Não é o bastante
25 de junho de 2015Fé maior
27 de junho de 2015Leitura: Mateus 8,1-4
Tendo Jesus descido do monte, numerosas multidões o seguiam. Eis que um leproso se aproximou e se ajoelhou diante dele, dizendo: “Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar”. Jesus estendeu a mão, tocou nele e disse: “Eu quero, fica limpo”. No mesmo instante, o homem ficou curado da lepra. Então Jesus lhe disse: “Olha, não digas nada a ninguém, mas vai mostrar-te ao sacerdote, e faze a oferta que Moisés ordenou, para servir de testemunho para eles”.
Oração: Lepras de nosso tempo
A lepra, doença incurável naquele tempo, era condição suficiente para que o doente fosse afastado de sua comunidade. A doença tirava-lhe mais que o corpo, pois não poupava sua dignidade. O doente era considerado impuro, sujo, diante dos “saudáveis”. Hoje a hanseníase, antes chamada lepra, já tem seu tratamento eficaz, capaz de curar e permitir vida normal ao acometido, dentro da comunidade que o encerra.
Apesar disso, da cura da hanseníase, ao observarmos nossa sociedade facilmente descobrimos inúmeras lepras de nosso tempo. Não me refiro à doença, mas às situações que também são capazes de tirar a pureza, a limpidez e a dignidade das pessoas, segundo os olhos julgadores e condenatórios do mundo. Leprosos de nosso tempo, julgados sujos pela sociedade e marginalizados por ela, são os usuários de drogas, as prostitutas, os presos, os pobres, os idosos institucionalizados, os enfermos abandonados e tantos outros.
Diante deles todos, não raras vezes nos julgamos mais dignos ou merecedores. Mas todos temos nossa sujeira, nossas impurezas e podridão, e isso independe de nossa situação social. Reconhecendo isso, em nossa oração todos precisamos dizer a Jesus: Senhor, se o Senhor quiser, sei que pode me purificar!
Rezemos hoje por todos aqueles excluídos de nosso tempo. Pensemos naquilo que podemos fazer para reintegrá-los à sociedade e proporcioná-los qualidade de vida. Preocupemo-nos com aqueles que são objeto da maior atenção de Jesus, aqueles que sofrem e são condenados por todos nós.
Marcelo Camargos. Acadêmico de medicina na UFMG. Família Missionária Verbum Dei.