Um sinal (Mc 8, 11-13)
16 de fevereiro de 2015Jejuar, orar e servir com amor (Mt 6,1-6.16-18)
18 de fevereiro de 2015Os discípulos tinham se esquecido de levar pães. Tinham consigo na barca apenas um pão. Então Jesus os advertiu: “Prestai atenção e tomai cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes”.
Os discípulos diziam entre si: “É porque não temos pão”. Mas Jesus percebeu e perguntou-lhes: “Por que discutis sobre a falta de pão? Ainda não entendeis e nem compreendeis? Vós tendes o coração endurecido? Tendo olhos, não vedes, e tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais de quando reparti cinco pães para cinco mil pessoas? Quantos cestos vós recolhestes cheios de pedaços?”
Eles responderam: “Doze”. Jesus perguntou: E quando reparti sete pães com quatro mil pessoas, quantos cestos vós recolhestes cheios de pedaços? Eles responderam: “Sete”. Jesus disse: “E ainda não compreendeis?”
Nos evangelhos segundo Mateus e Lucas, Jesus compara o Reino de Deus ao fermento que a mulher mistura a três porções de farinha (Mt 13,33 e Lc 13, 21).
Uma pequena quantidade de fermento, colocada em uma grande quantidade de massa, já é o suficiente para fazer toda a massa crescer muito.
Por causa disso, devemos ser fermento na massa. Com nossa maneira de ser, com nosso esforço pessoal e a graça de Deus, devemos fazer o bem, receber os amigos e perdoar os inimigos, compartilhar a vida, cuidar dos mais necessitados, enfim com cada uma de nossas ações para a construção do Reino de Deus, estamos levedando toda a sociedade, pois como costumam dizer atualmente: gentileza gera gentileza. As ações de um são exemplos para os outros, e assim fazemos com que o Reino de Deus cresça entre nós.
No trecho do evangelho de hoje, Jesus chama a atenção de seus discípulos, e também de todos nós, que há outros fermentos que poderão, do mesmo modo, fazer a massa crescer, porém numa direção indesejada aos planos de Deus.
E qual é o fermento dos fariseus e de Herodes?
Penso que Jesus estava falando da dúvida, do medo, da discórdia, de todos os elementos que são lançados pelo mal, para enfraquecer a nossa fé.
Os discípulos caminham com Jesus, pois acreditam que Ele possa ser o Messias, percebem que Ele é diferente e apresenta novidades que eles jamais sonharam conhecer, mas não compreenderam, ainda, toda a dimensão da Boa Nova.
Não tomaram consciência de que, na presença de dele, nada falta. Cinco pães alimentam cinco mil. Sete pães alimentam quatro mil. Além de tudo, ainda sobram pães para guardar.
Jesus é o pão. Ele mesmo é o alimento que sacia todas as necessidades.
Hoje, em nossa oração, somos convidados a contemplar essa presença que satisfaz nossas necessidades mais íntimas.
Na minha oração, percebo que a presença de Jesus nos leva a ser mais abertos para o outro, aprendermos a partir e a repartir com os outros aquilo que temos. Nessa fraternidade, é possível que todos sejam saciados.
O fermento do Reino de Deus consiste, pois, em nos conformarmos a Jesus, ao seu amor misericordioso e fraterno, para levedarmos a sociedade, de tal forma que o amor e a fraternidade cresçam no meio em que vivemos.
Enquanto isso, devemos nos preservar do fermento dos fariseus e de Herodes. Importa que nós experimentemos o Reino de Deus com nossas ações e não fiquemos esperando sinais grandiosos para acreditarmos que Jesus está aqui e nos alimenta.
Penso que nossa fé não é alimentada por sinais extraordinários, ma pela vivência cotidiana, quando experimentamos o carinho, o cuidado, a paciência e temos os olhos do coração abertos para compreender os sinais do céu.
Façamos uma revisão de nossa vida e deixemos que o Espírito Santo ilumine os momentos em que, por uma fé ainda inconstante, cobramos de Deus sinais espetaculares. Deixemos que Ele nos conduza à compreensão do que realmente somos, de nossa vocação e de como podemos ser fermentos na massa para a construção do Reino de Deus. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte – MG