Este é o meu Filho, o Escolhido. (Lucas 9, 28b-36)
6 de agosto de 2013Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo (Mateus 16, 13-23)
8 de agosto de 2013Naquele tempo:
Jesus foi para a região de Tiro e Sidônia.
Eis que uma mulher cananéia, vindo daquela região,
pôs-se a gritar:
‘Senhor, filho de Davi, tem piedade de mim:
minha filha está cruelmente atormentada por um
demônio!’
Mas, Jesus não lhe respondeu palavra alguma. Então seus discípulos aproximaram-se e lhe pediram:
‘Manda embora essa mulher,
pois ela vem gritando atrás de nós.’
Jesus respondeu: ‘Eu fui enviado somente
às ovelhas perdidas da casa de Israel.’
Mas, a mulher, aproximando-se,
prostrou-se diante de Jesus, e começou a implorar:
‘Senhor, socorre-me!’
Jesus lhe disse: ‘Não fica bem tirar o pão dos filhos
para jogá-lo aos cachorrinhos.’
A mulher insistiu: ‘É verdade, Senhor;
mas os cachorrinhos também comem
as migalhas que caem da mesa de seus donos!’
Diante disso, Jesus lhe disse: ‘Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como tu queres!
E desde aquele momento sua filha ficou curada.
Para rezar:
O Evangelho de hoje contrasta duas visões: a ideia de que a salvação tinha um público delimitado e a noção da universalidade da boa nova cristã.
Jesus, com seu silêncio e com as duas primeiras palavras que diz, recusa atender ao pedido da mulher; contudo, ao final, diz-lhe que sua filha está curada. Por que essa mudança de atitude?
Jesus está a nos dizer que, ao contrário do que se cria, a mensagem que ele traz não se limita aos judeus, não se limita a qualquer povo e, assim, podemos pensar que não se limita, sequer, aos cristãos. A Verdade, ou seja, o fato de termos um Pai, que tudo criou, que nos ama e nos chama para perto de si, é uma realidade que todos devem conhecer e viver.
Talvez nós, mesmo sendo cristãos, mesmo frequentando a Igreja, não tenhamos a fé da mulher cananéia. Afinal, tantas vezes nos conformamos em ver Jesus chegar somente àqueles mais íntimos, mais próximos… Somos, então, como os apóstolos, pois, no fundo, alimentamos o desejo de que Deus não chegue a todos e afaste de nós aqueles que fazem barulho e não são do nosso círculo pessoal, da nossa crença, da nossa amizade.
Que nossa fé nos conduza ao reconhecimento de que Deus quer a todos chegar e libertar. Que ela rompa sempre os padrões, pois a fé é a ferramenta apta a fazer tocar, com a nossa vida, o coração de Deus, da mesma forma como o raciocínio da mulher arrancou de Jesus tanta admiração.
João Gustavo Henriques de Morais Fonseca, graduando em Direito na UFMG