A melhor recompensa (Mateus 6, 1-6.16-18)
15 de junho de 2016Nossas riquezas, nosso tesouro e onde mora o nosso coração (Mateus 6, 19-23)
17 de junho de 2016Evangelho – Mt 6,7-15
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7Quando orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras. 8Não sejais como eles, pois vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais. 9Vós deveis rezar assim: Pai Nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; 10venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus. 11O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. 12Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. 13E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. 14De fato, se vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. 15Mas, se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará as faltas que vós cometestes.
Convido você hoje a rezar comigo sobre a intimidade que a oração traz para nossa relação com Deus. No evangelho, Jesus nos ensina a rezar de uma maneira um tanto quanto discreta, de modo a evitar a imposição de nossos desejos a Deus.
Nós não precisamos de recursos de oratória para convencer Deus a nos atender e a nos escutar, não temos que falar alto ou cansar os ouvidos divinos com discursos enfadonhos. Basta que nos abramos para Ele e digamos aquilo que trazemos no íntimo de nosso ser. Como nos lembra o amigo Cristóvão, da Família Missionária Verbum Dei de Madri, em primeiro lugar, nossa oração deve ser sincera. Devemos dizer ao Pai aquilo que verdadeiramente trazemos em nosso coração.
Em meio à cena bíblica, lembro-me de outra que vi há anos em uma mensagem que recebi por email e que dizia mais ou menos assim: “quando necessitamos de gritar uns com os outros é porque nossos corações estão tão afastados que não conseguem se ouvir. Do contrário, quando nossos corações estão próximos, falamos baixinho.” Observemos a conversa de um casal em harmonia e veremos como os amantes falam baixo entre si.
Na época, achei o pensamento muito profundo e hoje vejo que ele se aplica à situação reportada por Jesus. Não precisamos gritar ou ficar insistindo para que Deus nos ouça. No momento de oração sincera, nosso coração toca o coração de Deus numa comunhão em que as palavras, mais que revelar novidades ao Pai, funcionam apenas para que nós mesmos tenhamos clareza do que falamos, pois, como o próprio texto de hoje nos diz, Ele já sabe do que queremos ou precisamos antes mesmo que queiramos rezar.
Ao invés de refletir em torno do significado da oração do Pai Nosso, queria mentalizar a necessidade da oração como sinônimo da necessidade que nosso coração sente da presença daquele que mais amamos e sem o qual nada da nossa vida tem sentido. Além disso, rezemos também em torno dos dizeres “venha a nós o vosso reino”.
Pai querido, dai-nos sabedoria para que possamos agir para sentir o Reino aqui na terra. Vivemos tão atribulados, com o coração disperso com tantas coisas inúteis, correndo atrás de nossas necessidades materiais e nos deixando levar por um utilitarismo sem fim. Sem perceber, deixamos que nosso coração se afaste do Seu de tal maneira que Você fala e, às vezes, não escutamos. Quantas vezes já pedi para que Você gritasse, pois em meu sofrimento sentia-me incapaz de lhe ouvir. Mas sei que a Sua linguagem tem preferência pela mansidão e insiste em comunicar muito mais por meio do sussurro.
Acalente meu coração hoje, Pai, para que eu consiga me silenciar cada vez com mais profundidade para, assim, distinguir Sua voz doce cheia de amor. Sei que experimento o Seu Reino quando me sinto plena (o) e consigo fazer transbordar seu Amor, do meu coração para o do meu próximo, por meio de minhas ações e palavras.
Por isso, Pai de Amor, meu compromisso hoje é fazer com que meu coração se sintonize com o Seu para que nosso diálogo possa fluir. Sei que, assim, serei capaz de experimentar Seu Reino no meu dia a dia, sentindo-me cada vez mais envolvida (o) por Você.
Amém!
Ana Paula Ferreira – Família Verbum Dei – Belo Horizonte