Permanecer firmes mesmo na perseguição (Lucas 21, 12-19)
25 de novembro de 2015A lição da figueira.
27 de novembro de 2015Jesus disse ainda:
— Quando vocês virem a cidade de Jerusalém cercada por exércitos, fiquem sabendo que logo ela será destruída. Então, os que estiverem na região da Judeia, que fujam para os montes. Quem estiver na cidade, que saia logo. E quem estiver no campo, que não entre na cidade. Porque aqueles dias serão os “Dias do Castigo”, e neles acontecerá tudo o que as Escrituras Sagradas dizem. Ai das mulheres grávidas e das mães que ainda estiverem amamentando naqueles dias! Porque virá sobre a terra uma grande aflição, e cairá sobre esta gente um terrível castigo de Deus. Muitos serão mortos à espada, e outros serão levados como prisioneiros para todos os países do mundo. E os não judeus conquistarão Jerusalém, até que termine o tempo de eles fazerem isso.
E Jesus continuou:
— Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. E, na terra, todas as nações ficarão desesperadas, com medo do terrível barulho do mar e das ondas. Em todo o mundo muitas pessoas desmaiarão de terror ao pensarem no que vai acontecer, pois os poderes do espaço serão abalados. Então o Filho do Homem aparecerá descendo numa nuvem, com poder e grande glória. Quando essas coisas começarem a acontecer, fiquem firmes e de cabeça erguida, pois logo vocês serão salvos.
Esta semana, as leituras propostas estão percorrendo o capítulo 21 do evangelho segundo Lucas. Chamou a minha atenção a sequência e o desenrolar das leituras, até desembocar na leitura de hoje.
Na leitura de segunda-feira, Jesus nos chamava a atenção para a importância de uma doação como a da viúva pobre, que havia doado tudo o que tinha para viver.
Aparentemente, quem estava próximo a Jesus não compreendeu bem a mensagem, pois imediatamente já estava distraído com a beleza do Templo e comentava a respeito. Na leitura de terça-feira, Jesus adverte para a relatividade de toda aquela beleza, construída por mãos humanas, pois chegaria o dia em que não ficaria pedra sobre pedra.
Os que rodeavam Jesus, aparentemente continuaram desatentos ao que o Mestre pregava, pois já queriam saber quando aconteceria aquela tragédia.
Jesus começa a narrar uma série de acontecimentos, que me fizeram pensar em todos acontecimentos, os mesmos que tenho visto ao redor do mundo, desde que me entendo por gente e, eventualmente, acompanhados pela seguinte observação de pessoas bem piedosas: estamos mesmo no fim do mundo.
Ora, os acontecimentos narrados por Jesus aconteceram no ano 70, com a destruição do Templo pelo Império Romano, porém, se prestarmos atenção, tudo isso continua acontecendo desde sempre. O mundo tem sido marcado por disputa de poder e por injustiças.
Contudo, Jesus também alertava para que não nos deixássemos enganar, pois muitos tentam se aproveitar destas situações terríveis para se colocarem no lugar dele, do Messias.
Na leitura de ontem, Jesus alerta para as perseguições àqueles que o seguem. Profetizar foi, é e será sempre um ato que requer coragem. O profeta atrai sobre si a fúria de quem deseja o poder para se beneficiar, mas não trabalha para alterar as estruturas injustas que mantêm tantos em situações de precariedade. Porém, Ele está presente e não permite que se perca um só fio de cabelo daqueles que o seguem. E ainda os anima dizendo: “Fiquem firmes, pois assim vocês serão salvos”.
Na leitura de hoje, Jesus continua se utilizando da linguagem apocalíptica para nos mostrar que, mesmo em meio a tantas adversidades, importa que nós nos mantenhamos firmes e de cabeça erguida, pois Ele virá com poder e grande glória, e nós seremos salvos.
Manter a cabeça erguida! Muitas vezes nos é muito difícil. Se, aqui no Brasil, não sofremos perseguição física por professarmos nossa fé, como ainda acontece em muitas outras partes do mundo, também não deixamos de ser perseguidos de várias outras formas, como ontem a Tânia refletia conosco.
Às vezes, encontramo-nos na situação descrita pela leitura de hoje, sentimos-nos ilhados, cercados por inimigos de todos os lados, pressentimos que não vamos suportar, que seremos destruídos.
Assim, fiquei pensando na viúva pobre da leitura de segunda-feira. Naquela época, ser uma viúva já era algo muito desesperador, e o evangelista acrescenta o detalhe de que ela era pobre, para nos dar a dimensão exata da penúria em que ela vivia.
As coisas que Jesus passa a descrever nos vão fazendo sentir, de forma contemplativa, na condição daquela mulher: espoliada, perseguida e cercada de infortúnios.
A exemplo dela, Jesus deseja nossa entrega e nossa total confiança em seu amor. Ele não nos abandona e vem nos salvar, por isso não podemos esmorecer, não podemos abaixar nossas cabeças, precisamos continuar buscando sempre a justiça do Reino, de cabeça erguida e firmes na fé.
Que Maria possa nos acompanhar e nos ensinar a dizer sim a este compromisso de entrega, com uma fé sólida e constante. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte