Doamos a Deus apenas sobras?
27 de novembro de 2017Na perseverança está a vida
28 de novembro de 2017Leitura: Lucas 21, 5-11
Algumas pessoas estavam falando de como o Templo era enfeitado com bonitas pedras e com as coisas que tinham sido dadas como ofertas. Então Jesus disse:
— Chegará o dia em que tudo isso que vocês estão vendo será destruído. E não ficará uma pedra em cima da outra.
Aí eles perguntaram:
— Mestre, quando será isso? Que sinal haverá para mostrar quando é que isso vai acontecer?
Jesus respondeu:
— Tomem cuidado para que ninguém engane vocês. Porque muitos vão aparecer fingindo ser eu, dizendo: “Eu sou o Messias” ou “Já chegou o tempo”. Porém não sigam essa gente. Não tenham medo quando ouvirem falar de guerras e de revoluções. Pois é preciso que essas coisas aconteçam primeiro. Mas isso não quer dizer que o fim esteja perto.
E continuou:
— Uma nação vai guerrear contra outra, e um país atacará outro. Em vários lugares haverá grandes tremores de terra, falta de alimentos e epidemias. Acontecerão coisas terríveis, e grandes sinais serão vistos no céu.
ORAÇÃO
Esta passagem de Lucas nos sugere reflexões muito contemporâneas, bem presentes na nossa realidade atual… O texto se inicia dizendo que “algumas pessoas estavam falando de como o Templo era enfeitado com bonitas pedras e com as coisas que tinham sido dadas como ofertas. Então Jesus disse: Chegará o dia em que tudo isso que vocês estão vendo será destruído. E não ficará uma pedra em cima da outra.”
Todos nós apreciamos o belo e não há mal nenhum nisso. Mas, muitas vezes, como as pessoas que admiravam os enfeites do Templo, também acreditamos que o que nos torna belos são os adornos, sejam eles roupas, tratamentos estéticos, carros novos ou prestígio social. E o pior é que chegamos a pensar que seja válido qualquer esforço ou qualquer atitude para obtê-los, arriscando até mesmo nossos valores e nossa ética.
Mas para estes momentos de tantas ofertas tentadoras, Cristo nos oferece a Sua Palavra, fazendo-nos entender que tudo isso pode fazer parte da vida, mas que nenhuma atitude que contrarie nossa essência divina pode justificar nossas ações. Devemos encontrar o belo no que temos de mais pessoal e genuíno, porque “chegará o dia em que tudo isso que vocês estão vendo será destruído. E não ficará uma pedra em cima da outra.” É preciso que nos preocupemos com as coisas que não passam…
Num outro momento desta leitura de Lucas, somos provocados por outra reflexão quando Jesus diz: “não tenham medo quando ouvirem falar de guerras e de revoluções. Pois é preciso que essas coisas aconteçam primeiro. Mas isso não quer dizer que o fim esteja perto.”
Não precisamos ter medo das intempéries, elas fazem parte da vida. Necessário é construirmos recursos sustentáveis para lidar com elas. E mais que sinal do fim dos tempos, elas são sinais da humanidade.
Vários sinais já são vistos desde muito tempo como consequência da ação dos homens: fome, nações contra nações, umas etnias contra outras. E podemos entender que o fim ou a finalidade destes sinais seja refletir sobre a nossa responsabilidade para a promoção de um mundo melhor. Às vezes nem nos damos conta do quanto somos bélicos e intolerantes quando subjugamos alguém por sua etnia, cor ou condição social, por suas escolhas ou sua forma de pensar diferente da nossa. Podemos evitar algumas tragédias ou não provocar mais guerras no mundo. Não é vontade de Deus que os homens sofram. Muito pelo contrário: Cristo veio ao mundo para que tivéssemos vida plena.
Invoquemos o Santo Espírito de Deus para que nos conceda seus dons: que tenhamos entendimento e sabedoria para perceber nossa beleza e a dos nossos irmãos, bem além da beleza estética e passageira. E que este mesmo Espírito nos encha de coragem e fortaleza para que persistamos na construção de um mundo de mais amor.
Maria Luzia de Moraes Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte