Quem dizeis que eu sou? Mc 8, 27-33
16 de fevereiro de 2017Este é o meu Filho querido. Escutem o que ele diz! Mc 9, 2-13
18 de fevereiro de 2017Aí Jesus chamou a multidão e os discípulos e disse:
— Se alguém quer ser meu seguidor, que esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhe. Pois quem põe os seus próprios interesses em primeiro lugar nunca terá a vida verdadeira; mas quem esquece a si mesmo por minha causa e por causa do evangelho terá a vida verdadeira. O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira? Pois não há nada que poderá pagar para ter de volta essa vida. Portanto, se nesta época de incredulidade e maldade alguém tiver vergonha de mim e dos meus ensinamentos, então o Filho do Homem, quando vier na glória do seu Pai com os santos anjos, também terá vergonha dessa pessoa.
E Jesus terminou, dizendo:
— Eu afirmo a vocês que isto é verdade: estão aqui algumas pessoas que não morrerão antes de verem o Reino de Deus chegar com poder.
Bom dia Trindade, Pai, Jesus Cristo e Espírito Santo. Bom dia mãezinha querida. Com a esperança de que as palavras que nos são dirigidas ajude-nos a compreender, um pouco mais, os caminhos que devemos trilhar, nos colocamos em suas mãos.
Gostaria de retomar um pouco o texto proposto para ontem, pois ele traz luz para a compreensão do texto proposto para hoje, que se inicia no versículo seguinte.
No texto de ontem, Jesus esclarece aos seus discípulos, de forma muito aberta, o que viria a acontecer com ele: sofrimento, rejeição, perseguição, morte e ressurreição. Neste contexto, Pedro age como frequentemente agimos com as pessoas queridas ao querer protegê-las do sofrimento. Pedro repreende Jesus, afinal após acabar de reconhecê-lo como o Cristo, não poderia admitir que Ele viesse a sofrer tanto.
Jesus reconhece na fala de Pedro as malícias do tentador, que procura nos enganar com facilidades sedutoras. Por esta razão, após repreender a Pedro, acrescenta: “Você está pensando como um ser humano pensa e não como Deus pensa” (Mc 8, 33c).
O texto de hoje é um ensinamento de Jesus para elevar nosso pensamento ao pensamento de Deus.
Deus nos criou para participarmos de um projeto idealizado por Ele, contudo há uma premissa para nossa participação: a liberdade. Podemos aderir ou não ao seu projeto. Cada um de nós precisa decidir se quer ou não.
Num primeiro momento, somos levados pelo impulso e logo dizemos: lógico que quero participar do projeto de Deus, se foi Ele que fez deve ser o melhor. Contudo ao aparecerem as primeiras dificuldades, corremos sério risco de abandonar nosso desejo de adesão.
Uma das armas mais poderosas do tentador é nos deixar inseguros em relação às nossas necessidades básicas, tanto físicas como emocionais e afetivas.
Ou nós superamos a insegurança com a força da fé ou seremos tomados pelo medo que irá nos levar ao fechamento em nós mesmos, quando passamos a preocupar tanto com nossas necessidades que deixamos de nos dedicar ao coletivo, à família, à comunidade e à nossa relação com Deus.
Quando olhamos, como um todo, para o evangelho segundo Marcos, percebemos que estamos no centro da experiência dos discípulos com Jesus.
Os discípulos já fizeram uma boa caminhada com Jesus e puderam compartilhar de variados momentos, nos quais houve sinais abundantes de quem Ele era. Curas de cegos, coxos, surdos, mudos, multiplicação/partilha dos pães, além do anúncio da Boa Nova com grande autoridade, davam uma pista muito segura a respeito dele..
Agora é chegado o momento do discernimento. O primeiro passo foi dado ao reconhecer que Jesus é o Cristo. O segundo passo é decisivo. Uma vez reconhecido que Ele é o Cristo precisamos assumir as consequências desse reconhecimento. Precisamos caminhar em suas pegadas e essa caminhada só é feita por quem tem fé. Se retirarmos a fé sobrará o medo e, com ele, os interesses pessoais ficarão em primeiro lugar.
Deus não quer o nosso sofrimento, mas acima do sofrimento está o amor. Se para amar, como projetado por Deus, se nos impõe o sofrimento, a rejeição e a morte, que assim seja, pois Cristo nos garante a ressurreição.
Senhor, eu creio que você é o Cristo, o Filho de Deus que habitou entre nós e nos mostrou o caminho para a vida verdadeira. Não quero colocar meus próprios interesses em primeiro lugar, antes, pelo contrário, quero conformar meus interesses aos interesses de Deus e trabalhar por eles. Reconheço na sua vida, a vida sonhada por Deus para cada um de nós. Quero seguir as pegadas que o Senhor deixou, mesmo que para isso eu sofra, seja perseguido ou morra. Contudo, reconheço as inúmeras vezes que deixo a insegurança tomar conta e me preocupo, exageradamente, com os meus próprios interesses. Aumente em mim a fé, de tal forma que eu consiga sempre buscar o Reino de Deus e a sua justiça. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte