XVIII Domingo do Tempo Comum – Ano C – “Senhor, tu tens sido o nosso refúgio” Sl 90.1
31 de julho de 2016Jesus anda em cima da água (MT 14, 22 – 36)
2 de agosto de 2016Ao saber o que havia acontecido, Jesus saiu dali num barco e foi sozinho para um lugar deserto. Mas as multidões souberam onde ele estava, vieram dos seus povoados e o seguiram por terra. Quando Jesus saiu do barco e viu aquela grande multidão, ficou com muita pena deles e curou os doentes que estavam ali.
De tardinha, os discípulos chegaram perto de Jesus e disseram:
— Já é tarde, e este lugar é deserto. Mande essa gente embora, a fim de que vão aos povoados e comprem alguma coisa para comer.
Mas Jesus respondeu:
— Eles não precisam ir embora. Deem vocês mesmos comida a eles.
Eles disseram:
— Só temos aqui cinco pães e dois peixes.
— Pois tragam para mim! — disse Jesus.
Então mandou o povo sentar-se na grama. Depois pegou os cinco pães e os dois peixes, olhou para o céu e deu graças a Deus. Partiu os pães, entregou-os aos discípulos, e estes distribuíram ao povo. Todos comeram e ficaram satisfeitos, e os discípulos ainda recolheram doze cestos cheios dos pedaços que sobraram. Os que comeram foram mais ou menos cinco mil homens, sem contar as mulheres e as crianças.
Espírito Santo! Abro-me à sua vontade. Coloco-me agora integralmente em suas mãos para que me conduza na oração e interprete, no fundo de meu coração, o que esta mensagem traz para mim.
Senhor, depois de saber da morte de João Batista, você desejava um lugar tranquilo para viver seu luto, mas encontra lá uma multidão. Pessoas diversas, de diferentes povoados, buscaram você. O quê elas queriam encontrar? O quê as atraía? Certamente ouviram dizer maravilhas a seu respeito e de sua autoridade na arte de ensinar e de curar. Assim os desamparados foram ao seu encontro.
Eu sei que o Senhor é apaixonado pelos mais necessitados, por aqueles que buscam se fortalecer na esperança, aparentemente frágil, da providência de Deus. E, nesta manhã de oração, quando me coloco diante de você, completamente desnudado, deixando transparecer todas minhas falhas, aquelas coisas que, muitas vezes, não ouso dizer nem para mim mesmo, também posso sentir seu olhar de compaixão. Faço parte daquela multidão que procurou e encontrou você descendo do barco. No meio da multidão, não encontro poderosos que estão seguros de que suas posições sociais, suas fortunas ou seus cargos políticos e religiosos são suficientes para garantir-lhes uma vida plena. Aqui estão, tão somente, aqueles que sabem que lhes falta alguma coisa, sentem necessidade de alguma coisa e reconhecem que Deus tudo providencia.
Sei que, estando também no meio desta multidão, posso ser curado dos meus males, do medo que me paralisa, do egoísmo que não me deixa compartilhar, do orgulho que me impede de ser irmão e da hipocrisia que me afasta da verdade.
Todos os dias, busco você na leitura orante da Palavra e sempre encontro seu olhar de compaixão. Apresento meus males e sua Palavra me confronta, desconstrói-me e me refaz, remodela-me, tudo retira do lugar para depois recolocar com cuidado, deixando-me um pouco melhor do que eu era.
Hoje, de forma especial, você nos surpreende. Além de nos curar, também nos alimenta. Não deseja apenas nos livrar daquelas coisas que nos impedem de viver plenamente. Deseja nos dar a energia suficiente para resistirmos às tentações que podem nos levar de volta aos mesmos males. Cinco pães e dois peixes parecem muito pouco para alimentar uma multidão tão grande, porém você nos mostra que, pela graça de Deus, quando nos abrimos para uma vida fraterna, é possível fazer o pouco ser suficiente para todos.
Sua própria vida, tão pequena, tão simples e humilde, oferecida no sacrifício pascal, tem-nos alimentado na Eucaristia, dia após dia, durante milhares de anos. Sempre se multiplica, sempre se oferece com abundância e enche cestos que são suficientes para todos aqueles que ainda não se converteram a você. No meio de tudo isso, faz um único pedido a nós: “Deem, vocês mesmos, comida a eles”.
Percebo que o ensinamento é claro. Eu dou o alimento que o Senhor multiplica. Devo perder o medo de achar que não será suficiente. Preciso crer que o Senhor providenciará. Devo colocar-me diante da graça de Deus e confiar em sua ação. Doar o que posso e tenho para doar, sabendo e confiando que Deus providenciará o que for necessário para satisfazer a todos.
Senhor, confio que esta oração de hoje vai aumentar minha fé e minha disposição em trabalhar para seu Reino, mas, reconhecendo minha fraqueza, gostaria de pedir-lhe ainda uma coisa: envie-me o Espírito Santo para que ele me fortaleça e não me deixe esquecer que a graça de Deus estará sempre presente onde houver uma doação generosa e fraterna. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte