam-no atentamente. À frente dele estava um homem doente, com o corpo inchado. Jesus perguntou aos fariseus e aos peritos na lei: “É permitido ou não curar no sábado?” Mas eles ficaram em silêncio. Assim, tomando o homem pela mão, Jesus o curou e o mandou embora.
Então ele lhes perguntou: “Se um de vocês tiver um filho ou um boi, e este cair num poço no dia de sábado, não irá tirá-lo imediatamente?” E eles nada puderam responder.
Bom dia, Papai! Querido Deus e criador que sustenta nossa vida. Bom dia, Jesus! Amigo e companheiro. Bom dia, Espírito Santo! Companhia íntima dos que creem, voz de Deus em nosso interior. Mamãe Maria, nossa boa mãezinha, muito bom dia!
“Façam aos outros o que querem que eles façam a vocês; pois isso é o que querem dizer a Lei de Moisés e os ensinamentos dos Profetas” (Mt 7,12).
Quando olhamos para nós, reconhecemos, com mais facilidade, o que é o melhor a fazer. Se conseguíssemos nos colocar no lugar do outro e se conseguíssemos sentir sua dor, perceber suas angústias e necessidades, talvez pudéssemos atingir uma maior plenitude no amor. Provavelmente seria mais fácil fazer ao outro o que queremos que seja feito a nós.
“Se vocês continuarem a obedecer aos meus ensinamentos, serão, de fato, meus discípulos e conhecerão a verdade, e a verdade os libertará” (Jo 8, 31b-32).
A verdade é Jesus e sua vida é seu ensinamento. Ela nos diz que fomos criados para amar. Conhecer isso, saber disso e praticá-lo nos liberta do pecado.
Na vida de Jesus é muito bonito e agradável perceber que Ele faz exatamente o que ele nos convida a fazer. Ele não prega um amor teórico, mas prático. Não se ama em teoria, mas ama-se quando se pratica o amor.
“É permitido ou não curar no sábado?”
A pergunta de Jesus é prática, mas se quisermos teorizar um pouco, poderíamos perguntar: “pode-se amar no sábado?”.
Em outra passagem, Jesus é ainda mais claro, pois ele pergunta assim: “Eu pergunto a vocês: o que é que a nossa Lei diz sobre o sábado? O que é permitido fazer nesse dia: o bem ou o mal? Salvar alguém da morte ou deixar morrer?” (Lc 6, 9).
Existia uma lei que proibia todo e qualquer trabalho no sábado, porém Jesus está ensinando, com sua vida, que o amor nos deixa livres de qualquer norma ou lei. A lei não pode nos impedir de praticar o bem, a lei não pode nos impedir de amar.
Há uma cadeia, sem grades, que nos prende de forma muito pior que qualquer cadeia física, mesmo que estas sejam tão terríveis como sabemos que muitas são. Se trata da cadeia do medo. Há um conjunto de normas que, muitas vezes, por se acreditar serem absolutas, causam um medo tão grande de se desrespeitá-las que não permitem, nem sequer, imaginar que podem estar, em algumas situações, inibindo a possibilidade de amar.
O medo de se desrespeitar normas tidas como absolutas inibe até o pensamento. Pensar que elas podem não estar correspondendo às necessidades do homem já é tido como tentação, então, melhor abandonar o pensamento para não pecar.
Ora, tudo o que nos impede de amar, desta forma prática que Jesus ensina, que é servir ao outro em suas necessidades, precisa ser questionado. Pois, senão, podemos cometer pecado muito maior, não permitindo que o amor aconteça.
Às vezes, ainda pior que o medo, acontece de nos escondermos atrás de normas, para não fazermos o que é necessário. Nossa preguiça nos leva a isso. Não se trata de não reconhecer que precisamos descansar, pois somos limitados, mas se trata de vigiar para não utilizarmos de desculpas esfarrapadas para não fazermos o que é necessário. O que agrada mais a Deus? Cuidarmos de alguém doente que necessita muito de nós, ou irmos à missa? O que seria mais fácil para nós? Precisamos questionar o que, verdadeiramente, está nos movendo.
“Se um de vocês tiver um filho ou um boi, e este cair num poço no dia de sábado, não irá tirá-lo imediatamente?”
Jesus toca o dedo na ferida. As normas, frequentemente, não são razoáveis de serem cumpridas. São impostas aos outros, mas damos um jeito de contorná-las quando devem ser aplicadas em nós.
Há uma frase, da qual não tenho certeza da autoria, que diz assim: “Aos amigos, tudo, aos inimigos, a lei”. Ela caracteriza bem uma maneira de comportar de grande parte das pessoas. Ao rezar o texto de hoje, lembrei-me dela e destaco como é interessante Jesus lembrar que se trabalharia no sábado para socorrer algum filho em situação difícil. Pois bem, todos somos filhos de Deus e Ele deseja que tenhamos este olhar para com todos. Se é difícil nos colocarmos no lugar do outro, talvez seja um pouco mais fácil olharmos para os outros e fazermos por eles o que faríamos para nossos filhos.
Neste momento de oração, seria bom trazer à memória situações já vividas, em que se teve a dificuldade de superar regras e normas, para atender à necessidade de outros e compor esta cena vivida por Jesus com a situação lembrada. O que faria Jesus? O que ele perguntaria? Quais sentimentos isso traz? Então, dialogar sinceramente com Deus, expondo as dificuldades para amar e reservar um tempo para ouvir de Deus o que Ele tem para falar.
Espírito Santo, necessitamos de sua força e sabedoria, para amarmos como devemos. Venha em nosso auxílio! Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte