Mt 17,22-27
Quando Jesus e os seus discípulos estavam reunidos na Galiléia, ele lhes disse: ‘O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens. 23Eles o matarão, mas no terceiro dia ele ressuscitará.’ E os discípulos ficaram muito tristes. 24Quando chegaram a Cafarnaum, os cobradores do imposto do Templo aproximaram-se de Pedro e perguntaram: ‘O vosso mestre não paga o imposto do Templo?’ 25Pedro respondeu: ‘Sim, paga.’ Ao entrar em casa, Jesus adiantou-se, e perguntou: ‘Simão, que te parece: Os reis da terra cobram impostos ou taxas de quem: dos filhos ou dos estranhos?’ 26Pedro respondeu: ‘Dos estranhos!’ Então Jesus disse:’Logo os filhos são livres. 27Mas, para não escandalizar essa gente, vai ao mar, lança o anzol, e abre a boca do primeiro peixe que tu pescares. Ali tu encontrarás uma moeda; pega então a moeda e vai entregá-la a eles, por mim e por ti.’
Vamos aquietar a nossa mente, silenciar o coração e deixar que a luz do Espírito Santo entre e nos ajude a entender o que essas palavras do evangelho significam e como fazê-las frutificar em nós.
Invoquemos a Trindade Santa: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!
No evangelho de hoje, Jesus mostra mais uma vez qual é a verdadeira missão do Messias: Dar a própria vida e ressuscitar. Os discípulos, porém, ainda não eram capazes de compreender o significado da morte que gera vida. Por isso ficaram tristes quando ouviram Jesus dizer: ” O Filho do homem vai ser entregue nas mãos dos homens. Eles o matarão, mas no terceiro dia ele ressuscitará”. Presos à imagem do Messias terreno, que iria restaurar o Reino de Israel, os discípulos sentiam dificuldade em acolher o anúncio do seu sofrimento e de sua morte dolorosa.
Também nós, às vezes, temos dificuldade de compreender que Jesus ressuscitou e está hoje vivo no meio de nós. Temos dificuldade de entender que a cruz faz parte da nossa vida. Que os sofrimentos, as dificuldades do dia a dia, vêm sempre nos trazer crescimento, amadurecimento na fé. É a cruz gerando vida. Nunca seremos a mesma pessoa, depois de passar por uma experiência de dor, por um sofrimento. Sempre tiramos daí um aprendizado. Mas, para que isso aconteça, precisamos ter o coração aberto, estar sempre em oração, buscando a presença de Deus, porque Ele sempre vai estar ali do nosso lado, amparando-nos, fortalecendo-nos.
Nessa passagem, Jesus vem nos ensinar também que, no nosso dia a dia, muitas vezes temos que renunciar a um direito em prol de um bem maior. Veja esse exemplo:
Dois irmãos, meninos de rua, recebem um copo de leite. Eles decidem tomar um gole do leite de cada vez, alternadamente. O mais velho, vendo a fome do mais novo, finge que está tomando o seu gole, para que o mais novo possa matar um pouco sua fome…
Podemos nos perguntar: Como isso se aplicaria à minha vida? Quando foi que abri mão de utilizar meus dons para benefício próprio e me coloquei à disposição do Reino de Deus?
Jesus renuncia ao direito de não pagar os impostos do templo para conseguir um bem maior que está no fato de evitar um escândalo. Sua condição de Filho de Deus isentava-o desse imposto. Mas Jesus não estava disposto a criar confusão por algo sem relevância.
A submissão de Jesus à exigência da lei tinha uma motivação pastoral. Ele não queria escandalizar os cobradores de impostos, ou seja, não queria criar neles resistência em relação ao Reino, nem fechá-los para uma eventual acolhida de sua mensagem”.
Como homem, Jesus nos ensinou que, embora sejamos livres, nós temos encargos e obrigações sociais às quais temos o dever de cumprir, como pagar impostos. Também é dever de um cristão autêntico (apesar de sua liberdade) de ajudar ao próximo, ser generoso, partilhar aquilo que tem.
Para aprofundar um pouco mais na oração, podemos nos questionar:
· Sou capaz de abrir mão dos meus direitos para o bem comum?
· Como tem sido a minha relação com o próximo?
· Preocupo-me com a necessidade do outro?
Senhor, que sejamos capazes de viver a liberdade de filhos de Deus, sem contudo desrespeitar o direito do outro.
Vamos pedir à Maria que nos ajude com seu exemplo de fidelidade à nos colocarmos sempre à disposição do Reino de Deus.
Assim Seja!
Vera Lúcia Almeida Vieira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte