“Enlouqueceu!”
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III Domingo do Tempo comum – Ano C
24 de janeiro de 2016
“Que as minhas palavras e os meus pensamentos
sejam agradáveis a ti, ó Senhor Deus,
minha rocha e meu defensor”.
Sl 19.15
PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Vem a mim, Espírito Santo,
Espírito de sabedoria:
dá-me visão e audição interiores
para que não me apegue às coisas materiais,
mas busque sempre as realidades do Espírito.
Vem a mim, Espírito Santo,
Espírito de amor;
faze com que meu coração
seja sempre capaz de mais caridade.
Vem a mim, Espírito Santo,
Espírito de Verdade:
concede-me chegar ao conhecimento da verdade
em toda a sua plenitude.
Vem a mim, Espírito Santo,
água viva que leva à vida eterna:
concede-me a graça de chegar
a contemplar o rosto da misericórdia, Jesus Cristo,
na alegria e na vida sem fim.[1]
TEXTO BÍBLICO: 1.1-4; 4.14-21
Apresentação
1Muitas pessoas têm se esforçado para escrever a história das coisas que aconteceram entre nós. 2Elas escreveram o que foi contado por aqueles que viram essas coisas desde o começo e anunciaram a mensagem do evangelho. 3Portanto, Excelência, eu estudei com todo o cuidado como foi que essas coisas aconteceram desde o princípio e achei que seria bom escrever tudo em ordem para o senhor, 4a fim de que o senhor pudesse conhecer toda a verdade sobre os ensinamentos que recebeu.
Jesus começa o seu trabalho na Galileia
Mateus 4.12-17; Marcos 1.14-15
4.14Jesus voltou para a região da Galileia, e o poder do Espírito Santo estava com ele. As notícias a respeito dele se espalhavam por toda aquela região. 15Ensinava nas sinagogas e era elogiado por todos.
Jesus em Nazaré
Mateus 13.53-58; Marcos 6.1-6
16Jesus foi para a cidade de Nazaré, onde havia crescido. No sábado, conforme o seu costume, foi até a sinagoga. Ali ele se levantou para ler as Escrituras Sagradas, 17e lhe deram o livro do profeta Isaías. Ele abriu o livro e encontrou o lugar onde está escrito assim:
18”O Senhor me deu o seu Espírito.
Ele me escolheu para levar boas notícias
aos pobres
e me enviou para anunciar a liberdade
aos presos,
dar vista aos cegos,
libertar os que estão sendo
oprimidos
19 e anunciar que chegou o tempo
em que o Senhor salvará
o seu povo”.
20Jesus fechou o livro, entregou-o para o ajudante da sinagoga e sentou-se. Todas as pessoas ali presentes olhavam para Jesus sem desviar os olhões. 21Então ele começou a falar.
Hoje se cumpriu o trecho das Escrituras Sagradas que vocês acabam de ouvir.
1. LEITURA
Que diz o texto?
Mest. Leonardo Mongui Casas[2]
ü Algumas perguntas para ajudar-te em uma leitura atenta…
O que fizeram as testemunhas oculares da vida de Jesus? A quem o evangelista Lucas está falando? Por que o evangelista Lucas estuda tudo com cuidado? De quem era o poder que estava com Jesus quando ele voltou para a Galileia? Que livro Jesus leu na sinagoga de Nazaré? Que frase Jesus pronunciou depois da leitura?
Algumas pistas para compreender o texto:
O Evangelho deste domingo tem duas partes: a primeira, o prólogo (1.1-4), em que nos deteremos para conhecer um pouco sobre o Evangelho que nos acompanhará durante o ano C da liturgia, e o começo do ministério de Jesus, graças à presença do Espírito sobre ele (4.14-21).
No prólogo, os autores da época costumavam apresentar os elementos principais de sua obra:
- · Intenção: para o autor, está claro que seu Evangelho não é o primeiro a ser escrito e que seu conteúdo não é uma história comum, mas a História da Salvação, ou seja, tudo o que nos acontece é visto dentro do plano de Deus (v. 1). Além disso, este prólogo deixa transparecer a cuidadosa construção literária do Evangelho, uma obra organizada, bem feita e principalmente em busca da verdade (v. 4).
- · Destinatários: o autor do Evangelho e dos Atos dos Apóstolos escreve a Teófilo (v. 3), de quem nada sabemos, razão por que normalmente se fala de uma referência simbólica a cada um dos seguidores de Cristo: refere-se a você ou a mim como “amigo/s de Deus”, que é o significado da palavra teo-filo, do grego.
Os inícios do ministério de Jesus no Evangelho de Lucas (Lc 4.14-21), diferentemente dos outros evangelistas, convidam-nos a descobrir como algumas pessoas acolhiam a pregação de Jesus na Galileia, uma mensagem cheia de esperança. Em Mateus e em Marcos, a ênfase encontra-se na pergunta: “Quem é este?”; o Evangelho de Lucas explica-o nos versículos que se seguem ao texto que meditamos hoje (vv. 22-30), que são a continuação deste relato e que meditaremos no próximo domingo.
