“Aquele que me enviou é verdadeiro, mas vós não o conheceis”
27 de março de 2020“Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá”
29 de março de 2020Leitura Orante -28/03/2020. (Sábado da Quarta Semana da Quaresma). Jo 7,40-53.
Jesus testemunha: muitos do povo crêem, os inimigos semeiam a divisão.
Inicie com uma pequena oração, ou canto, invocando a luz do Espírito Santo. Faça um breve tempo de silêncio. Aquiete seu coração, sua respiração.
- Leitura: o que o texto diz?
Leia o texto uma vez. Se possível faça uma segunda leitura, observando local, os personagens, o que dizem e a interação entre eles. Preste atenção nos títulos usados para designar Jesus, bem como ensinamentos e ações de Jesus, se houver. No texto de hoje não há falas de Jesus, ou dos apóstolos. Apenas do povo, grupos e Nicodemos.
Os acontecimentos se passam no Templo, em Jerusalém, ao fim de uma das festas importantes para os judeus: a Festa das Tendas. Terminada a festa, com grande multidão, o povo se põe a comentar sobre Jesus, e se perguntam sobre quem é Jesus. Ele tinha acabado de ensinar na festa, descrito anteriormente nesse capítulo 7. Imagine o clima de conversa na multidão após grande festa religiosa! Muito burburinho, nos quais podemos observar diferentes sentimentos em relação a Jesus. Quais as duas primeiras afirmações e títulos usados pelo povo para dizer quem é Jesus? Todos concordavam com essas afirmações? Quem discordava?
Havia grupos que lançavam dúvidas sobre a identidade de Jesus, já reconhecida por alguns do povo. Para isso diziam que ele não era o Cristo: não viera de Belém da Judéia e nem era descendente de Davi. Essas dúvidas provinham de fariseus e sacerdotes. Eles chegaram a enviar soldados para prender Jesus. Como essas dúvidas lançadas e repercutiram no povo que inicialmente crera em Jesus?
Importante atitude é a dos soldados a mando de fariseus e sacerdotes. Enviados para prender Jesus, eles ouvem seus ensinamentos, o que os encanta, e lhes muda o coração, e decidiram não prendê-lo. Pode-se ver a eficácia da Palavra de Jesus no coração desses soldados. Quem as ouve de coração aberto é capaz de mudar, de transformar-se, como aconteceu a esses soldados.
O texto termina com uma fala de Nicodemos que, apesar de fariseu, já conhecera Jesus conforme o capítulo 3 do Evangelho de João. Ele fala ironicamente: os fariseus diziam que o povo que acreditou em Jesus porque não conhecia a Lei (“este povo não conhece a Lei”, v.49). No entanto, para Nicodemos quem não conhece a Lei eram os inimigos de Jesus, fariseus e sacerdotes, que queriam condená-lo sem ouvi-lo, como determina a Lei de Moisés. Possivelmente irritados, os fariseus perguntam a Nicodemos se ele também é galileu, o que poderia significar se ele também seguia um galileu, como Jesus.
- Meditação: o que o texto me diz?
Coloque-se no meio da multidão, ao fim da festa, junto ao Templo de Jerusalém, ouvindo as diferentes falas na multidão. Que impressão essas falas causam em você? Quais delas e que personagens lhe causaram impressões mais fortes? Por quê? O que sentiu ao ouvir as palavras dos fariseus, a dos soldados e as de Nicodemos? Que impressão lhe causou a acusação de fariseus a Nicodemos: “tu também és Galileu?”
- Oração: o que o texto me faz dizer?
Você já passeou no meio da multidão ao fim da festa; já ouviu as diferentes falas do povo e grupos; já sentiu as impressões que elas lhe causaram. É hora de falar com Jesus. De coração aberto, conversando sobre o que as falas da multidão (e grupos) o leva a dizer a Deus? Dizer do que sentiu ao lê-las/ouvi-las. Abra seu coração segundo o que experienciou. Não importa se foram bons ou maus sentimentos. Converse francamente com o Senhor, de coração aberto.
- Contemplação: o que o texto faz em mim?
Nesse momento de contemplação é Deus quem vai falar a você, no silêncio. Deixe que ele fale ao seu coração. Não se apresse. Não fique ansioso (a). Tenha confiança no Espírito Santo: ele é capaz de, no silêncio, abrir-lhe, aos poucos, as portas de maior intimidade com o Senhor.
- Ação: o que o texto me leva a agir?
A palavra de Deus é eficaz. Isto é, transforma o coração, muda nossas atitudes, nosso modo de agir.
De maneira semelhante ao texto, hoje também as visões sobre Jesus, a Igreja, o papa, etc. são muito diferentes. Uns crêem em Deus, mas não em Jesus. Outros não crêem em Deus. Entre pessoas religiosas, que até se dizem católicas, vê-se algumas agirem permanentemente como os fariseus: estão sempre lançando dúvidas, criticando a Igreja, bispos, papa. Criam mais divisões que unidade. Qual seria a atitude de testemunho que o texto nos chama a ter? Será que diante de adversários de Jesus no mundo de hoje, de adversários da Igreja, o texto solicita a agir, a partir dos exemplos dos soldados e de Nicodemos? O que o texto leva a agir em relação a quem cria divisão entre o povo de Deus e não unidade?
Marco Antonio Tourinho. Leigo, NJ.