Semente que desabrocha na vida eterna (Jo 6,37-40)
2 de novembro de 2018“Felizes os que irão sentar-se à mesa no Reino de Deus!”
6 de novembro de 2018Leitura: Lucas 14, 12-14
Depois Jesus disse ao homem que o havia convidado:— Quando você der um almoço ou um jantar, não convide os seus amigos, nem os seus irmãos, nem os seus parentes, nem os seus vizinhos ricos. Porque certamente eles também o convidarão e assim pagarão a gentileza que você fez. Mas, quando você der uma festa, convide os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos e você será abençoado. Pois eles não poderão pagar o que você fez, mas Deus lhe pagará no dia em que as pessoas que fazem o bem ressuscitarem.
Palavra da Salvação.
ORAÇÃO
Logo no início desta passagem, recebemos uma provocação de Jesus quando Ele diz ao homem que o tinha convidado para uma refeição: “:— Quando você der um almoço ou um jantar, não convide os seus amigos, nem os seus irmãos, nem os seus parentes, nem os seus vizinhos ricos. Porque certamente eles também o convidarão e assim pagarão a gentileza que você fez.”
Causa-nos, num primeiro momento, indignação em pensar que ao invés de Jesus agradecer o convite que lhe fora feito, provoca e até constrange o anfitrião, dizendo que ele não deveria convidar pessoas que poderiam retribuir sua gentileza. E para provocar ainda mais, sugere quem deveriam ser seus convidados os pobres, aleijados, coxos, cegos…
E poderíamos ainda perguntar: qual o problema em sermos reconhecidos pelos nossos atos junto aos amigos? Qual o problema de recebermos algo em troca pelas nossas atitudes bacanas?
A beleza de tais provocações são os ensinamentos que nos trazem, começando pela coragem de Jesus. Ele fala o que precisa ser dito, aproveita todas as oportunidades para aconselhar, orientar, difundir os valores do Seu Reino, mesmo que isso signifique desagradar inclusive o seu anfitrião. Mesmo correndo o risco de nunca mais ser convidado, de perder um monte de bajuladores que poderiam lhe garantir outros jantares…
Podemos nos perguntar: por que sofremos tanto por ter que abrir mão do tão desejado reconhecimento por nossas ações, das poucas “curtidas” pelos nossos feitos?
Fica para nós cristãos, seguidores de Jesus, seus preciosos conselhos. Que tenhamos coragem para dizer o que precisa ser dito, em nome da verdade e da misericórdia, mesmo que isto nos custe algumas perdas de vantagens e privilégios.
Embora nossa condição humana e social nos faça desejosos de reconhecimento pelos nossos atos, que a importância dele seja relativizada na nossa vida. Que não condicionemos nossas ações ao reconhecimento daqueles que podem nos beneficiar de alguma forma. Que continuemos nos pautando pelos valores do Reino, mesmo que o reconhecimento venha de outra forma, como diz Jesus: “Deus lhe pagará no dia em que as pessoas que fazem o bem ressuscitarem.”
E, finalmente, podemos refletir sobre as vezes que ridicularizamos aqueles que consideramos coxos e aleijados para caminhar com destreza pelos bons caminhos, o quanto julgamos nosso próximo como “pobres de espírito” e o quanto, muitas vezes, somos completamente cegos para enxergarmos nossas próprias limitações e imperfeições.
Que a Trindade Santa e Maria, nossa Mãe querida, sejam presença neste dia de hoje para que tenhamos dignidade e sabedoria para nos conduzirmos pelos caminhos do bem, com destreza e discernimento.
Maria Luzia de Moraes Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte