João 6,22-29
20 de abril de 2015Que eu não perca nenhum
22 de abril de 2015Leitura: João 6,30-35
Naquele tempo, a multidão perguntou a Jesus: ‘Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Que obra fazes? Nossos pais comeram o maná no deserto, como está na Escritura: ‘Pão do céu deu-lhes a comer’. Jesus respondeu: ‘Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.’ Então pediram: ‘Senhor, dá-nos sempre desse pão’. Jesus lhes disse: ‘Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede.
Oração:
Como a multidão, quantas vezes temos perguntado a Deus, em nosso caminho de fé: “que sinais realizas, para que possamos ver e crer em ti? Que obra fazes?” Ao iniciar a oração de hoje, podemos começar trazendo à mente os momentos, passados e atuais, em que nos dirigimos a Deus com as perguntas da multidão. Talvez tenhamos usados outras palavras. Onde está você, Deus? Você existe? Você nos ama? Por que silencia? Onde se esconde? Responda-me, para que eu possa trabalhar em suas obras (Jo 6, 28).
A vida do povo do antigo testamento (Ex 16), a dos seguidores de Jesus e a dos cristãos está cheia de sinais. Pequenas evidências, probabilidades, grandes milagres… Está cheia também de mistérios de dor, de silêncios, de incompreensões, de dúvida… Parece que o Pai não quer nos saciar com uma presença muito ostensiva, e esse é mistério a intrigar mesmo os teólogos.
Podemos contemplar, porém, um momento da história em que o Pai perde um pouco da discrição: é a isso que Jesus alude quando diz que “é meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu”, pois a vinda do Filho é grande sinal do Pai, do seu amor (Jo 3, 16). Ao se afirmar o verdadeiro alimento, que desce do céu para dar vida ao mundo, ao definir-se como o pão da vida, Jesus revela ser Ele próprio o maior sinal, o sinal verdadeiro.
Algo muito bonito, que podemos aprofundar na oração de hoje, é algo que talvez incomode, que não satisfaça ou até decepcione: o maior sinal, na fé cristã, é a companhia de Deus. Não um sinal dessa companhia, não qualquer evidência maior dessa presença. A companhia em si. A presença. Saber-se – nem sempre sentir-se – acompanhado por um Amor que nos quis e quer.
A vida de oração nos ajude a viver em paz a contigência dos sinais evidentes do Amor, tornando-nos, com o tempo, os próprios sinais desse Amor, tal qual foi Jesus. Como Ele, nossa vida possa ser alimento e bebida para a fome e sede do mundo.
João Gustavo Henriques de Morais Fonseca, estudante de Direito da UFMG e membro da Família Verbum Dei de Belo Horizonte