Venha comigo (Mateus 2,13-17)
14 de janeiro de 2017Remendo novo em roupa velha?
16 de janeiro de 2017“Eu tenho prazer em fazer a tua vontade, ó meu Deus!
Guardo a tua lei no meu coração”
Sl 40.8
PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Vem, Espírito, Advogado,
Luz dos corações
e Pai dos pobres.
Amor de Deus e Santificador da Igreja.
Dá-me a beber a água dos teus dons.
Minha alma é terra seca,
que não produz senão espinhos e abrolhos.
Fonte de água viva, inunda-me com tua torrente.
Não permitas que eu vá
beber águas contaminadas.
Rega o meu coração no tempo da secura.
Que o tédio não sufoque
e nem mate a vida que me infundes.
Vem Espirito Santo e plenifica-me.
TEXTO BÍBLICO: João 1.29-34
O Cordeiro de Deus
29No dia seguinte, João viu Jesus vindo na direção dele e disse:
— Aí está o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! 30Eu estava falando a respeito dele quando disse: “Depois de mim vem um homem que é mais importante do que eu, pois antes de eu nascer ele já existia.” 31Eu mesmo não sabia quem ele era, mas vim, batizando com água para que o povo de Israel saiba quem ele é.
32João continuou:
— Eu vi o Espírito descer do céu como uma pomba e parar sobre ele. 33Eu não sabia quem ele era, mas Deus, que me mandou batizar com água, me disse: “Você vai ver o Espírito descer e parar sobre um homem. Esse é quem batiza com o Espírito Santo.” 34E eu vi isso e por esse motivo tenho declarado que ele é o Filho de Deus.
1. LEITURA
Que diz o texto?
ü Algumas perguntas para ajudá-lo em uma leitura atenta…
Que disse João a respeito de Jesus? Quem ele viu descer do céu? O que João vê? Do que dá testemunho? De que maneira Jesus batizará? Que nome João dá a Jesus no final do relato?
Algumas pistas para compreender o texto:
Pe. Gabriel Mestre [2]
A rigor, com este domingo começamos o Ano A do Tempo Comum, período em que leremos preponderantemente o Evangelho segundo São Mateus. Hoje, no entanto, para abrir o ano litúrgico, paradoxalmente temos um episódio tirado do primeiro capítulo do Evangelho segundo São João.
O Evangelho de João começa com um belo “prólogo” e, em seguida, relatam-se diversas cenas ao longo de “uma semana” da vida de Jesus, concluindo-se com as Bodas de Caná, no início do capítulo 2. Vale a pena manter aberta a Bíblia em Jo 1–2 e ir olhando a realização desses acontecimentos, que vão “revelando” progressivamente a pessoa de Jesus.
O Evangelho que hoje partilhamos é tirado do “segundo dia” desta “primeira semana” de Jesus no Evangelho de João. Percebe-se com clareza o início de uma nova unidade literária através da expressão “no dia seguinte”.
Neste contexto, João Batista define Jesus no v. 29 como o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (voltará a repeti-lo de forma mais abreviada no v. 36).
A palavra “cordeiro” evoca, no Israel da época de Jesus, a ideia de sacrifício, quando este animal (gado miúdo) era utilizado para os diversos sacrifícios, e lembrava os “grandes sacrifícios” na história do povo:
1. Sacrifício diário no Templo, manhã e tarde.
2. Sacrifício no lugar de Isaac (Gn 22).
3. Sacrifício na noite de Páscoa (Êx 12.1-28).
4. Sacrifício do Servo Sofredor, que se oferece pelos pecadores (Is 52.13–53.12).
Jesus é claramente o Cordeiro de Deus, mas não no mesmo plano que os sacrifícios da história de Israel apontados aqui. Partindo destes símbolos que se entrecruzam, descreve-se a superioridade de Jesus como Cordeiro de Deus. Sua vinda, de fato, suprime, da parte de Deus, a necessidade dos ritos antigos, visto que Ele mesmo oferece o sacrifício e é a “vítima perfeita” que realiza a reconciliação plena e total entre as pessoas e Deus.
A segunda parte do texto retoma os elementos que, em parte, vimos no Domingo passado, ao meditarmos o Batismo do Senhor. Evidencia-se a superioridade de Jesus e de seu Batismo em relação aos seres humanos, porque ele é realmente o Filho de Deus, Deus no meio de seu povo.
O que o Senhor me diz no texto?
Como observávamos no domingo passado, chega um tempo em que a vida continua seu curso tranquilo e cotidiano. O Evangelho insiste em falar-nos da presença de Jesus, como João o reconhece como o Filho de Deus e Salvador, e isto foi revelado pelo Espírito Santo. Na retomada de nossas labutas cotidianas, faz-se o convite a que tenhamos o olhar posto em Jesus, que não nos abandona, e no Espírito Santo, que se nos revela nas coisas de nossa vida diária, orientando-nos em nossas decisões, algo que, às vezes, ignoramos. Que a presença, a proximidade e o reconhecimento de Jesus como Filho de Deus nos animem e nos guiem neste ano que estamos começando.
O Papa Francisco convida-nos a refletir com as seguintes palavras: “E depois a descida do Espírito Santo, em forma de pomba: isto permite que Cristo, o Ungido do Senhor, inaugure a sua missão, que é a nossa salvação. O Espírito Santo: o grande esquecido nas nossas orações. Nós muitas vezes rezamos a Jesus; rezamos ao Pai, especialmente com o ‘Pai Nosso’; mas não rezamos com tanta frequência ao Espírito Santo, não é verdade? É o esquecido. E precisamos pedir a sua ajuda, a sua fortaleza, a sua inspiração. O Espírito Santo que animou inteiramente a vida e o ministério de Jesus, é o mesmo Espírito que guia hoje a existência cristã, a existência de um homem e de uma mulher que se dizem e querem ser cristãos. Pôr sob a ação do Espírito Santo a nossa vida de cristãos e a missão, que todos recebemos em virtude do Baptismo, significa reencontrar a coragem apostólica necessária para superar fáceis comodidades mundanas. Ao contrário, um cristão e uma comunidade ‘surdos’ à voz do Espírito Santo, que estimula a levar o Evangelho aos extremos confins da terra e da sociedade, tornam-se também um cristão e uma comunidade ‘mudos’, que não falam nem evangelizam.
Mas recordem-se disto: rezar muitas vezes ao Espírito Santo para que nos ajude, nos dê força, nos dê inspiração e nos faça ir em frente.
Maria, Mãe de Deus e da Igreja, acompanhe o caminho de todos nós batizados; nos ajude a crescer no amor a Deus e na alegria de servir o Evangelho, para dar, deste modo, pleno sentido à nossa vida.”
Continuemos nossa meditação com estas perguntas:
Tenho buscado experimentar a presença do Espírito Santo a fim de entender mais sobre Jesus? Reconheço Jesus como Filho de Deus e também com meu Salvador? Sinto-me animado para retomar minha vida cotidiana na companhia do Espírito Santo?
3. ORAÇÃO
O que respondo ao Senhor me fala no texto?
Pai de Jesus Cristo, te damos graças
porque nele veio tua luz ao mundo
para livrar-nos das trevas
e guiar-nos pelo caminho da vida.
Agradecemos-te porque ele está sempre conosco,
desde que tenhamos olhos para ver,
porque não deixa de falar-nos,
desde que tenhamos ouvidos para escutar.
Concede-nos olhos e ouvidos novos
para detectar sua presença e escutar seu chamado
em nossa vida e na vida dos outros,
e dá-nos a coragem de segui-lo,
qualquer quer seja a Jerusalém em que nos preceda,
agora e por toda a eternidade.
Amém”.
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, me minha vida, os ensinamentos do texto?
“E eu vi isso e por esse motivo tenho declarado que ele é o Filho de Deus.”
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Em oração, durante esta semana, peço a Jesus sua companhia durante este ano que começa, mas principalmente me comprometo a contar com ele em cada decisão que tiver de tomar.
“Assim, interiormente purificados, iluminados e abrasados pelo fogo do Espírito Santo, possamos seguir os passos de teu Filho Bem-Amado, nosso Senhor Jesus Cristo”.
São Francisco de Assis