Misericórdia
26 de fevereiro de 2018Reorientar a direção de nossas buscas
28 de fevereiro de 2018Leitura: Mateus 23, 1-12
Naquele tempo, Jesus falou às multidões e aos seus discípulos e lhes disse: “Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés. Por isso, deveis fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam. Amarram pesados fardos e os colocam nos ombros dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los, nem sequer com um dedo.
Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros. Eles usam faixas largas, com trechos da Escritura, na testa e nos braços, e põem na roupa longas franjas.
Gostam de lugar de honra nos banquetes e dos primeiros lugares nas sinagogas. Gostam de ser cumprimentados nas praças públicas e de serem chamados de Mestre. Quanto a vós, nunca vos deixeis chamar de Mestre, pois um só é vosso Mestre e todos vós sois irmãos. Na terra, não chameis a ninguém de pai, pois um só é vosso Pai, aquele que está nos céus. Não deixeis que vos chamem de guias, pois um só é o vosso Guia, Cristo. Pelo contrário, o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado”.
ORAÇÃO
Iniciemos nossa reflexão de hoje, do evangelho de Mateus, pedindo ao Espírito Santo sabedoria para o bom entendimento desta mensagem em nossa vida.
Jesus nos aconselha a humildade para que, ao invés de julgar quem fala mas não pratica, simplesmente aproveitemos o ensinamento que advém destas pessoas. Ouvir os bons conselhos e seguir o exemplo, mesmo que quem fale não pratique o que diz… Não nos cabe o julgamento, mas simplesmente, “fazer e observar tudo o que eles dizem.”
O grande desafio deste conselho de Jesus é resistir à vontade de julgar e acusar. E mais que isso, reconhecer em nossas atitudes para com as outras pessoas, nossas incoerências entre o que dizemos e o que realizamos efetivamente.
Uma outra reflexão que esta passagem nos propõe é compreender o quanto o olhar humano é equivocado e fragmentado, pois não apreende inteiramente nossa essência. Desta forma, devemos praticar o bem pelo bem, sem nos preocuparmos com os olhares das pessoas. Não devemos ser como os mestres da Lei e fariseus que “fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros.” É importante conseguir nos desvencilhar do desejo de reconhecimento, ter como referência Deus e não o homem. Isso nos liberta dos espelhos que são as pessoas, refletindo vários pedaços de nós , sem no entanto, nos refletir por inteiro. Somente Deus nos vê por inteiro, apenas o Seu olhar é capaz de nos ver em nossa totalidade.
Uma terceira reflexão se apresenta quando o texto nos diz: “Não deixeis que vos chamem de guias, pois um só é o vosso Guia, Cristo. Pelo contrário, o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve.” Precisamos nos lembrar sempre de que somos seguidores de Cristo e que agimos pela Sua graça, inspirados pelo Seu Espírito. Assim, não somos nós quem fazemos as boas ações, mas Ele que as realiza através de nós. Cabe a nós reconhecer que somos seus servidores e desejar cada vez mais, ser um instrumento Seu, de amor e paz para as pessoas. Ou seja, entender que querer ser o maior, é querer estar mais a serviço.
Que a Trindade Santa e Maria nos concedam neste dia de hoje a humildade necessária para servirmos sempre, como um instrumento preciso para a construção do Seu Reino de amor.
Maria Luzia de Moraes Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte