Contraste X contradições
30 de maio de 2018Lições de um Mestre surpreendente (Mc 11,11-26)
1 de junho de 2018Evangelho: Mc 14, 12-16. 22-26
No primeiro dia da Festa dos Pães sem Fermento, em que os judeus matavam carneirinhos para comemorar a Páscoa, os discípulos perguntaram a Jesus:
_ Onde é que o senhor quer que a gente prepare o jantar da Páscoa para o senhor?
Então Jesus enviou dois discípulos com a seguinte ordem:
_ Vão até a cidade. Lá irá se encontrar com vocês um homem que está carregando um pote de água. Vão atrás deste homem e digam ao dono da casa em que ele vai entrar que o Mestre manda perguntar: “Onde fica a sala em que eu e meus discípulos vamos comer o jantar da Páscoa? Então ele mostrará a vocês no andar de cima uma sala grande, mobiliada e arrumada para o jantar. Preparem ali tudo para nós.
Os discípulos foram até a cidade e encontraram tudo como Jesus tinha dito. Então prepararam o jantar da Páscoa.
Enquanto estavam comendo, Jesus pegou o pão e deu graças a Deus. Depois partiu o pão e o deu aos discípulos, dizendo:
_ Peguem; isto é o meu corpo.
Em seguida, pegou o cálice de vinho e agradeceu a Deus. Depois passou o cálice aos discípulos, e todos beberam do vinho. Então Jesus disse:
_ Isto é o meu sangue, que é derramado em favor de muitos, o sangue que garante a aliança feita por Deus com o seu povo. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: nunca mais beberei deste vinho até o dia em que beber com vocês um vinho novo no Reino de Deus.
Então eles cantaram canções de louvor e foram para o monte das Oliveiras.
Reflexão:
Peçamos a Deus que ilumine nossas reflexões e orações neste dia em que, especialmente, nos detemos a celebrar Corpus Christi. Sejamos conscientes e gratos da Sua entrega por nós. Que ela não tenha sido em vão.
O evangelho de Marcos nos conta sobre o momento em que era chegada a hora de preparar a Páscoa dos judeus. Retirar todo o fermento das casas era uma prática de libertação. Era importante preparar a casa, eliminar tudo o que remetia à escravidão que o povo judeu havia vivido no Egito.
Naquela época o fermento era algo bem diferente do que temos hoje. Ele era produzido por meio da mistura de água à farinha de trigo que era deixada ao ar livre, o que depois de alguns dias, provocava a fermentação. Para acelerar o processo, essa massa era guardada em casa e misturada à massa nova quando se pretendia fazer o pão. Portanto, a festa dos Pães Asmos marca a saída do povo israelita do Egito. Israel deveria ser uma massa nova, livre do fermento egípcio.
Voltando à passagem, Jesus envia dois de seus discípulos para prepararem o local onde fariam o jantar da Páscoa. Jesus descreve exatamente quem e o que os discípulos iriam encontrar.
Para celebrarmos verdadeiramente a Páscoa é necessária uma limpeza na nossa casa. É necessária uma limpeza interna, uma faxina no nosso coração. Jesus sabe exatamente o que iremos encontrar. Quando nos detemos a observar cada cantinho da nossa casa, deparamo-nos com poeira acumulada, com lixo embaixo do tapete, com teias que estão nos cantos, escondidas. Teias que nos prendem àquilo que nos afasta de Deus. Lixo e poeira que me impedem de ter um olhar apurado, de perceber os dons do meu irmão, de ter um coração aberto e um olhar realista mas, sobretudo, otimista na perspectiva cristã.
Quais são as impurezas que corrompem o meu relacionamento com Deus? Quais vícios, maus hábitos ou ausência de bons hábitos, palavras e gestos que minam esta relação?
Nem sempre conseguimos identificar todos os nossos pecados e limitações. Mas Cristo conhece e reconhece-os em nós! Não nos sentimos capazes de superá-los porque sem Deus nada podemos. “Eu sou a videira, e vocês são os ramos. Quem está unido comigo e eu com ele, esse dá muito fruto porque sem mim vocês não podem fazer nada.” (João 15:5)
Por meio da entrega de Cristo – entrega do seu corpo e sangue – somos reconciliados em Deus. Cristo entrega seu corpo e sangue a favor de todos nós. Como me sinto diante desta entrega?
Jesus conhece as nossas limitações e, ainda assim, por amor a todos, por amor e obediência ao Pai, entrega a própria vida. (Mc 14, 36-46)
Sejamos gratos! Cristo, tende piedade de nós e nos ajude a fortalecer a fé para que possamos dar um passo concreto: abandonar o homem velho, revestindo-nos do homem novo (Ef 4, 22-24). Que sua entrega, Jesus, não seja em vão! Reconhecendo a sua misericórdia assumamos uma postura cristã perante os irmãos, perante a vida.
Maria, nossa mãe, ajude-nos a manter-nos fiel ao que Deus nos propõe. Amém.
Norma Parreiras da Silva – FaMVD – BH