“Quem blasfemar contra o Espírito Santo, nunca será perdoado”
24 de janeiro de 2022“Ide! Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos”
26 de janeiro de 2022Lectio Divina de 25 de janeiro de 2022.
Texto: Mc 16, 15-18. Dia da conversão de São Paulo Apóstolo.
“Ide pelo mundo inteiro e proclamai o Evangelho a toda a criatura!”
Hoje é um dia de alegria porque celebramos o dia da conversão de São Paulo. Um dia que nos mostra que a conversão nos torna seguidores, discípulos de Jesus, e missionários do anúncio de seu Evangelho. Conversão significa seguimento na fé e na vida, no testemunho de vida, na missão de todo batizado, que é viver e testemunhar com a vida o Evangelho de Jesus Cristo.
A Lectio de hoje pode ser iniciada com um momento para acalmar nosso interior. Talvez uns instantes de silêncio, percebendo o que nos cerca. Os ruídos, sons, barulhos. E agora uma tentativa de esquecer tudo que nos cerca, fechando nossos olhos, e tentando concentrar a atenção nas batidas de nosso coração.
Faça uma invocação ao Espírito Santo, pedindo a sua iluminação e um coração aberto à sua inspiração. Ou, então, cante um hino conhecido ao Espírito Santo.
Invoque a Trindade. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
O Evangelho de hoje é do final do livro de Marcos. Esse é um livro que busca responder quem é Jesus, o que já afirma desde o início (Mc 1,1 diz que ele é o Filho de Deus). Possui muitas narrativas concisas e cenas rápidas., e usa de simbolismo, inclusive da geografia como símbolo. Na Galileia ele chamou seus primeiros discípulos, e depois da ressurreição ele precede seus apóstolos na Galileia. Ela é símbolo do mundo, em que se deve fazer missão.
1- Primeiro passo: Leitura. O que o texto diz?
Passo fundamental de toda a Lectio Divina, a leitura deve nos levar a conhecer o que o texto diz, ao seu conteúdo.
Para isso realizamos duas leituras.
Primeira Leitura: em voz alta, ler, pausadamente o texto de Mc 16, 15-18.
Segunda leitura: ler, silenciosamente, Mc 16,15-18. Prestar atenção nos personagens, nas falas e ações, nos comentários do narrador, no caso o evangelista Marcos. Buscar responder, sempre, o que o texto diz.
2- Meditação: o que o texto me diz?
Essa é a pergunta que preside a meditação: o que o texto me diz? Pode ser uma simples meditação sobre o que me chamou a atenção no texto, uma palavra, uma ação, uma cena, um versículo, um conflito, etc. E meditar, ainda, na razão dessa atenção, desse destaque em você.
Uma das outras maneiras é interrogar o texto, e perceber o que estas perguntas me dizem. Por exemplo as que se seguem.
No texto de hoje aparece apenas um personagem, Jesus. Trata-se de uma aparição do Ressuscitado. Mas fala a um grupo. Quem? Ele se dirige aos onze apóstolos, enquanto eles “estavam à mesa”. Portanto, num trecho um pouco anterior, vemos que Jesus aparece num contexto de refeição (Mc 16,14). O que esse contexto lhe diz?
A primeira fala de Jesus é uma ordem aos Onze: “Ide pelo mundo e proclamai o Evangelho a toda criatura!”. O que essa ordem de Jesus lhe diz? O que é esse Evangelho que os Onze, que creram, devem anunciar a todas as criaturas?
A seguir Jesus fala do batismo e sua relação com o crer e com a salvação ou condenação. O que esse crer lhe diz? Crer em que? E a afirmação de Jesus de quem crê será salvo, o que lhe diz? (seja sobre Jesus, os Onze, sobre a salvação, sobre a condição de batizado…).
Por fim o texto nos fornece características de sinais que acompanham os que creem, e o faz numa linguagem repleta de símbolos fortes. O que estas características lhe dizem?
3- Contemplação: o que o texto me faz experienciar? Me faz sentir?
Contemplar é deixar que no silêncio Deus fale ao nosso coração. É dar tempo para que o Senhor nos fale, seja aos nossos sentimentos, nossas lembranças, vontade, desejos, e aspirações futuras.
No silêncio Deus falou através de um vento, uma brisa suave mostrou a sua presença ao profeta Elias. A presença de deus já se mostrou na sua palavra lida, meditada, e agora é deixa-lo falar no silêncio. Deixar-se encharcar de sua presença silenciosa, que nos possa encher do seu Espírito que fala e age dentro de cada ser.
4- Oração: o que eu falo a Deus? O que respondo a Deus?
No quarto passo respondemos a Deus que nos falou no Evangelho lido, na meditação, e na contemplação. Chegou o momento de responder ao que Deus falou na leitura, meditação, contemplação.
Fale ao Senhor de coração aberto. Fale como a um amigo. Diga do que lhe vai no coração, seja gratidão, duvidas, preocupações, etc. Fale de modo espontâneo, como deve ser a conversa entre amigos.
5- Ação: o que o texto me chama a agir?
Todo texto de alguma forma nos interpela. A Bíblia não é diferente. Seus textos no chamam a uma transformação de nossa fé, nossos valores, nossa percepção dos fatos, nossa ação. Ela não é um livro de filosofia, sobre ideias abstratas, mas sobre fé e vida, que juntas devem caminhar. Somente juntas a fé não é hipocrisia, mas fé viva.
Nos passos da leitura orante, o que o texto lhe chama a se comprometer, a agir de forma concreta, seja na sua fé, na vida de família, trabalha, na comunidade, na vida. O que lhe chama a testemunhar?
Oração final
Ao final, pode-se orar de forma espontânea, tendo por base a leitura do texto de hoje, agradecendo ao Espírito Santo. Ou invocando a Trindade Santa. Ou, ainda, invocando a intercessão de São Paulo Apóstolo, para a nossa conversão, e firmeza de fé, como foi a sua vida até o martírio.
Marco Antonio Tourinho, leigo, mestre em teologia pela FAJE.