Perfeitos como o Pai (Mateus 5,43-48)
20 de fevereiro de 2016Leitura: Mateus 5,20-26
Pois eu afirmo a vocês que só entrarão no Reino do Céu se forem mais fiéis em fazer a vontade de Deus do que os mestres da Lei e os fariseus. Vocês ouviram o que foi dito aos seus antepassados: “Não mate. Quem matar será julgado.” Mas eu lhes digo que qualquer um que ficar com raiva do seu irmão será julgado. Quem disser ao seu irmão: “Você não vale nada” será julgado pelo tribunal. E quem chamar o seu irmão de idiota estará em perigo de ir para o fogo do inferno. Portanto, se você estiver oferecendo no altar a sua oferta a Deus e lembrar que o seu irmão tem alguma queixa contra você, deixe a sua oferta ali, na frente do altar, e vá logo fazer as pazes com o seu irmão. Depois volte e ofereça a sua oferta a Deus. Se alguém fizer uma acusação contra você e levá-lo ao tribunal, entre em acordo com essa pessoa enquanto ainda é tempo, antes de chegarem lá. Porque, depois de chegarem ao tribunal, você será entregue ao juiz, o juiz o entregará ao carcereiro, e você será jogado na cadeia. Eu afirmo a você que isto é verdade: você não sairá dali enquanto não pagar a multa toda.
Justiça e Reconciliação
Há duas palavras que resumem bem a mensagem de Jesus para cada um de nós hoje: justiça e reconciliação. O Senhor destaca que a justiça de Deus é bem mais exigente que aquela dos homens, pois essa justiça jorra daquele que não tem qualquer mancha, e que será o encarregado de cobrar as nossas faltas, em momento oportuno. Ele nos alerta que não basta cumprirmos estritamente aqueles dez mandamentos, como “Não matar”; é preciso estarmos atentos àqueles pecados mais discretos, mas que certamente são cometidos com maior frequência em nosso dia a dia, e que fazem imenso mal para o outro, ainda que não os percebamos. Há destaque para que estejamos vigilantes quanto aos nossos relacionamentos e a forma como tratamos o outro. Aquele que vive com raiva, perpetuando o sentimento de ódio e discórdia, lançando xingamentos contra os irmãos, perde completamente a sua dignidade, ainda que tenha se esforçado para dedicar a vida aos serviços espirituais.
Para pensarmos mais profundamente sobre como acontece a justiça de Deus, convém recorrermos aos versículos do profeta Ezequiel (18,21-28):
Se um homem mau parar de pecar, se guardar as minhas leis e se fizer o que é certo e bom, não morrerá; é certo que viverá. Todos os seus pecados serão perdoados, e ele viverá porque fez o que é certo. Mas, se um homem correto deixar de fazer o bem e começar a fazer todas as coisas más e vergonhosas que os homens maus fazem, será que ele vai continuar a viver? Não! Nenhuma das boas ações que ele praticou será lembrada. Ele morrerá por causa da sua infidelidade e dos seus pecados.
Portanto, podemos perceber que não basta fugirmos do pecado por alguns instantes. É preciso que perseveremos no seguimento daquilo que Jesus nos diz, a fim de alcançarmos a dignidade dos filhos de Deus. Por outro lado, se hoje praticamos o mau e ofendemos os nossos irmãos ou ofendemos a nós mesmos, ainda há tempo de nos convertermos e corrermos atrás de Jesus, a fim de vivermos naquilo que é certo.
Jesus nos fala exatamente disso quando nos pede reconciliação. Ele diz que é urgente fazermos as pazes com os irmãos. A reconciliação é prioridade! Não adianta em nada praticarmos os rituais religiosos se, no dia a dia, nos afastamos daquilo que é bom e escolhemos o rancor e o distanciamento do próximo. Se é difícil entender, basta que nos lembremos de nossos pais e nossas mães. O que eles preferem, que os enchamos de presentes e mimos ou que resgatemos uma relação amorosa e companheira com aqueles irmãos com os quais estávamos brigados? Todos os pais e mães, em dia de aniversário, costumam dizer que o maior presente é a família toda reunida em torno da mesa… Imaginemos então a vontade de Deus, que é todo amor!
Rezemos hoje para que o Senhor nos ajude a viver a justiça dele em todas as situações da nossa vida. Peçamos para que Ele nos encha de amor quando precisarmos pedir perdão e reconciliarmos com aqueles que ofendemos.
Marcelo H. Camargos – Família Missionária Verbum Dei de Belo Horizonte – MG