A Bondade que sustenta o mundo (Mateus 20,1-16)
20 de agosto de 2014Faça-se! (Lucas 1,26-38)
22 de agosto de 2014“Jesus voltou a falar em parábolas aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos do povo. Ele dizia: “O Reino do Céu é como um rei que preparou a festa de casamento do seu filho. E mandou seus empregados chamar os convidados para a festa, mas estes não quiseram ir.
O rei mandou outros empregados, dizendo: ‘Falem aos convidados que eu já preparei o banquete, os bois e animais gordos já foram abatidos, e tudo está pronto. Que venham para a festa’.
Mas os convidados não deram a menor atenção; um foi para o seu campo, outro foi fazer os seus negócios, e outros agarraram os empregados, bateram neles, e os mataram. Indignado, o rei mandou suas tropas, que mataram aqueles assassinos, e puseram fogo na cidade deles.
Em seguida, o rei disse aos empregados: ‘A festa de casamento está pronta, mas os convidados não a mereceram. Portanto, vão até as encruzilhadas dos caminhos, e convidem para a festa todos os que vocês encontrarem’.
Então os empregados saíram pelos caminhos, e reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala da festa ficou cheia de convidados.
Quando o rei entrou para ver os convidados, observou aí alguém que não estava usando o traje de festa. E lhe perguntou: ‘Amigo, como foi que você entrou aqui sem o traje de festa?’ Mas o homem nada respondeu.
Então o rei disse aos que serviam: ‘Amarrem os pés e as mãos desse homem, e o joguem fora na escuridão. Aí haverá choro e ranger de dentes’.
Porque muitos são chamados, e poucos são escolhidos.”
Com a imagem do chamado à festa de casamento e mostrando toda a generosidade de Deus, o presente da alegre e definitiva comunhão no Reino oferecido gratuitamente, a parábola põe em relevo o fechamento daqueles para os quais ele o preparou: o povo escolhido, parceiro da Aliança e destinatário das promessas. Por que os primeiros convidados não foram dignos da festa de casamento? Porque se fecharam à gratuidade oferecida, não captaram a dádiva do banquete preparado.
Em seu lugar, outros encheram a sala do banquete. Quem eram? Todos os que foram encontrados às encruzilhadas dos caminhos, nas aforas da cidade, para além das fronteiras do “povo eleito”. Eram “maus” e “bons”. Sua dignidade não estava num mérito próprio ou privilégio, mas em haver captado a gratuidade oferecida, aberto a ela e respondido positivamente ao chamado. Entraram em comunhão com Deus e com os irmãos no Reino por essa abertura à graça. Sua dignidade é a da nova condição da qual passam a participar por entrarem no banquete.
Dentre estes, então, por que um é excluído? Por que o rei lhe questiona em tom tão cordial a falta do traje de festa se não olhou antes que elementos estava chamando, incluiu a todos? Ora, a veste nupcial são os frutos de justiça da graça trabalhada na vida, são os talentos que se entrega com rendimento Àquele que os confiou gratuitamente (Mt 25,14-30). A graça não exime desses frutos, ao contrário, é a possibilidade de obtê-los. Este convidado é excluído porque negligentemente “deixou sem efeito a graça recebida” (2 Cor 6,1). Está trajado adequadamente na comunhão de amor do Reino quem na vida entrou em profunda comunhão com Jesus nos irmãos e pode escutar: “Vinde, benditos do meu Pai (…) porque eu tive fome e me destes de comer…” (Mt 25,34-36). Fora deste caminho, é a própria pessoa que se exclui, sua vida que se esvazia, porque recebeu em vão a graça do chamado.
E eu, Senhor? Faço parte dos que enchem a Igreja aos domingos, talvez até trabalhe pastoralmente nela, mas acolho verdadeiramente a gratuidade do Seu amor? Entro na festa?
Como está minha vida? Que frutos têm dado? Como tenho rendido os talentos que Você me deu? Como respondo a tanta graça recebida? Você vê em mim, Senhor, a veste nupcial? Que chamado me faz hoje para viver mais dignamente o Dom recebido?
Vamos pedir a Maria que nos ajude a com ela cantar “O Senhor fez em mim maravilhas” e ser discípulo(a) fiel de Seu Filho, como ela o foi.
Tania Pulier, comunicadora social – Palavra Acesa Editora – Família Missionária Verbum Dei e pré-CVX Cardoner.