“Divino Pai Eterno,

em nome de Jesus Cristo

e pela intercessão da Sempre Virgem Maria,

envia a meu coração o Espírito Santo.

Espírito Santo, Deus de infinita caridade,

dá-me Teu Santo Amor.

Espírito Santo, Deus das virtudes, converte-me.

Espírito Santo, Fonte de luzes celestes,

dissipa minha ignorância.

Espírito Santo, Deus de infinita pureza,

santifica minha alma.

Espírito Santo, que habitas em minha alma,

Transforma-a e faze-a toda tua.

Espírito Santo,

Amor substancial do Pai e do Filho,

Permanece sempre em meu coração.

O nascimento de Jesus é anunciado

²⁶Quando Isabel estava no sexto mês de gravidez, Deus enviou o anjo Gabriel a uma cidade da Galileia chamada Nazaré. ²⁷O anjo levava uma mensagem para uma virgem que tinha casamento contratado com um homem chamado José, descendente do rei Davi. Ela se chamava Maria. ²⁸O anjo veio e disse:

— Que a paz esteja com você, Maria! Você é muito abençoada. O Senhor está com você.

²⁹Porém Maria, quando ouviu o que o anjo disse, ficou sem saber o que pensar. E, admirada, ficou pensando no que ele queria dizer.³⁰Então o anjo continuou:

— Não tenha medo, Maria! Deus está contente com você. ³¹Você ficará grávida, dará à luz um filho e porá nele o nome de Jesus. ³²Ele será um grande homem e será chamado de Filho do Deus Altíssimo. Deus, o Senhor, vai fazê-lo rei, como foi o antepassado dele, o rei Davi. ³³Ele será para sempre rei dos descendentes de Jacó, e o Reino dele nunca se acabará.

³⁴Então Maria disse para o anjo:

— Isso não é possível, pois eu sou virgem!

³⁵O anjo respondeu:

— O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Deus Altíssimo a envolverá com a sua sombra. Por isso o menino será chamado de santo e Filho de Deus. ³⁶Fique sabendo que a sua parenta Isabel está grávida, mesmo sendo tão idosa. Diziam que ela não podia ter filhos, no entanto agora ela já está no sexto mês de gravidez. ³⁷Porque para Deus nada é impossível.

³⁸Maria respondeu:

— Eu sou uma serva de Deus; que aconteça comigo o que o senhor acabou de me dizer!

E o anjo foi embora.

Padre Daniel Kerber

ü  Algumas perguntas para ajudar-te em uma leitura atenta…

Quem Deus enviou? Como se chamava a cidade da Galileia? Quem vivia ali? De quem José era descendente? O que disse o anjo a Maria ao aproximar-se dela? O que surpreendeu Maria? Qual é a pergunta de Maria ao anjo? Quem viria sobre Maria? Além de Maria, quem mais estava grávida?

Algumas considerações para uma leitura proveitosa…

Quase à véspera do Natal, a liturgia convida-nos a deter-nos no texto do anúncio do anjo a Maria e do sim de Maria à Palavra de Deus.

O texto começa fazendo referência à gravidez de Isabel, que esperava o precursor. Por isso fala do “sexto mês”, o que mostra também como estão relacionadas as diversas ações pontuais de Deus na história da Salvação.

Na narração, a iniciativa vem totalmente da parte de Deus, que envia seu mensageiro (este é o sentido literal de “anjo”) para dar a boa notícia a Maria. As primeiras palavras que dirige a Maria são programáticas: “Alegre-se!” (traduzida em nossa versão por “Que a paz esteja com você, Maria!”, v. 28). A obra que Deus começa em Maria é algo que vai encher de alegria o mundo; por isso Maria vai alegrar-se (cf. 1.46-47), e essa alegria vai estender-se por todo o evangelho (cf. 6.23; 10.20; 15.5,32; 19.6…).

O evangelista sabe das dores por que Maria passará em seu caminho de fé (cf. 2.35), mas essas dores não tiram a alegria profunda, e o anjo lhe dá o motivo dessa alegria: “O Senhor está com você”.

Maria perturba-se com estas palavras, e o anjo explica-lhe o que significa sua saudação: “Você ficará grávida, dará à luz um filho e porá nele o nome de Jesus” (v. 31). Maria não entende estas palavras: “Isso não é possível, pois eu sou virgem!” (v. 34). Na época, o matrimônio realizava-se em duas etapas: primeiro, um compromisso no qual ainda não havia convivência e, em seguida, o casamento propriamente dito, no qual o homem levava a mulher para a casa dele e começavam a viver juntos; daí a pergunta de Maria. Contudo, o menino que ela conceberá não será filho de José, pois ela conceberá do Espírito Santo.

