Dois lados de um mesmo amor (Mateus 13, 44-46)
23 de agosto de 2017Fazer-se próximo (Mt 22,34-40)
25 de agosto de 2017Leitura João 1,45-51
Filipe foi procurar Natanael e disse:
— Achamos aquele a respeito de quem Moisés escreveu no Livro da Lei e sobre quem os profetas também escreveram. É Jesus, filho de José, da cidade de Nazaré.
Natanael perguntou:
— E será que pode sair alguma coisa boa de Nazaré?
— Venha ver! — respondeu Filipe.
Quando Jesus viu Natanael chegando, disse a respeito dele:
— Aí está um verdadeiro israelita, um homem realmente sincero.
Então Natanael perguntou a Jesus:
— De onde o senhor me conhece?
Jesus respondeu:
— Antes que Filipe chamasse você, eu já tinha visto você sentado debaixo daquela figueira.
Então Natanael exclamou:
— Mestre, o senhor é o Filho de Deus! O senhor é o Rei de Israel!
Jesus respondeu:
— Você crê em mim só porque eu disse que tinha visto você debaixo da figueira? Pois você verá coisas maiores do que esta. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês verão o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem.
Oração
Aqui vemos duas primeiras impressões. Natanael, quando soube da origem de Jesus, logo emitiu juízo, dizendo ser impossível que alguém pobre, filho de carpinteiro, sem poder ou status social, proveniente de uma cidade de má fama, pudesse ser o Messias. Por outro lado, quando Jesus encontra Natanael também faz seu juízo: homem bom, sincero, de boa conduta; aquele que estava debaixo da figueira e que tinha sido convidado por Filipe a conhecê-Lo. Duas distintas impressões. E qual a grande diferença entre elas?
O juízo de Natanael é puramente humano. Resgata a história social de Jesus e a fama de sua região de crescimento. Com base nesses dados, dá seu diagnóstico sobre quem seria Jesus; ou melhor, dá o diagnóstico de quem Ele certamente não seria (o Messias). Já o juízo de Jesus é profético; divino, portanto. Jesus vê a intimidade de Natanael, dando uma amostra de quem Natanael era como homem, e dizendo de sua personalidade e comportamento. O juízo de Jesus é profundo, sem preconceitos, capaz de mostrar que Ele conhece todos de forma muito próxima e não com base naquilo que outros diziam ou com base na sua situação social e histórico familiar.
O reconhecimento da origem divina do juízo de Jesus é importante, mas Ele diz ser capaz de coisas muito maiores. A profecia é mera ferramenta de trabalho de Jesus. Algo muito maior ocorreria com Ele, e seria capaz de mostrar definitivamente a Sua natureza intrínseca com o Pai.
A nossa oração de hoje deve nos fazer pensar na capacidade de Jesus de perceber a nossa história e quem verdadeiramente somos. Ele conhece cada um de nós na intimidade. E a nossa oração de hoje também deve nos fazer perceber a fragilidade do nosso juízo humano. Talvez estejamos distanciados daqueles que poderiam nos ser presença de Deus simplesmente porque a nossa humanidade frequentemente nos deixa cegos ao que realmente importa. Tenhamos sempre o coração aberto para acolher o nosso próximo. Peçamos a Deus que nos abra os olhos para a divindade que há em cada um.
Marcelo H. Camargos – Família Missionária Verbum Dei de BH/MG