
Faça-se em mim segundo a tua palavra!
20 de dezembro de 2025
21 de dezembro, 4º Domingo do Advento.
- Escolha um lugar apropriado para a oração e uma posição corporal que mais lhe ajude. Desligue o celular e cuide para não ser interrompido(a).
- A ambientação ajuda a rezar: disponha no espaço uma vela e a Bíblia.
- Pacifique-se através do silêncio interior e exterior. Para isso, ajuda respirar profundamente várias vezes, de maneira pausada. Talvez uma música ambiente bem baixinha ajude a criar um clima de oração. Faça o sinal da Cruz.
- Tome consciência de que você está acolhendo a presença de Deus como amigo; invoque sempre o Espírito Santo para que ele te conduza nos passos da Palavra.
- Permita que o evangelho de hoje ilumine o seu dia e te ajude a viver o que a Palavra te propõe.
Leia do Evangelho de Mateus 1,18-24
Leitura: O que o texto diz?
A única coisa que o Evangelho de hoje nos diz de José é que era um homem justo. Este adjetivo, de profundas raízes bíblicas, nos quer dizer que era reto, íntegro, autêntico, bom, etc…, tudo o que podemos encontrar de positivo em uma pessoa humana. O homem justo é aquele que, como Abraão, acolhe na fé o plano de Deus e com Ele colabora. José é “justo” porque adere ao misterioso desígnio de Deus, é justo porque se “ajusta” ao modo de agir de Deus, arrisca com Deus, embora os contornos do Seu Plano permaneçam obscuros e, em certos aspectos, incompreensíveis. José se coloca, portanto, na linha das grandes figuras da história da salvação. Contemplemos essa bela cena do evangelho de Mateus.
Meditação: O que o texto me diz?
José é o homem do silêncio; de fato, uma das coisas que mais chama a atenção é que ele não pronuncia palavra alguma em nenhum dos relatos evangélicos nos quais aparece. Diríamos que os relatos apresentam a figura de um homem silencioso. Sua existência está atravessada pelo silêncio. José é o homem que vive e atua no silêncio. Este silêncio não se deve a que José seja um homem de caráter introvertido, isolado, fechado sobre si. Pelo contrário, trata-se de um silêncio interior, intenso, grávido de conteúdo. Seu silêncio não tem nada de ingênuo, não é o silencio daquele que nada sabe ou não quer complicar sua vida.
Oração – O que o texto me leva a dizer a Deus?
Na vida de José, Deus nunca deixou de atuar no meio das suas noites, dúvidas, provações. E, no momento oportuno, o libertou dos seus medos e lhe deu a conhecer sua Vontade. Peça ao Senhor que também atue no meio das suas noites e nas noites do mundo.
Contemplação: O que o texto faz em mim?
Neste Advento, procure reservar momentos de silêncio e preparar-se para acolher Aquele que, no silêncio pleno, vem fazer morada em seu interior.
Ação: O que o texto me leva a fazer?
“Ao despertar do sono, José fez o que o anjo do Senhor lhe havia ordenado e acolheu sua mulher”, diz o evangelho. Toda a vida de José é descrita pelos evangelistas em segundo plano. Esse saber estar na “sombra” para não “fazer sombra” a outros, esse escutar e discernir a vontade divina, essa preocupação pelo bem-estar dos demais, esse silêncio contemplativo e radical que lhe permitia aprofundar na realidade, essa prontidão na “obediência à fé” e essa disponibilidade sem fissuras à graça foram as qualidades com as quais José entrou em sintonia com Deus, dando sua contribuição decisiva ao mistério da salvação. José nos mobiliza a viver o silêncio atento e que escuta. Quando calamos e fazemos silêncio começamos a escutar a nós mesmos e a Deus, que fala silenciosamente “em sonhos”. A carência do silêncio em nossa vida nos faz seres superficiais. Antony de Mello nos diz: “O silêncio não é ausência de som, mas ausência de Ego”