Finalmente, Maria aceita e dá seu sim à proposta de Deus anunciada pelo anjo: “Eu sou uma serva de Deus; que aconteça comigo o que o senhor acabou de me dizer!” (v. 38). Em seguida, o anjo a deixa e o texto detém-se ali. No entanto, o mais importante fica em silêncio: Deus, que havia tomado a iniciativa, anuncia a Maria que ela vai ser mãe de seu Filho; Maria diz seu sim e aceita, como servidora dócil da Palavra, e finalmente, o que não se diz é que “Aquele que é a Palavra se fez homem” (cf. Jo 1.14).

Quando o ser humano responde abertamente, como Maria, à iniciativa de Deus, então tudo muda; e se quando Deus disse seu solene e onipotente “faça-se” (cf. Gn 1), foram criados os céus e a terra, quando esta humilde jovem da Palestina disse eu humilde e obediente “faça-se”, mal me atrevo a dizer o que aconteceu, pois o criador se fez criatura em seu seio.

Hoje é o quarto Domingo do Advento, o que nos indica que já estamos bem próximos do Natal. Contudo, ainda nos é proposta uma última reflexão, a fim de estarmos prontos, e ela tem como base o exemplo de alguém muito importante para nós: Nossa Mãe Maria.

O que, porém, nos ensina Maria? Três lições muito importantes. O primeiro convite que nos é feito, a seu exemplo, é: Alegre-se! Nessa época, são muito comuns as reuniões, as festas, as celebrações, e muitas vezes pensamos que a alegria consiste em gritar muito, ou dançar, ou divertir-nos; no dia seguinte, no entanto, essa sensação desaparece e para voltar a senti-la, devemos voltar à festa, etc. Entretanto, a alegria a que somos chamados consiste em dizer SIM a estarmos cheios de Deus, a permitir que Jesus nasça em nossos corações e que preencha nossa vida. Quando isto acontece, temos uma transformação para sempre e, no outro dia, continuaremos a sentir a mesma coisa, alegres, com um grande júbilo em nosso coração, e o melhor disso tudo é que jamais passará: mesmos nos momentos difíceis, estaremos sempre alegres.

O segundo convite que nos é proposto é: Não tenha medo! Estas palavras foram escritas para cada um de nós. Não tenhamos medo de receber Jesus em nossa vida, de dizer-lhe SIM, de deixar-nos amar por Ele, de sair pelo mundo inteiro a anunciar que Ele está vivo e que é nosso amigo. Não tenhamos medo de reconhecê-lo como Rei de nossa vida e de nosso coração. Assim como o Papa Bento nos disse: “A todos vocês, queridos jovens: Não tenham medo de Cristo! Ele não tira nada, e tudo dá. Quem se doa por ele, recebe o cêntuplo”.

E como terceiro convite, temos um chamado muito especial, contido no SIM de Maria a Deus: crer no impossível. Não podemos esquecer-nos de que nossa vida de fé está cheia de presentes de Deus, e que, às vezes, podemos pensar que não podemos, que não temos experiência, que não somos capazes. Como é possível que nós, sendo tão jovens, anunciemos a Deus? Como é possível que consigamos fazer com que nossos amigos conheçam Jesus? A resposta é: acreditando que para Deus não há nada impossível, que Ele pode fazer tudo, que devemos crer nEle com todo o nosso coração, mas principalmente tendo a certeza de que Ele é quem nos fortalece e reconforta.

Que este Domingo seja a oportunidade para avaliar como tem sido nosso caminhar durante esse tempo do Advento, de propor-nos mudar, de uma vez por todas, essas atitudes com as quais nos conformamos e que sabemos que precisam melhorar, e acima de tudo, que seja a oportunidade para dizer a Deus: SIM, aceito, quero que Jesus nasça em mim e no mundo inteiro.

Agora perguntemo-nos:

Já agradeci a Deus pelo SIM de Maria? Igual a Maria, aceitei de coração Jesus em minha vida? Creio que Deus é capaz de tornar possível o impossível? Sinto em meu coração alegria verdadeira? Sinto medo do que possa acontecer ou do que possam dizer caso eu aceite totalmente Jesus como meu amigo?

Ó Virgem Imaculada,
Mãe do verdadeiro Deus e Mãe da Igreja!
Vós, que, deste lugar, manifestais
a vossa clemência e a vossa compaixão
por todos os que imploram o vosso amparo:
ouvi a oração que com filial confiança Vos dirigimos
e apresentai-a ao vosso Filho Jesus, único Redentor nosso.

Senhor Jesus, assim como Maria, minha mãe,

desejo receber-te em meu coração, com alegria e coragem.

Neste domingo, quando participar da Eucaristia, após a comunhão, direi a Deus, a exemplo de Maria, no silêncio de meu coração, que desejo que Jesus nasça em mim.

“Maria é o caminho mais seguro,

o mais breve e o mais perfeito para chegar até Jesus”.

São Luís Grignon de Monfort.