Amadurecer na espiritualidade
9 de dezembro de 2016Sinais do Amor de Deus
12 de dezembro de 2016“Então os discípulos perguntaram:
— Por que os mestres da Lei dizem que Elias deve vir primeiro?
Ele respondeu:
— É verdade que Elias vem para preparar tudo; porém eu afirmo a vocês que Elias já veio, e não o reconheceram, mas o maltrataram como quiseram. Assim também maltratarão o Filho do Homem.
Então os discípulos entenderam que Jesus estava falando a respeito de João Batista.”
Neste tempo do Advento, peçamos ao Pai a graça de preparar o coração para a acolhida do Filho, no desejo de caminhar nos seus passos.
O Evangelho de hoje nos apresenta duas figuras: Elias e João Batista. Cada vez que Elias aparece nos Evangelhos, ele simboliza e sintetiza do ensinamento de todos os profetas. De fato, Elias é considerado pelo povo de Israel como O profeta. Elias lutou a vida inteira para que o povo fosse fiel ao único Deus vivo e verdadeiro, pois, durante o reinado do rei Acab, o povo debandou muito para o culto de baal, incentivado pela rainha Jezabel. A fidelidade a Deus e a justiça caminham juntas. Por isso, os profetas insistiram – insistem – tanto na prática do direito e da justiça. Onde há idolatria há injustiça – naquele tempo e no nosso tempo – pois os ídolos vivem de sacrifícios humanos. E continua sendo assim. Afinal, do que vivem os ídolos dinheiro, consumo, status, imagem e tantos outros atuais? E quantas vezes nos matamos e oprimimos outros em função deles? Nosso sistema é opressor em função deles…
“Por que os mestres da Lei dizem que Elias deve vir primeiro?”, perguntam os discípulos. Havia uma crença em Israel de que Elias havia sido arrebatado e voltaria para preparar os caminhos para o Messias. Mas será que este grande profeta já não se manifestava na figura de João Batista? Nas palavras de Jesus, João era “mais que um profeta”. Por isso, Jesus responde. “É verdade que Elias vem para preparar tudo; porém eu afirmo a vocês que Elias já veio, e não o reconheceram, mas o maltrataram como quiseram.”
João ensinava o povo a ser justo, ou seja, a ajustar-se ao querer do Deus da vida. Cada um na sua situação. Ensinava quem tinha duas túnicas a partilhar com quem não tinha, ensinava a deixar de lado as iniquidades e injustiças, ensinava os soldados a promover a vida e não a morte… Denunciava o que estava errado, não importa se vindo de gente importante, como os escribas e fariseus (“Raça de cobras venenosas”, ele lhes falou), ou o próprio rei (“Quem te permitiu tomar a mulher do seu irmão?”) E por isso foi morto violentamente.
No entanto, continuam dando a desculpa de que ainda se deve esperar. Isto é que está por trás da fala dos mestres da lei de que Elias deve vir primeiro: ainda não chegou a hora, ainda temos que esperar. Eles não percebiam os sinais da manifestação de Deus, tanto é que não os perceberam sequer no Filho. Jesus já sabia disso, já o pressentia. “Assim também maltratarão o Filho do Homem.”
Colocar-me diante do Pai na oração:
– Pai, quais são os sinais na minha realidade da manifestação do teu Filho?
– Tenho acolhido ativamente estes sinais? Como? Ou ainda fico à espera?
– Quando espero que ainda chegue o amor, a sorte, a luz etc: será que tenho esperado sem me dar conta da presença e das manifestações?
– Como você me chama a preparar na minha vida os caminhos para o seu Filho?
– Como trocar a expectativa pela esperança e viver mais a presença que a falta?
– Como a minha justiça e luta por ela manifestam a minha fé para os demais?
Vamos pedir ao Espírito que ilumine a nossa vida, para que vejamos concretamente em que somos chamados neste Advento a tornar presente o Natal.
Tania Pulier, comunicadora social, membro da CVX Cardoner e da Família Missionária Verbum Dei