“Quem começa a arar a terra e olha para trás…”
28 de setembro de 2016Escolhidos por Jesus, mensageiros de Deus (Lucas 10,13-16)
30 de setembro de 2016Quando Jesus viu Natanael chegando, disse a respeito dele: Aí está um verdadeiro israelita, um homem realmente sincero. Então Natanael perguntou a Jesus: De onde o senhor me conhece? Jesus respondeu: Antes que Filipe chamasse você, eu já tinha visto você sentado debaixo daquela figueira. Então Natanael exclamou: Mestre, o senhor é o Filho de Deus! O senhor é o Rei de Israel! Jesus respondeu: Você crê em mim só porque eu disse que tinha visto você debaixo da figueira? Pois você verá coisas maiores do que esta. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês verão o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem.
Jesus viu Natanael chegando, disse a respeito dele: Aí está um verdadeiro israelita, um homem realmente sincero.
O convite da oração de hoje é a nos aproximar de Jesus, assim como fez Natanael… Ele se aproxima de Jesus atendendo a um convite de Filipe. Ele ouviu do próprio Jesus o que ele pensava a seu respeito. E eu, já aceitei o convite para me aproximar de Jesus? Como foi este encontro? O que ele disse? Eu tive a coragem de questionar a Jesus, como fez Natanael: “De onde o senhor me conhece”? O interessante é que Natanael presta atenção na resposta de Jesus e se deixa interpelar por ela: “Mestre, o senhor é o Filho de Deus”! “O senhor é o Rei de Israel”!
Quando nos aproximamos de Jesus, ele já nos conhece, sabe tudo a nosso respeito… Então poderíamos nos perguntar, porque se aproximar dele se ele já me conhece? Talvez seja porque agente precisa conhecê-lo melhor! Mesmo porque, o fato dele nos conhecer não muda nada, mas se nós o conhecemos, aí sim, MUDA TUDO! Senhor, obrigado por me conceder à graça de me aproximar de ti! Obrigado pelas pessoas que o senhor colocou no meu caminho para que me orientasse!
O simples fato de tomarmos a decisão de nos aproximar dele explicita a nossa escolha e nos possibilita a ele nos questionar a respeito do “motivo” pelo qual estamos nos aproximando dele, assim como ele fez com Natanael: “Você crê em mim só porque eu disse que tinha visto você debaixo da figueira”? E mesmo assim, cada um tem os seus motivos… Ás vezes o motivo da nossa fé é superficial, não avançamos, porque agente só consegue ir, até onde nossa fé alcança…
Pra mim, o que Jesus quer dizer a Natanael é que os motivos que ele deveria ter para acreditar seriam muito maiores do que ele pode perceber se ele tivesse conseguido ler isso na história… E eu, tenho motivos para acreditar, estou conectado e reconciliado com as minhas origens? O motivo da nossa fé é que nos possibilita a persistir de maneira orientada e nos transforma!
Vejo nesta conversa de Jesus com Natanael que o encontro com Jesus nos leva para uma dimensão que já não podemos viver no individualismo reduzindo a nossa fé a nossa pequena visão de mundo. O encontro com Jesus amplia a nossa visão a nossa consciência e nos faz ver que a história não começa aqui porque eu decidi me aproximar dele, a história começou desde a criação do mundo onde o amor de Deus foi derramado sobre a humanidade. No livro do Gênesis vemos que Jacó teve um sonho: “Ele viu uma escada que ia da terra até o céu, e os anjos de Deus subiam e desciam por ela”. (GN 28, 10 – 22) Portanto o motivo da nossa fé tem que ir além de nos mesmos, e que nós sejamos bem vindos ao novo mundo, que começa quando aceitamos o convite e nos abrimos a ele. Madre Tereza dizia que não devemos esperar motivos para ser feliz. Se formos felizes, teremos muitos motivos… Creio que ela obteve a graça do encontro com o Deus de Jacó, com o Deus dos seus pais que Jesus na sua infinita misericórdia não se cansa de nos indicar o caminho.
Que a Trindade Santa que nos constituiu nos conceda a graça da perseverança para penetrar os seus mistérios. Amém.
Agostinho Augusto – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte MG