Desse modo, a presença do Espírito Santo sobre Jesus (v. 14) funciona como um fio condutor que liga o começo de seu ministério com o batismo, sua constante pregação em vários lugares (v. 15) e o cumprimento da profecia de Isaías 61 (vv. 18-21), que é uma das primeiras confirmações diretas de Jesus como o Messias esperado. A missão e a vocação de Jesus não são algo novo, mas uma prova adicional da fidelidade de Deus às promessas feitas a seu povo por meio dos profetas. Assim, o próprio Jesus nos apresenta a importância da relação entre a Palavra de Deus e a presença do Espírito Santo.
A vinda de Jesus em meio a nós tem um objetivo claro: encher do amor de Deus o mundo e dar esperança, com uma especial predileção por aqueles mais necessitados: os pobres, os encarcerados, os cegos e os oprimidos. Ou seja, que o “querer de Deus” está naqueles a quem o resto da humanidade normalmente vira as costas. Os crentes somos chamados a conservar o olhar “fixo nele” (cf. v. 20), tais quais os que escutavam sua pregação.
2. MEDITAÇÃO
O que o Senhor me diz no texto?
Neste Evangelho, descobrimos o importante papel que o Espírito Santo desempenha. Ele é o inspirador da obra de Lucas, que se esforçou por descobrir a verdade, ouviu o testemunho dos que conheceram Jesus a fim de dar a conhecer esta boa notícia a todos os povos. De igual modo, Jesus, o ungido, o Filho de Deus, em quem reside o Espírito Santo, é movido por ele a cumprir a missão de salvação. Por isso é que hoje convidamos você a entrar em uma relação mais íntima com esse Espírito que nos consagrou desde o Batismo, pelo qual fomos feitos filhos e filhas de Deus, e que nos leva a realizar as mesmas coisas que Jesus: “Levar boas notícias aos pobres, anunciar a liberdade aos presos e dar vista aos cegos; libertar os que estão sendo oprimidos; anunciar que chegou o tempo em que o Senhor salvará o seu povo”.
São João Paulo II diz-nos: “O Corpo místico de Cristo, sua Igreja, em seu itinerário através dos tempos, é movido pelo Espírito Santo. A Igreja ilumina a história com o fogo ardente da palavra de Deus e purifica os corações humanos com a água que brota dela (cf. Ez 36.25). Desse modo, converte-se ‘em povo unido em virtude da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo’ (são Cipriano, De Dom. ort., 23).
“Nesta comunhão com o Deus uno e trino, todo batizado tem a possibilidade de viver sob ‘a lei do Espírito, que dá a vida em Cristo Jesus’ (Rm 8.2). O cristão, guiado pelo Espírito, entra no ‘espaço espiritual’ onde se estabelece o diálogo com Deus. As perguntas que o homem faz são, realmente, os questionamentos que Deus mesmo suscita em seu interior: de onde venho? Quem sou? Aonde devo ir?
“Queridos irmãos e irmãs, vocês são os interlocutores de Deus. Desde que são cristãos pelo batismo, Deus adotou-os em Cristo como seus filhos e filhas. Estejam conscientes de sua elevada dignidade. Não desperdicem este grande privilégio.
“Deus tem um projeto específico para cada um de vocês. Seus olhos posam-se carinhosamente sobre cada um. Sempre escuta a todos. Como um pai prestativo e sensível, está próximo. Concede-lhes o de que mais necessitam para a vida nova: seu Espírito Santo”.[3]
Continuemos nossa meditação com estas perguntas:
O mesmo Espírito que ungiu Jesus ungiu você no Batismo. Que sentimentos esta afirmação produz em seu coração? Qual é a missão que Deus lhe pede para realizar hoje e que o Espírito Santo lhe inspira? Como você vai alimentar sua relação com o Espírito Santo?
3. ORAÇÃO
O que respondo ao Senhor me fala no texto?
Ao vento de teu Espírito,
que se apoderou de Jesus
e o encheu de força e de ternura
para anunciar a Boa Nova aos pobres,
nos aventuramos, Senhor.
Ao vento de teu Espírito,
que sopra onde quer, livre e libertador,
vencedor da lei, do pecado, da morte,
e alma e alento de teu Reino,
obedecemos, Senhor.[4]
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, me minha vida, os ensinamentos do texto?
O Espírito do Senhor me ungiu para “levar boas notícias aos pobres, anunciar a liberdade aos presos e dar vista aos cegos; libertar os que estão sendo oprimidos; anunciar que chegou o tempo em que o Senhor salvará o seu povo”.
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Reveja sua vida à luz da missão de Jesus
e peça ao Espírito Santo a coragem para realizá-la.
“Para inclinar-se à perfeição é preciso revestir-se do Espírito de Jesus Cristo”.
São Vicente de Paulo
[2] É leigo, membro da Associação de Missionários da Juventude na Colômbia, especialista em Ciências Bíblicas e Mestre em Pastoral de Juventude. Trabalha como Diretor Associado da Equipe Bíblica no Instituto Fé e Vida. Faz parte da Equipe Lecionautas desde o ano 2012.